MANDY II - ALBERTO - PARTE 2
II – ALBERTO
Marco ficou olhando para Amanda, assustado.
- Como é que é?
- O boato que corre é que ele gosta mais de meninos do que de meninas. E eu já reparei que é isso mesmo.
Marco encostou-se no carro.
- Você está brincando?
- E você fez a maior cena de ciúme por causa dele comigo. Acho que esse papel é meu... ela disse, rindo, colocando as pernas para dentro do carro e fechando a porta.
Marco deu a volta e entrou no veículo também.
- Vai dar aulas pra ele? – Amanda perguntou, com um sorriso maroto.
- Sei lá... O que você acha?
- Ele é muito legal. Se a gente não prestar muita atenção, nem percebe. Mas o pessoal da classe diz que ele teve que sair do outro colégio por causa de uma confusão que houve com o pai de um ex-colega dele lá. Começaram a espalhar que os dois tinham um caso e acabou nem sendo verdade, mas ele teve que sair do colégio. Foi convidado a sair.
- Poxa! Acho melhor não provocar confusão, não é? Mas o que eu digo a ele, se ele ligar mesmo?
- Que a gente vai pintar o apartamento.
Ele sorriu.
- E a gente vai?
- Vamos! Agora, eu exijo, ela disse categoricamente. – Se você não quer mesmo desistir do casamento em outubro...
Marcos fez um ar de hesitação. Passou a mão pelo cabelo e olhou para a rua, fingindo dúvida.
- Ah, eu não sei... Não sei se estou preparado...
- Para, Marco! - disse ela, rindo e batendo em seu braço.
Marco riu também e segurou sua mão, puxando-a para si e lhe dando um beijo.
- Claro que não quero desistir!
- E a Lídia?
Ela o colocou no chão novamente e seu humor mudou.
- E se a gente jogasse ela no Pinheiros?
- Você não me tente, falou Amanda.
Marco riu.
- Meu anjo falando como um demoninho!? Não acredito.
- Ninguém vai me tirar você.
- Eu já sou seu...
Beijaram-se novamente e ele colocou o carro em movimento.
Ele a levou em casa e foi para a imobiliária. Passou pela porta da sala do pai e parou para cumprimentá-lo.
- Bom dia, doutor Ramalho, falou sério, porque o pai estava com outro sócio da Marco Empreendimentos Imobiliários.
Embora todos os sócios já o conhecessem desde menino, Marco não tratava Antônio como pai diante deles, desde que tinha começado a trabalhar com ele.
- Bom dia... respondeu Antônio. – Ah, é você?
Marco entrou na sala.
- Oi, Lima.
- Oi, Marco!
- Aprendeu bastante com a Rita? - Antônio perguntou.
- É... Deu pro gasto. Eu estou engatinhando ainda.
- Hum...
- Seu pai falou que você vai ser publicitário. Não gosta do ramo dele? - Lima perguntou.
- Não é questão de não gostar, é questão de não dar pra coisa. Esse trabalho aqui é muito mecânico. Todo dia a mesma coisa... Não quero mexer com imóveis a vida inteira.
- Mas você tem se dado bem aqui.
- Obrigado, mas... é mais uma questão de responsabilidade do que de prazer. Afinal, eu tenho que mostrar pro dono que não tenho mais dez anos.
Ele olhou para o pai com um sorriso significativo, piscou para ele e saiu. Antônio apoiou as duas mãos na mesa e respirou fundo.
- Foi indireta, não foi? - Lima perguntou, sorrindo.
- Foi direta mesmo. Isso tudo é porque ele anda querendo se casar e eu não quero.
- Por que não?
- Lima, ele tem dezenove anos! Começando a faculdade agora. A garota tem dezessete! Não tem cabimento.
- Casa, ele já tem, não tem? Você contou que ele comprou de você o apartamento que ia dar pra ele, com o dinheiro que você juntou pra ele a vida dele inteira.
- Ter onde morar não é suficiente. Eu falo de cabeça!
- Ninguém sabe quando já está preparado pra casar, Antônio. Tem gente que casa com trinta e não devia. Você está é querendo prender seu filho um pouco mais com você, confesse.
Antônio sorriu e admitiu.
- É, pode ser... Mas pra mim ele é muito criança mesmo. Não vou ceder tão fácil, não. Ele tem a vida inteira pela frente e casar agora seria a pior coisa que ele faria. Por mim, ele não casa com menos de vinte e um anos.
Lima não quis discutir.
ALBERTO
PARTE II
BOM E ABENÇOADO DIA A TODOS
DEUS ESTÁ EM TODAS AS COISAS
SONHAR SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!
PAZ, LUZ, SAÚDE
E ESPERANÇA SEMPRE!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!