MANDY III - REDENÇÃO - PARTE 3

III – REDENÇÃO

À noite, Marco terminou o projeto de Marketing I com Chu e o rapaz perguntou, enquanto arrumavam tudo nas pastas de trabalho, prontos para ir embora:

- Você está bem?

Marco apenas balançou a cabeça, sem olhar para ele.

- O gato comeu sua língua?

Marco olhou para ele e balançou a cabeça, negativamente.

- Não, não estou não.

- O que aconteceu agora?

- Eu estou indo pra casa do meu sogro. Ele está com um bilhete que o Alberto deixou pra mim e pro Marcelo, o carinha que gosta da Amanda.

- Caramba! Essa história ainda não terminou?

- Meu sogro falou que o bilhete vai colocar um ponto final na história e pode até me tranquilizar em relação a tudo.

- Ah, então pode até valer a pena. De repente... foi o que eu falei. Você não tem culpa de nada e foi isso que ele quis deixar pra você.

Eles saíram da faculdade e já perto do carro, Marco perguntou:

- Quer carona até o Brooklin?

- Não, hoje é sexta. Vou me encontrar com uns amigos numa danceteria aqui na Avenida Morumbi. Só vou pra casa amanhã cedo.

- Você é doido.

- Sempre! Tchau, colega, boa sorte.

- Tchau. Obrigado.

Chu subiu a rua a pé e Marco entrou no carro. Em meia hora estava chegando na casa da Angra dos Reis. Ao ouvir o barulho do carro chegando, Amanda foi recebê-lo com um beijo. Entrou com ele na sala e Marco viu Marcelo sentado no sofá, esperando por ele com José.

- Boa noite! - ele disse, sem entender o motivo de o rapaz estar ali também.

- Boa noite, Marco, disse José.

- Oi, Marco, Marcelo cumprimentou, timidamente.

- Sentem os dois. Vou pedir pra Dalva trazer alguma coisa pra vocês beberem.

- Pode deixar, pai, disse Amanda. – Eu mesma trago.

- Só quero um copo de água, Amanda, por favor, Marco disse, sentando-se.

- Eu não quero nada, obrigado, disse Marcelo.

Ela saiu e José pediu:

- Você pode entregar o bilhete pra ele agora, Marcelo? Vamos terminar logo com isso.

Marcelo tirou do bolso o pedaço de papel e estendeu a Marco que, antes de pegá-lo, perguntou:

- Onde é que encontraram esse bilhete?

- A Ana, irmã dele, encontrou... na mão dele.

Marco pegou o bilhete e o abriu. Leu o conteúdo todo e respirou fundo.

- Isso vai ser entregue pra polícia, amanhã, disse Marcelo.

- Obrigado por vir me mostrar.

Amanda trouxe o copo de água, colocou a bandeja sobre a mesa de centro e sentou-se ao lado de Marco que pegou a água e bebeu um gole. Ela pegou o bilhete de sua mão e leu também.

Diante do clima tenso que se instalou na sala, José se pronunciou tentando finalizar aquele problema de uma vez por todas.

- Eu só espero que vocês dois não parem suas vidas por conta disso. Está bem claro que o Alberto não teve intenção de prejudicar nenhum dos dois. Infelizmente, ele só se cansou do preconceito das pessoas e de sofrer por causa disso. O que a gente tem que fazer agora é procurar evitar que aconteça com mais alguém o que acontece por aí todos os dias. Ninguém tem direito de discriminar alguém por ser diferente da gente. Eu vou reunir os alunos do Paralelo, na segunda-feira, e conversar com eles sobre esse assunto. Não é muita coisa, eu não vou mudar o mundo fazendo isso, não vai trazer o Alberto de volta, mas quero pelo menos começar mudando o meu colégio. Talvez ajude.

Marcelo se levantou, pegou o bilhete que Amanda lhe entregou e disse:

- Eu já vou indo.

- Muito obrigada por ter vindo, Marcelo, disse Amanda.

- De nada. Foi o mínimo que eu pude fazer, depois de tudo isso. Marco, fica na boa. O que a gente tem que fazer agora é rezar por ele. Não encuca mais com isso não, tá?

- Vou tentar.

- A gente se vê no colégio na segunda, Amanda.

Ela sorriu e o beijou no rosto.

- Obrigado, professor, cumprimentou ele, apertando a mão do diretor.

- Obrigado, você. Obrigado, mesmo.

- O Marcelo mora aqui na Marechal, Marco, Amanda disse. A gente podia dar uma carona pra ele até em casa.

- Claro...

- Não precisa, Amanda, não é tão longe assim...

- Não custa, é nosso caminho, vamos, disse Marco. – Cadê a Rita, professor? Queria me despedir dela.

- Lá no escritório. Ela tinha uns telefonemas pra dar.

- Então dá um beijo nela. A gente já está indo. Queríamos que vocês fossem almoçar lá em casa no domingo. Eu já falei com ela.

- Vamos sim.

Os três saíram e Marco deixou Marcelo em casa.

Marco e Amanda voltaram em silêncio para casa e Amanda percebeu que tinha que fazer alguma coisa para levantar seu ânimo.

- Está tudo bem, amor?

- Está, tudo bem, ele respondeu, sem olhar para ela.

Amanda colocou a mão em seus cabelos e os acariciou levemente. Marco segurou a mão dela e a beijou, mantendo-a junto ao peito.

REDENÇÃO

PARTE III

LEIA TUDO QUE TE ELEVA O PENSAMENTO E A ALMA

OU PELO MENOS O QUE ENSINA A ENFRENTAR O INEVITÁVEL!

DEUS ABENÇOE A TODOS OS AMIGOS DAS LETRAS

OBRIGADA E... BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/02/2021
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