MANDY III - RUSGA - PARTE 1
I – RUSGA
Em casa, depois de tomar seu banho e comer um sanduíche, Marco foi para a escrivaninha estudar para uma das últimas provas que ainda tinha na faculdade. Colocou o telefone bem perto para não ter que levantar quando Amanda ligasse. O rádio ligado como sempre, sintonizava baixinho a emissora favorita, porque ele precisava ouvir a voz de alguém e qualquer coisa servia.
Oito horas e nada de Amanda ligar. Nove e meia, dez e quinze e ele começou a ficar impaciente. Jogou o lápis sobre a escrivaninha e encostou-se na cadeira, olhando para o aparelho.
- Jantarzinho longo, hein, Mandy? - ele falou, sozinho.
Tamborilou os dedos sobre o livro, doido de vontade de ligar novamente para Campos, mas se ela não tinha ligado era porque ainda não tinha chegado. Não adiantaria nada insistir.
Levantou-se e apanhou o controle da TV, ligando-a e mudando os canais a esmo. O telefone tocou e ele correu a atender.
- Alô, Mandy!
- Não, filhote, sou eu, mamãe.
- Ah, oi, linda!
- Estava esperando telefonema da Amanda, meu bem?
- Não, é que... Quer dizer, estava... mais ou menos... Está tudo bem?
- Tudo. Liguei só pra dizer pra você vir jantar com a gente aqui de novo, amanhã. Você não apareceu, hoje. Liguei à tarde, você não estava... não quis ligar pra agência.
- Eu saí de lá bem tarde, mas eu vou sim. Como é que estão o velho e a minha irmã?
- Dormindo os dois, mas está tudo bem. E você?
- Tudo bem...
- Vem amanhã?
- Vou. Obrigado, mãe.
- Manda um beijo pra Amanda, se falar com ela. Tchau, amor.
- Mando. Tchau.
Ele desligou o telefone e decidiu não esperar mais. Ia dormir. Tirou o telefone da tomada com certa raiva, apagou as luzes e foi para o quarto. Jogou-se na cama e deitou-se de bruços com um travesseiro sobre a cabeça e outro entre as pernas. Fechou os olhos e, depois de uns instantes, o rosto de Maria Eugênia de novo se mesclava com o de Amanda em sua mente.
Amanda e a equipe da RR, que tinha saído para jantar, chegaram ao hotel às dez e quarenta. Rita já estava muito preocupada e bronqueou:
- Meu Deus, onde vocês estavam!?
- Eu não falei que a gente ia levar bronca? - disse Gustavo, o fotógrafo, tirando os óculos escuros, colocando a mochila no chão e se jogando no sofá, pesadamente.
- A gente pode explicar, Rita... tentou começar Gil.
- Amanda, seu marido ligou faz um tempão querendo falar com você! O coitado deve estar esperando até agora! Como é que eu vou explicar isso pra ele?
- O Marco ligou? Ele estava zangado?
- Não, estava só querendo falar com você.
Amanda correu para perto do telefone. Jimmy se adiantou para explicar o motivo do atraso.
- O carro quebrou a dois quilômetros daqui, na estrada, Rita. Não tivemos como avisar. A gente deixou as meninas numa pensãozinha no caminho e viemos empurrando o carro até a oficina mais próxima. Olha só!
Ele estendeu as mãos sujas de graxa. Roni, Fernando e Gil fizeram o mesmo. A camisa deste último, de branca, havia ficado cinza.
- Eu quero mais é tomar um banho e dormir, falou Roni. – Vou pro quarto, até amanhã.
- Eu também, acompanhou Jimmy. – Boa noite, gente!
Saíram os dois. Ficaram apenas Fernando, Gil, Gustavo e as modelos, Luana e Cristina, sem contar Amanda que estava ainda ao telefone.
- O Marco ficou zangado quando soube que ela não estava? - Cristina perguntou.
- Não, o Marco é um doce. Ele só pediu pra falar pra ela ligar logo que chegasse, mas eram sete e meia, um pouco mais, e olha só que horas são! Quase onze!
Amanda colocou o telefone novamente na base e aproximou-se deles decepcionada.
- Só dá sinal de ocupado. Liguei três vezes. Com quem ele estaria conversando tanto a essa hora da noite?
- Eu não sei, mas ele queria muito falar com você, disse Rita.
- Eu vou tomar um banho, depois eu tento de novo. ‘Tadinho do meu gato...
Ela se afastou e subiu as escadas, indo para o quarto, preocupada.
RUSGA
PARTE I
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA... A TODOS OS ANJOS QUE NOS ACOMPANHAM!
BOM DIA!