MANDY II - PRIMA RITA-PARTE 1
I – PRIMA RITA
Depois de sair da imobiliária, à noitinha, Marco disse ao pai, quando o carro parou diante da casa:
- Não vou entrar. Vou até a casa do Chu.
- A essa hora?
- A gente tem um projeto da faculdade pra fazer e eu vou até a casa dele. Não me espera não.
- Está tudo bem? - Antônio perguntou, desconfiado.
- Está. Não se preocupe.
Marco estava sério. Antônio pensou que talvez ainda fosse reflexo da conversa que tinham tido de manhã e falou:
- Marco, tenha certeza de uma coisa: tudo que eu quero e mesmo o que eu exijo de você é pro seu bem. Eu não sou seu inimigo, eu sou seu pai, por mais incômodo que isso possa parecer.
- Eu sei, pai, não esquenta não. Está tudo bem.
Antônio saiu do carro. Marco deu a volta e voltou para a avenida, mas não foi para a casa de Chu. Foi até o apartamento de Rita Ramalho, sua prima por parte de pai, que o recebeu surpresa pela visita.
- Oi, gato! Como você sabia que eu já estava em casa?
- Liguei pra agência. Posso entrar?
- Claro! - disse ela, dando-lhe passagem, trocando um beijo com ele no rosto e percebendo seu ar triste. – Que carinha é essa? Não estou gostando.
Marco não respondeu. Entrou e ela fechou a porta atrás dele.
- Senta aí em algum lugar que esteja vazio nessa casa bagunçada. Estou preparando um grude pra comer. Você janta comigo, não é?
- Não sabia que você cozinhava, ele falou, tirando alguns papéis e pastas de cima do grande sofá branco e se acomodando nele.
- Não me ofenda! Eu moro sozinha há dez anos, garotão! Você vai ficar aí mesmo ou vem pra cozinha comigo?
Ele se levantou de novo e a seguiu até a cozinha, olhando tudo em volta.
- Eu acho seu apartamento um barato.
- Já te convidei pra vir morar comigo, lembra?
Ele riu, sentando-se junto do balcão que dividia a cozinha em duas.
- Eu tinha dez anos e era doido pra vir mesmo.
- O convite ainda está de pé.
- Você fala como o Benê.
- Benê?
- Meu tio, irmão da minha mãe.
- Ah, aquele que não gosta do seu pai.
- Não, meu pai é que não gosta dele.
- Seu pai é um chato! - disse ela, recolhendo com uma colher o molho de uma panela e provando no canto da mão. – Hum... acho que falta sal. Faz questão?
- O que é?
- O molho da panqueca.
Ela tirou mais um pouquinho e colocou na mão dele. Marco provou e aprovou.
- Pra mim, está ótimo.
- Legal.
Ela apagou o fogo e tirou a panela do fogão, levando-a para a mesa. Depois tirou do forno uma tigela com as panquecas já prontas e cobriu-as todas com o molho.
- Hum... Parece bom, ele falou.
- Você já jantou?
- Não, estou vindo da imobiliária.
- Já sabe, mês que vem você é meu estagiário, ouviu?
Ele sorriu e apoiou o rosto na mão, observando-a trabalhar.
- Como vai sua mãe? O bebê anda dando trabalho?
- Nem tanto, meu pai e ela estão curtindo de montão. Andam mais apaixonados do que nunca.
- Você não sente ciúmes, não?
- Não... ele disse, sorrindo, mas não muito convicto.
Rita olhou para ele, sentindo-o tenso.
- Não mesmo?
Marco riu.
- Eu tenho dezenove anos, Rita.
- E foi o dono do trono por dezenove anos, amoreco! Eu teria ciúmes e sei que você também sente alguma coisa aí dentro.
- É... Ando me sentindo... pertencente a lado nenhum. Nem dependente, nem livre. Nem adulto, nem criança...
Rita percebeu que a emoção dele estava à flor da pele e os olhos do rapaz encheram-se de água. Ela aproximou-se e tocou seu braço sobre o balcão.
- Ei! Você não está legal, garoto!
Marco começou a chorar e escondeu o rosto na mão.
PRIMA RITA
PARTE I
UM EXCELENTE DIA A TODOS
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
ELE ESTÁ EM TODAS AS COISAS
SONHAR FAZ PARTE DO CRESCER
E SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!
PAZ, LUZ, SAÚDE
E RESPEITO SEMPRE
PARA TODOS!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!