MANDY III - "SONETO DO AMOR TOTAL" - PARTE 4

IV – “SONETO DO AMOR TOTAL”

Marco continuou a ler algumas folhas e passou pela parte de Matemática. Quis matar a saudade, já que sempre gostou da disciplina. Quando chegou à última folha, estranhou que, depois de tantos números, houvesse um texto escrito a caneta azul sobre o xérox. Começou a ler o conteúdo e seu rosto foi ficando sério.

No espaço vazio que a lição de Matemática havia deixado na folha, escritas à caneta sobre o xérox estavam as palavras: “Sei que perdi você de vez. Já me conformei com isso e tenho que me acostumar com a vida triste que me espera daqui pra frente. Mas, apesar de tudo, ainda te amo mais do que antes, porque não há uma só noite em quem não sonhe com você. Não vou te esquecer nunca! Te adoro...”

O sangue de Marco subiu ao rosto. Não havia assinatura, mas era óbvio que tinha sido escrito pelo dono do caderno xerocado. Tentando controlar-se, ele chamou:

- Amanda!

- Oi!

- Vem cá um minuto, amor, por favor!

- Espera um pouquinho só...

- Vem cá, agora! - ele falou, com uma voz em que ela percebeu urgência.

Amanda apareceu na porta e parou:

- Que foi?

- Dá pra explicar isso? - ele perguntou, já de pé, estendendo o texto para ela.

Amanda pegou a folha, leu e foi empalidecendo. Sentou-se no sofá e passou a mão pelo rosto.

- O que é isso?

- É o que eu estou perguntando.

- Eu juro que não tinha visto isso, Marco. Nem li as folhas ainda. Não deu tempo! Eu... nem sei o que dizer...

- Esse garoto, ou é muito corajoso, ou não tem mais porque viver de tão apaixonado... por você! Eu vou até o colégio, amanhã, ter uma palavrinha com ele.

- Não, Marco! Deixa que eu falo com ele. O Marcelo é um cara legal. Ele não deve ter feito por mal.

- Declaração de amor pra uma mulher casada nunca é feita por bem, Amanda! Ainda mais, se for casada comigo!

Amanda não conseguiu deixar de rir.

- Para com isso, Marco! Que coisa mais machista!

- Machista, eu? Isso é normal pra você, então. Você gostou da declaração?

- Não! Eu não quis dizer isso!

- Então explica o que você quis dizer, porque eu não entendi.

- Eu não tinha visto isso! E você tem que confiar em mim, mais do que ficar se importando uma coisa dessas. Você sabe que ele gosta de mim há muito tempo, mas ele nunca me desrespeitou, nem antes de a gente começar a namorar. Nunca fez nada que me ofendesse! Releva dessa vez, Marco, essa declaração soa quase como uma despedida! Ponha-se no lugar dele! Não faz dessa a nossa primeira briga, depois de casados, por favor.

- Querendo ou não, ele pisou na bola e eu não posso ficar calado, Amanda. Se eu não falar nada, ou vai dar a impressão de que você leu e escondeu de mim ou que você contou e eu não liguei pra isso.

Amanda não teve argumento para rebater a ideia dele.

- Entende porque eu tenho que falar com ele, nem que seja sem brigar?

Ela balançou a cabeça, confirmando.

- Eu sei que eu não devia ter ciúme dele, porque eu confio em você, mas eu não vou me sentir bem ficando calado. Se eu não falar nada, ele vai continuar...

- Não vai!

- Como você pode saber? Eu não vou arriscar. Vocês estudam na mesma sala, Amanda, e, como eu já disse, eu não tenho sangue de barata. Já chega saber ou imaginar o que ele pensa, quando vocês dois estão tendo aula juntos.

Amanda sorriu.

- É o mesmo que eu pensava e ainda penso da Cleo.

- A Cleo é namorada do Teo, agora... E ela nunca escreveu uma declaração de amor pra mim no meu caderno...

- Não, só disse pessoalmente, lembra? Com beijo e tudo.

- Eu não era casado ainda...

- Era sim... ela falou, olhando para ele séria, mas calma.

Marco olhou para ela rapidamente, sem argumento também, e desviou o olhar em seguida, voltando a se sentar.

- Em questão de ciúme, eu sofri tanto ou mais que você, amor, ela disse, sentando-se ao lado dele e apanhando a folha de sua mão.

- Eu vou devolver essa folha pra ele. Não vamos falar mais disso.

- Deixa eu fazer isso, por favor, ele pediu. – Senão não vou dormir mais sossegado.

- Sem briga...

- Sem briga, na boa.

- Promete?

- Prometo.

Ela o beijou. Marco colocou a pasta sobre a mesa de centro e a abraçou com carinho.

- Primeira prova de fogo do nosso casamento.

Ela sorriu e aconchegou a cabeça no ombro dele. O telefone tocou. Ele beijou o ombro dela e se levantou para atender o aparelho.

- Alô!

- Marco! - era a voz de Laila do outro lado.

- Mãe? Oi!

- Você quer matar a gente de saudade, ingrato!?

- Não! Eu e a Amanda... estávamos agora mesmo falando de vocês. A gente está indo praí agora, linda! Está tudo bem com vocês?

- Tudo, e aí? Não ligaram a semana inteira e a gente também não ligou pra não atrapalhar. Mas hoje, o professor Rotemberg passou pela imobiliária e falou pro Antônio que a Amanda esteve lá com ele no colégio a tarde inteira, então...

- Não foi ingratidão, gata, é que a gente queria a primeira semana de casado só pra nós. Você entende, não é? Eu avisei você...

- Eu entendo, filho, mas não fica muito tempo longe de mim. Sinto muito sua falta, amor.

- Eu também sinto. Desculpa. A gente chega aí já, já. Pode esperar. Como estão o velho e a minha princesa morena?

- Tudo bem. Seu pai é que anda um pouco cansado. Já disse pra ele tirar umas férias, mas você sabe como ele é. Teimoso!

- Pode deixar. Eu convenço ele. Te amo, mãe! Até já!

“SONETO DO AMOR TOTAL”

PARTE IV

AMO ESTE SONETO DESDE A MINHA ADOLESCÊNCIA!

SE VOCÊ NÃO TEM DOM PRA FAZER POESIA COMO EU...

LEIA PELO MENOS,

ELAS DEIXAM SEU CORAÇÃO MAIS LEVE!

DEUS ABENÇOE A TODOS OS AMIGOS DAS LETRAS

OBRIGADA E... BOM DIAAAAAAAAAAAA!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/02/2021
Código do texto: T7185566
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