MANDY III - RUSGA - PARTE 2
II – RUSGA
Amanda se afastou e subiu as escadas, indo para o quarto, preocupada.
- Como foi o passeio? - perguntou Rita.
- Foi ótimo, respondeu Fernando. – Se o Roni não desse tanto em cima dela...
- É verdade, concordou Cris. - A Amanda tem uma paciência e uma educação de princesa. Ela tem bem sangue mineiro mesmo.
- Se o Marco estivesse aqui, a cara dele já não estaria mais inteira, continuou Gustavo.
- Se o Marco estivesse aqui, ele não agiria desse jeito, completou Gil. – Ele não deixava a garota em paz! Mesmo a gente lembrando que ela não usa aliança enquanto trabalha como modelo, mas que ela existe e é de verdade...
- A coitada não sabia mais o que fazer pra se livrar dele, disse Cris, sentando-se no sofá. – Haja paciência!
- Isso é verdade, falou Gil. – Ela despacha ele com uma classe que é de cair o queixo.
- Pelo que eu estou vendo, ele só se comporta na minha frente, falou Rita.
- É basicamente isso, afirmou Gustavo.
- Eu vou ter que conversar com ele, e sério! O Marco me incumbiu de cuidar dela pra ele e eu prometi que tudo ia ficar bem. Se continuar assim, eu vou acabar tendo que dispensar o Blue Eyes.
- Ele é lindo, mas muito imaturo, falou Luana. – Ele se acha demais... A última bolacha do pacote.
- Quem é lindo? - perguntou Fernando, abraçando a garota pela cintura.
- Você, meu amor, ela disse, beijando-o na boca. – Só você.
Fernando e Luana namoravam há algum tempo e ele tinha ficado enciumado com a observação da namorada a respeito do colega.
- A que horas a gente levanta amanhã, Rita? - Gil perguntou. – Eu já quero ir pra cama. O dia hoje foi barra.
- Quero todo mundo em pé às oito, disse Rita. – Amanhã, vamos fazer as primeiras fotos do teleférico.
- Ok, boa noite, todo mundo.
- Desculpa o atraso, Rita, falou Gustavo.
- Tudo bem, boa noite.
Fernando, ainda abraçado a Luana, perguntou:
- Posso dormir aqui?
- Nem morto! Nada de sexo na concentração da minha seleção. Quero todo mundo com a carinha linda e fresca, amanhã cedo. Nada de olheiras ou manchas de pele.
- Sexo faz bem pra pele, Ritinha! - ele concluiu numa última tentativa.
- Tchau, Nandinho! - ela acenou para ele, finalizando o papo. – Some...
Ele fez uma careta para ela, beijou a namorada e seguiu com Gustavo e Gil que riam dele.
Depois, do banho, Amanda tentou várias vezes ligar para casa, mas não conseguiu nada. Luana, Cris e Rita acompanhavam o dilema dela. Depois da quarta vez, ela exclamou:
- Só dá ocupado! O Marco nunca ficou tanto tempo no telefone. O que está acontecendo, meu Deus?
- Vai ver, é um amigo da faculdade, opinou Cris.
- Ou o Teo, ajudou Rita.
- O Teo está sem telefone e quando quer falar com o Marco, vai até em casa. Ele até dorme lá, às vezes. Segunda-feira mesmo, ele dormiu lá pra fazer companhia pra ele.
- Eu acho melhor você ir dormir, aliás, todo mundo. Caminha, gente, já é quase meia noite.
Luana e Cristina levantaram-se e despediram-se, indo para seus quartos. Amanda apoiou o rosto na mão e ficou pensativa, olhado para o telefone. Apanhou-o novamente, discou outra vez e nada. Sinal de ocupado.
- Rita, ele está falando com outra garota. Só pode ser! - ela disse, quase chorando.
Rita riu a valer.
- Se eu não te conhecesse, eu diria que você perdeu o juízo, menina! Eu não consigo imaginar o Marco pensando em outra garota que não seja você, filha. Não coloque minhocas nessa cabecinha, sem antes saber o que está havendo. Vai dormir e amanhã você fala com ele.
Ela teve que aceitar o conselho.
Na manhã seguinte, logo cedo, a primeira coisa que fez antes de sair para as fotos no teleférico, foi ligar para casa, no horário que sabia que Marco ainda estaria lá. O telefone tocou cinco vezes antes que ele atendesse.
- Alô!
- Marco! Onde você estava?
Ele fez silêncio primeiro antes de responder, frio.
- Oi, eu... já estava no corredor quando ouvi o telefone tocar. Até abrir a porta de novo e... Tudo bem?
- Você ligou ontem, eu não estava. Desculpa. Tentei ligar praí à noite, mas dava sempre ocupado. O que foi que houve? Com quem você estava falando?
Ele pensou por um momento e sem entender a si mesmo, resolveu mentir.
- Era... com um amigo...
- Que amigo? Da faculdade?
- Não, você não conhece. Ele chegou ontem de viagem e ligou pra mim.
- Como é o nome dele?
- Olha... eu estou atrasado. Depois a gente se fala. Liga pra mim, na agência.
- Marco...
- Que é?
- Você está zangado comigo? Tua voz está tão fria...
Ele fechou os olhos e respirou fundo.
- Não, só estou atrasado. Tenho prova, na faculdade, hoje. Depois a gente se fala mais.
Ele desligou o telefone, sentindo-se péssimo. Não entendia direito porque tinha falado tão friamente com Amanda. Por outro lado, sentia-se vingado pela péssima noite que tinha passado. Apanhou os cadernos e saiu.
Enquanto isso, em Campos, Amanda escondia o rosto nas mãos e começava a chorar, abraçada a Rita.
- Ele está zangado comigo, Rita!
- Calma! Vai ver foi só impressão sua.
- Eu senti na voz dele. Estava frio e formal comigo. Nem me mandou um beijo!
- Eu vou falar com ele depois. Vamos trabalhar e não chora.
- Eu não vou fotografar hoje, Rita. Como eu posso ter clima pra fazer isso, me sentindo assim?
- Pensando como uma profissional. Faça uma forcinha. O Marco te ama, Amanda. Depois você se entende com ele, hum? Respira fundo e vamos.
- Vou tentar, ela disse, enxugando o rosto.
RUSGA
PARTE II
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA... A TODOS OS ANJOS QUE NOS ACOMPANHAM!
BOM DIA!