MANDY III - QUER ALMOÇAR COMIGO? - PARTE 3

III – QUER ALMOÇAR COMIGO?

- Posso me atrever a te convidar a almoçar no restaurante que você almoça? – Maria Eugênia perguntou a ele.

Marco pensou e respondeu:

- Claro que pode. É que... eu estou esperando um telefonema às duas...

Ela olhou no relógio e falou:

- Ainda falta quinze pra uma. É coisa rápida. Eu não como muito. Vamos?

- Pode ser...

- Legal! Vou apanhar minha bolsa, ela disse, feliz da vida, saindo.

Marco teve a nítida impressão de estar se metendo numa fria, mas o que tinha de mal almoçar com um colega de trabalho? Amanda só ia ligar às duas horas e nesse tempo ele já estaria de volta. Maria Eugênia voltou e os dois foram juntos até a sala de Rita avisar Haidée que estavam saindo para o almoço. Ela estava ao telefone quando eles entraram.

- Haidée, estou saindo.

Ela colocou a mão no bocal do telefone e disse:

- Agora não, a Amanda está no telefone. Eu já ia chamar você. Não disse que ela ia ligar?

- Você disse duas horas!

- Que diferença faz? Ela está aqui! - ela falou, baixinho.

Ele respirou fundo e foi atender.

- Oi.

- Marco?

- Oi, tudo bem?

- Você está zangado comigo? Eu fiz alguma coisa?

- Espera um instante, amor.

Ele olhou para as duas e pediu, colocando a mão sobre o bocal do telefone:

- Vocês podem me dar licença um minutinho só, por favor, meninas?

Haidée levantou-se da mesa e foi saindo da sala, puxando Maria Eugênia pelo braço. A moça estava visivelmente decepcionada.

As duas saíram e a porta foi fechada. Marco voltou ao telefone.

- Oi.

- Quem é que estava aí? - Amanda perguntou.

- A Haidée, eu pedi pra ela sair...

- Como é que você está?

- Morrendo de saudade. Ontem, eu fiquei quase quatro horas esperando por você no telefone e você não ligou. A Rita falou que você tinha saído pra jantar com a turma. Eu... fiz plantão perto do telefone até dez e meia da noite...

- Desculpa, amor. O carro quebrou no caminho de volta pro hotel e não tinha nenhum posto por perto, nem oficina. Eu, a Luana e a Cristina tivemos que ficar numa pensão de beira de estrada por quase duas horas esperando os rapazes voltarem pra buscar a gente. Quando eu cheguei ao hotel e a Rita falou que você tinha ligado, a primeira coisa que eu fiz foi ligar pra você, mas o telefone só dava ocupado! Pelo jeito o seu amigo era muito amigo mesmo. Te fez companhia a noite inteira. Nunca te vi conversar tanto no telefone. Nem com o Teo.

- Não tinha amigo nenhum, Amanda. Eu só tirei o telefone da tomada.

Amanda ficou boquiaberta.

- Você fez o quê? Por quê?

Ele sentou-se na cadeira atrás da mesa e confessou:

- Eu estava com raiva.

- Raiva? De mim?

- Da situação, de esperar, de você passeando com o Roni num lugar longe de mim... de tudo!

- Eu não estava passeando só com o Roni, Marco. Tinha sete pessoas comigo. A equipe da RR inteira!

- Mas eu não sabia disso! A Rita não estava com você e eu sei que quando ela está longe, ele faz a festa.

Ela ficou em silêncio do outro lado da linha e ele, depois de um tempo, chamou:

- Amanda?

- Você quer que eu pare de viajar com a Rita? - ela perguntou sério e em voz baixa.

- Eu não disse isso.

- Eu não quero me indispor com você por causa de ciúme, Marco. Você é mais importante pra mim do que...

- Não! A gente já conversou sobre isso. É que eu nunca fiquei tanto tempo longe de você. Eu estou sendo um idiota.

- Não está. Eu até sei o que você está sentindo, mas você tem que confiar em mim...

- Eu confio. Isso também já foi conversado. Me perdoa.

- Eu te amo...

Ele fechou os olhos e ficou em silêncio.

- Você vai ficar bem? - ela perguntou.

- Vou.

- A Rita pediu pra perguntar e eu também quero saber: como é que está meu pai?

- Está bem, eu liguei pra ele na terça. Está com saudade.

- Quando puder, diz... Não, não diz. Eu mesma vou ligar pra ele quando der. Vou ter que desligar, amor. A gente vai fazer um desfile num hotel de luxo aqui da cidade.

- Legal, boa sorte.

- Já disse que eu te amo?

- Te amo também.

- Vou desligar. Te ligo de novo, hoje à noite.

- Te espero.

- Não se preocupa comigo, gato. Eu estou bem. Tchau.

- Tchau. Tchau, namorada.

- Te amo, namorado, ela disse, sorrindo. – Nunca esqueça disso...

Ela desligou o telefone e Marco ficou olhando para o aparelho, depois cruzou os braços sobre a mesa e escondeu a cabeça neles, pensando em tudo que tinha se passado por sua mente nas últimas vinte e quatro horas. Sentia-se um completo idiota e ficou com raiva de si mesmo. Colocou o telefone no gancho e levantou-se, saindo da sala. Encontrou Haidée e Maria Eugênia esperando por ele no corredor.

- Quer almoçar comigo ainda? - ele perguntou à modelo.

QUER ALMOÇAR COMIGO?

PARTE III

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

OBRIGADA...

A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/02/2021
Código do texto: T7191814
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