MANDY II - ALBERTO - PARTE 1

I – ALBERTO

Na faculdade, durante a aula, Marco não conseguia se concentrar em nada. Os olhos pesavam de sono e ele teve que esconder o rosto na mão e apoiar a cabeça nela. Estava quase dormindo sentado e acabou apagando levemente e Rubens percebeu, sentado logo atrás dele e de Chu. Cutucou o colega e fez um sinal para que ele o acordasse, antes que o professor notasse. Chu tocou o braço de Marco e o chamou, discretamente:

- Marco!

O rapaz acordou e olhou para ele.

- Hum...?

- Acorda, cara, você está dormindo!

Ele esfregou o rosto e respirou fundo, forçando os olhos a se abrirem.

- Não dormiu essa noite, meu?

- Mais ou menos... Marco respondeu, encostando a cabeça no braço apoiado na carteira.

Chu olhou para Rubens e encolheu os ombros.

- Isso está me cheirando a uma grande e longa noite... disse Helena, sentada mais adiante, ao lado de Eugênio.

- Com a gata dele é que não foi, disse Claus, em voz baixa.

- Como você sabe? - Rubens perguntou no mesmo tom.

- Não foi com ela, ele disse simplesmente, sorrindo.

O primeiro módulo terminou e Chu levou Marco para tomar um café esperto na lanchonete.

- Que é que foi, cara? - Chu perguntou. – Parece que passou a noite em claro!

- Fiquei estudando até tarde. Dormi pouco, essa noite.

- Com quem? - Chu perguntou, rindo.

Marco olhou sério para ele e respondeu:

- Como assim, com quem?

- Desculpe, Marco, mas é que você me parece tão disciplinado com tudo que isso não parece ter sido coisa que foi planejada antes. Tem jeito de mulher. Ficou estudando e dormiu com a namorada?

- Não! Claro que não! Ficou doido?

- Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

O resto da turma foi se aproximando dos dois e Heleninha perguntou:

- Melhorou? Você não acha melhor ir pra casa dormir? - ela sugeriu, preocupada.

- Não, baixinha. Eu já estou bem.

- Você precisa parar de estudar desse jeito, cara, disse Eugênio. – Vai acabar não sobrando nada pro final do curso.

Todos riram, inclusive Marco.

No final do período, Chu foi com Marco até o carro.

- Você está bem pra dirigir? Vai acabar dormindo ao volante e sofrendo um acidente.

- Não, estou melhor agora.

- Vai, me conta essa história direito, meu. Onde e com quem você passou a noite?

- Já falei. Eu estava lendo a apostila daquela palestra que eu perdi outro dia!

- Por mais Caxias que você seja, não fica se matando pra acabar desse jeito no dia seguinte. Você tem que dormir no tempo que tem pra descansar. Tua cara está um caco!

- Sério?

- Seriíssimo!

- Depois eu passo uma água no rosto e fica tudo bem. Obrigado pela preocupação.

Chu sorriu maroto e balançou a cabeça.

- Não quer contar, não conta, mas que não colou, ah, isso não colou mesmo, amiguinho. Até amanhã, cara. Vai pela sombra que pelo sol você vai dormir na rua!

Chu afastou-se. Marco encostou-se no carro e olhou pelo espelho retrovisor para verificar se estava mesmo assim tão mal. E estava. Ajeitou os cabelos, entrou no carro e tratou de ir buscar Amanda no colégio.

Esperou por ela dentro do prédio. Quando ela apareceu, ao vê-lo, parou e ficou olhando para ele, esperando ver se ele ainda estava zangado. Marco aproximou-se dela e a beijou demoradamente. Apesar de ter gostado muito, ela estranhou aquela demonstração mais efusiva que de costume.

- Pensei que você estivesse zangado ainda.

- Não... ele disse, encostando a testa na dela.

- Foi falar com o padre?

- Não...

- Então é por isso. Você vai mesmo enfrentar seu pai.

- Não... ele repetiu.

- Não estou entendendo nada, Marco.

- Eu te amo...

Ele a beijou de novo. Só então notou que Lídia os observava de longe.

- Vamos pro carro?

Eles saíram do prédio e, já fora dele, Alberto aproximou-se dos dois e cumprimentou:

- Oi, Marco.

- Oi, Alberto! Tudo bem? - ele respondeu, enquanto abria a porta para Amanda entrar. Ela se sentou no banco do passageiro e manteve as pernas para fora do carro, interessada na conversa.

- Escuta, aquela ajuda pra Matemática ainda está de pé? A Amanda falou que você é fera.

Marco olhou para Amanda que sorriu e, hesitante, falou:

- Claro...

- Posso ir à sua casa, no sábado?

- Ahn...? Faz o seguinte: liga pra mim, hoje à noite. A gente confirma, ok? O telefone está na lista. Antônio Carlos Ramalho. É o nome do meu pai.

- Tudo bem, eu ligo. Tchau. Tchau, Amanda.

- Tchau, Alberto.

O rapaz afastou-se e Marco falou:

- Eu, hein! O cara levou a sério meu oferecimento!

- E eu tenho uma noticiazinha pra te contar, benzinho.

- Que... noticiazinha?

- Foi ótimo você ter dito que ia confirmar e acho bom você inventar uma boa desculpa pra essas aulas de Matemática não acontecerem.

- Por quê? Fora o fato de eu não estar querendo dar aula de Matemática pra marmanjo nenhum. O que mais tem que eu não saiba?

- Você faz muito mais o tipo dele do que eu.

Marco ficou olhando para ela, assustado.

ALBERTO

PARTE I

BOM E ABENÇOADO DIA A TODOS

DEUS ESTÁ EM TODAS AS COISAS

SONHAR SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!

PAZ, LUZ, SAÚDE

E ESPERANÇA SEMPRE!

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 27/01/2021
Código do texto: T7169839
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.