MANDY III - ALBERTO - PARTE 3

III – ALBERTO

- E se eu te dissesse que já aconteceu? - Amanda perguntou.

- O quê?! – Marco exclamou.

- Quem escreveu o bilhete de amor na lição que o Marcelo xerocou pra mim foi o Alberto... pra você...

O trânsito começou a fluir e Marco colocou o carro em movimento novamente. Ele não disse mais nada até chegarem à agência. Quando estacionou o carro na garagem, saiu do carro e foi abrir a porta para ela sair, sem olhar em seu rosto.

- Em que você está pensando, Marco? Fala alguma coisa. O que é que você tem?

- A gente conversa sobre isso em casa. Eu espero que a Rita acredite que o trânsito estava ruim e não nos dê uma surra quando chegarmos lá. Ela deve estar uma fera!

- Marco...

- Eu já falei que a gente conversa sobre isso em casa, Amanda. Sobe logo que ela está esperando por você. Eu vou colocar gasolina no carro.

Amanda não quis insistir mais e entrou na agência, indo para o elevador. Marco encostou-se no Escort e colocou as mãos na cabeça. Não estava sabendo como lidar com aquela informação. Foi abastecer o carro e depois subiu para o trabalho.

Ele e Amanda não falaram mais sobre o assunto pelo resto da tarde. Antes de saírem da agência, ao se despedirem de Rita, ele se desculpou:

- Desculpa o atraso de hoje, Rita, não vai acontecer de novo. A Avenida Morumbi estava toda travada e...

- Não precisa se desculpar. A Amanda já explicou tudo. E eu só desculpo os dois porque o comercial ficou lindo. Acho que o cliente vai adorar. Agora vão pra casa descansar, que eu sei que o dia hoje foi bem puxado pra vocês dois.

- Se foi...

- Tchau, então, crianças. Amanhã, não quero atraso.

- Não, eu te prometo.

Ele deu um beijo no rosto dela. Amanda despediu-se também e os dois saíram de mãos dadas.

No carro, Marco estava ainda silencioso e quase não falou com ela. Amanda é que estava preocupada com ele e puxou assunto.

- O que você achou do comercial?

- Ficou ótimo. Simples, mas sugestivo. Achei legal a maquiagem que a Haidée fez em você. Ressaltou a tua cara de criança de novo. Eu gosto assim. Não gosto de você muito maquiada.

- Sério?

- Já te falei várias vezes que você não precisa disso. Tua pele já é linda sem nada.

- Num comercial, preciso.

- Eu sei, mas... pra mim não.

Ele pegou em sua mão e os dois ficaram em silêncio novamente. Chegaram em casa e Marco jogou a bolsa de trabalho e a chave do carro sobre o sofá e foi para a cozinha:

- Vou tomar com copo de água.

- Tá.

Amanda ficou na sala e sentou-se no sofá, tirando as sandálias dos pés. Colocou os pés descalços sobre o tapete macio e fechou os olhos enquanto os massageava. Depois, pegou o controle do aparelho de som e o ligou. Ele estava sempre na estação FM de rádio que eles sempre ouviam e que os acordava de manhã.

Estava tocando “Changes” do grupo Black Sabath. Amanda ouviu a canção por um momento e esperou que Marco voltasse da cozinha, para poderem conversar melhor, mas ele demorava e ela resolveu ir atrás dele.

Quando chegou à cozinha, viu Marco parado, encostado na pia ainda com o copo vazio na mão, pensativo. Ele já tinha tirado a camisa de dentro da calça e aberto todos os botões.

Amanda ficou olhando para ele e intimamente chegou a arrepender-se de ter contado a ele sobre Alberto.

- Desculpa...

Marco olhou para ela e baixou os olhos, sem conseguir encará-la.

- Eu não pensei que isso fosse te abalar tanto.

Ele colocou o copo sobre a pia e se aproximou dela. Colocou a mão em seu rosto e a puxou para si, beijando sua boca. Começou então a ajudá-la a tirar as roupas durante o beijo e ergueu-a nos braços, levando-a para a cama.

- Você não vai querer jantar? - Amanda perguntou.

- Não... Agora não... ele disse, beijando seu pescoço.

Amaram-se com a urgência dele e ao final de tudo, ele ficou deitado do seu lado, abraçado a ela de olhos fechados.

- Quer falar agora? - Amanda perguntou. – Estou preocupada com você.

- Eu estou bem... Alguém mais sabe disso?

- Acho que o Marcelo e meu pai, mas...

- Por que seu pai?

- Ele é o diretor do colégio, Marco. Foi o próprio Alberto que falou pra ele.

- Por quê?

- Senta e me ouve. Eu vou contar tudo desde o começo.

Eles sentaram-se na cama e Amanda contou a ele tudo que tinha acontecido naquele dia no colégio, desde o começo.

- ...e pra evitar que o Alberto mudasse de colégio novamente, meu pai sugeriu que ele só mudasse de sala, pra não estudar com o Marcelo... nem comigo na mesma sala, assim ele pode terminar o Ensino Médio sem maiores transtornos.

- A Lídia também mudou de sala e não resolveu nada.

- O Alberto não é como a Lídia, Marco.

- Não sei...

- Ele é só um adolescente diferente que ainda vai sofrer muito na vida...

- A Lídia também. O que ele fez poderia ter colocado o Marcelo em grandes apuros. Eu podia ter partido pra briga com ele, tendo razão, com ele sendo inocente.

- Mas não partiu. Graças a Deus, você não quis brigar e eu te amo justamente por isso.

- Eu nunca mais vou entrar naquele colégio...

- Claro que vai. Você é meu padrinho de formatura! Seu sogro é o diretor e eu estudo lá, pelo menos até o final do ano.

- Eu não posso encarar o Alberto de novo, ele falou, encostando-se à cabeceira da cama.

- Não precisa. Ele não morde, ele só te ama.

Marco fechou os olhos e passou as mãos pelo rosto.

- Não repete isso, Amanda, por favor.

- Quando se sentir inseguro, faz o que você fez agora: me ama.

- Não foi por isso que eu fiz amor com você agora. Eu só queria entender... como um cara pode não gostar disso.

- Gosto não se discute, ela disse, sorrindo. – Não é questão de não gostar. A questão é de com quem gostar de fazer isso.

- É, ele disse, sorrindo também. – Vamos tomar um banho juntos antes de jantar?

- Vamos, ela disse sorrindo, acariciando o rosto dele.

ALBERTO

PARTE III

LEIA TUDO QUE TE ELEVA O PENSAMENTO E A ALMA

OU PELO MENOS O QUE ENSINA A ENFRENTAR O INEVITÁVEL!

DEUS ABENÇOE A TODOS OS AMIGOS DAS LETRAS

OBRIGADA E... BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/02/2021
Reeditado em 19/02/2021
Código do texto: T7188004
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