MANDY III - RETORNO INESPERADO - PARTE 2

II – RETORNO IMPREVISTO

Amanda olhou para Marco.

- Não entendi. A Maria Eugênia te fez sobreviver?

- Eu conheci a Maria Eugênia essa semana, Mandy. A Rita a descobriu e a mandou para os Estados Unidos há três anos e mantinha contato com ela. Até falava de mim pra ela. Tinha até a intenção de... ligar a gente... tipo cupido, sabe? Você conhece a Rita...

Amanda franziu a testa.

- Eu estou te contando pra você não ficar sabendo por outra pessoa depois e pensar abobrinha a meu respeito.

- Continua...

- Só que, quando a Rita chegou aqui em São Paulo, eu já estava até casado com você e ela desistiu, esqueceu, sei lá. Mas também se esqueceu de falar pra mim que tinha uma modelo brasileira da RR na América. E ela voltou... pro Brasil anteontem e quando eu cheguei ontem na agência, ela já estava lá... fotografando com o Kleber e foi aí que eu... a conheci.

- Ela é muito bonita... disse Amanda, olhando para a capa da revista em cima da mesa.

Marco foi até a mesa e virou a revista ao contrário, voltando para perto dela e a abraçando novamente.

- Tem muita gente bonita nesse mundo, Amanda.

- Ela te contou da experiência de ter posado nua pra Playboy?

- A gente não falou sobre isso. Eu fiquei sabendo disso agora. Ela é uma garota como você, Amanda, super simples, inteligente...

- Linda...

- Também, só que ela me contou uma coisa que a faz diferente de você.

- O quê?

- Ela não nasceu linda. Há alguns anos era gordinha, usava aparelho nos dentes e tinha o rosto cheio de espinhas, ele disse, rindo.

Ela riu também e se aninhou nos braços dele.

- Eu também não nasci linda...

- Duvido. A Dalva me mostrou fotos suas, quando criança, que dizem justamente o contrário.

- E o que você estava fazendo depois do almoço?

- Eu fui levá-la em casa, aqui no Morumbi, depois senti vontade de fazer alguma coisa que me deixasse bem cansado. A RR estava em boas mãos. Eu não abandonei a agência, como você disse. A Haidée e o Kleber cuidam de tudo direitinho. Estava tudo sob controle lá, então eu fui pra quadra de squash na Anhembi/Morumbi e joguei a tarde inteira, sozinho, pra chegar aqui e conseguir dormir cedo pra não pensar mais em você. Eu tive uma noite péssima ontem, sabia?

Ela continuou escondeu o rosto no peito dele e não respondeu. Marco acariciou seus cabelos e perguntou:

- E o Roni? Se comportou lá, longe de mim?

- Eu nem me estresso mais com ele. Nem ligo mais. Eu finjo que não é comigo.

- Quer dizer que ele continua dando em cima de você?

- Ele é muito imaturo, mas é muito bom no que faz e fotografa muito bem. Entra nos personagens que tem que fazer bem rápido e isso ajuda, porque aí não precisa ficar gravando várias vezes a mesma coisa. A Rita gosta disso. A gente vai fazer um comercial da Coca-Cola juntos no início do verão, agora em novembro.

- Ele não te aborrece mesmo?

- Não... Eu não consigo parar de pensar em você. Não tenho tempo pra pensar nele.

Marco acariciou seu rosto e a beijou apaixonado.

- Eu já disse que estava morrendo de saudade desse beijo?

Amanda não respondeu. Ele a apertou nos braços e a beijo repetidas vezes.

- Você não está cansado? - ela perguntou, baixinho.

- Pra isso, não... Estou com saudade...

Ele a ergueu nos braços durante outro beijo e a carregou para o quarto até a cama. Foram se desfazendo das roupas rápida e ansiosamente. Fizeram amor se desfazendo das saudades que ambos sentiam e, tempos depois, repetindo um para o outro que se amavam mais que antes, cansados, ficaram abraçados em silêncio. Marco escondeu o rosto nos cabelos dela e ouvia sua respiração, feliz; ainda deitados, Amanda comentou, acariciando as costas dele:

- Eu vi um projeto super lindo lá em Campos, feito com crianças. É parecido com o que eu quero fazer, daqui alguns anos. Eu quero fazer minha agência de modelos só pra crianças naquele formato.

- Como? - ele perguntou, acariciando seu braço.

- Eu quero receber qualquer tipo de criança, não só as bonitinhas de olhos azuis ou verdes, mas as que tiverem o mínimo de vontade de posar, brincar e ser feliz. E que tenham um tiquinho de carisma que também ajuda.

Marco sorriu e beijou seu ombro.

- Você não acredita que eu vou fazer isso?

- Claro que eu acredito. Eu vou ser seu sócio, lembra?

- Jura? Você acredita mesmo nessa minha ideia?

- Claro! Se você me quiser nesse projeto.

Ela olhou para ele e sorriu também, beijando seu rosto.

- Claro que eu quero! Eu imagino assim: arrebanhar as crianças de até... quinze anos, pra começar...

- Começando com que idade?

- Bebês mesmo. Tem muito bebê lindo que pode fazer comercial de fralda, talco, brinquedo... Aí, eu já informo às empresas contratadas que, uma porcentagem do que eles vão pagar pra agência, vai para as crianças que eles contratarem, pra ajudar os pais com os estudos delas, alimentação, roupa, essas coisas.

- Podia ter um playground nas dependências da agência... ele ajudou.

- Um refeitório... ela falou, girando o corpo para olhar para ele de frente.

- Biblioteca... ele continuou, erguendo o corpo e apoiando a cabeça na mão.

- É! Pras crianças poderem estudar, ler, desenhar, enquanto esperam por alguma atividade como fotografar ou gravar algum comercial...

Marco beijou sua boca e disse:

- Nossos filhos serão os primeiros contratados dessa agência...

Amanda riu e escondeu o rosto no peito dele.

- Que foi? Falei besteira?

- Não... É que estou lembrando que eu saí tão depressa de Campos, hoje, que não tomei a pílula. Esqueci. Eu posso ter engravidado agora.

- E isso é ruim? - ele perguntou, com cara de quem tinha feito algo errado.

- Me diz você.

- Bom... ele falou, medindo o rosto dela. – Eu não queria ter que trocar fraldas com menos de vinte um, nem que você fizesse isso, mas... como eu disse pro Aldo... quem está na chuva...

Ele a beijou novamente com mais intensidade e colou o corpo no dela, começando tudo de novo.

- Agora, se acontecer, a gente sabe por que foi, ela disse, baixinho.

- Depois a gente conversa sobre isso... quando os gêmeos nascerem...

Amanda riu, recebendo novos beijos dele e o corpo dele no seu.

RETORNO IMPREVISTO

PARTE II

Nada nos deixa tão solitários quanto nossos segredos.

- Paul Tournier

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 26/02/2021
Código do texto: T7193331
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