MANDY II - ARMANDO ANTÔNIO - PARTE 3
III – ARMANDO ANTÔNIO
- Droga! Pensei que estivesse livre do André e ainda vem o pai dele de contrapeso encher o saco? - diz Aldo. - E ainda por cima... era o ex-noivo da sua mãe!? Que história maluca!
- Bota maluca nisso...
- Mas cadê a Débora? - ele perguntou segurando a mãozinha do filho, deitado no carrinho.
- No quarto da minha mãe. Ela teve um desmaio e...
- Desmaio? Por que a Débora desmaiou?
- Pela emoção. O clima ficou muito pesado.
- Sua mãe está bem. O bebê...
- Não... Está tudo bem com ela, mas... Bom, a gente chamou um médico que mora aí em frente de casa, doutor Arnaldo... e...
- Médico? Pra que, médico?
- Calma. Está tudo bem... com os dois. Você está vendo que seu filho está bem e ela está no quarto da minha mãe. Acho que você precisa conversar com a Débora, antes de ir pra casa.
- Por quê?
- Vai até o quarto. É melhor ela mesma te contar.
Aldo entrou pelo corredor na direção do quarto de Laila. Marco sentou-se no sofá, ao lado de Júlio César que estava no carrinho, dormindo. Tocou sua mãozinha delicadamente, depois apoiou o rosto na mão, olhando para o menino. Laila veio do quarto e sentou-se ao lado dele.
- E os dois, mãe?
- Ainda lá. Deixei os dois sozinhos. Eles têm muito que conversar.
Marco abraçou a mãe e a fez encostar a cabeça em seu ombro.
- Você está bem mesmo? Estou preocupado.
- Eu estou bem. Só estou preocupada com esse garotinho e com os pais dele.
- Tudo se ajeita, mãe. De uma forma ou de outra, tudo se ajeita.
Aldo veio do quarto, com cara não muito feliz. Marco e Laila se levantaram.
- Dona Laila, a Débora pediu pra senhora ir até o quarto um pouquinho... por favor.
Laila foi para o quarto e Aldo foi para perto de Júlio César, abaixando-se perto do carrinho.
- Ela está grávida de novo, Marco...
Marco sentou novamente.
- A Débora está grávida de novo... Aldo repetiu medindo cada palavra para realizar o que estava acontecendo.
- Só que esse é seu, cara!
Aldo olhou para ele e disse:
- É... É meu... Mas o Júlio tem três meses... Eu não poderia me dar ao luxo de ter outro filho tão cedo...
Marco ergueu os ombros e sorriu.
- Onde comem três, comem quatro...
Aldo respirou fundo, olhando para o menino.
- É... Fazer o quê, não é? Já que veio...
- Você sabe que pode contar com a gente sempre. Não se preocupe. Eu sou padrinho do Júlio e com ele você não precisa se preocupar. Eu não vou deixar faltar nada pra ele.
- Marco, você começou a trabalhar agora. Tem a faculdade e tudo...
- Não esquenta, não. A gente vai dar um jeito. O que você tem que fazer agora é ir pra casa descansar.
Marco pegou a chave e jogou para ele.
- Leva o meu carro. Amanhã, eu pego. Não vou levar vocês pra casa, porque não quero deixar minha mãe sozinha.
- Obrigado, cara. Obrigado pela força.
Aldo e Débora foram embora, pouco depois. Laila estava sentada em sua cama, quando ele voltou de ir despedir-se do casal. Ele parou na porta e ficou olhando para ela que parecia muito triste.
- Você está bem mesmo?
Ela balançou a cabeça, confirmando. Ele foi sentar-se ao seu lado e passou o braço em volta de seu ombro, abraçando-a.
- Nunca pensei que fosse sentir tanta pena do Armando. Ele me trouxe tanta coisa do passado, hoje...
- Eu imagino.
- Ele jogou na minha cara que é infeliz por minha causa, filho...
- Isso não é verdade, mãe.
- Como eu podia prever?
- A culpa talvez tenha sido mais minha do que sua. Fui me meter na história da Débora e do André e acabei atraindo a família dele pra nós...
- Você também não podia prever, Marco. Só quis ajudar e não podia adivinhar tudo isso.
- Não podia mesmo, ele falou, sorrindo. - Eu ainda não estou acreditando. Você vai contar pro pai que ele esteve aqui?
- Vou, ele vai notar que eu não estou bem, de qualquer forma. Não posso mentir pra ele.
- Eu te ajudo a acalmar a fera.
- Não, deixa que essa conversa eu quero ter sozinha com ele.
Ele sorriu e beijou a testa da mãe, concordando.
Os dois estavam sentados no sofá, assistindo televisão juntos, quando Antônio chegou. Ele entrou na casa com ar de homem de negócios cansado e colocou a valise sobre a estante.
- Boa noite, família! - cumprimentou os dois.
- Boa noite, eles responderam.
Antônio beijou Laila e bateu na perna de Marco, depois se sentou numa poltrona.
- Cansado? - ela perguntou.
- Morto, ele respondeu, esfregando os olhos. – Vou tomar um banho e cair na cama. Esses jantares me deixam entediado. Acho que estou ficando velho.
Marco sorriu, discretamente.
- Você ri, é? No próximo quem vai é você.
- Deus me livre!
- Você acha que publicitário também não faz dessas coisas? Faz sim!
- Eu sei, mas o assunto é bem outro.
- A responsabilidade e a tensão são as mesmas.
Antônio olhou para Laila e notou que ela estava triste. Levantou-se e foi abrir espaço entre ela e Marco e sentou no meio dos dois.
- O que é que você tem, minha gata?
- Eu? - ela perguntou, já sentindo vontade de chorar. – Nada...
E começou a chorar. Ele olhou para Marco e perguntou:
- O que é que ela tem?
- Ele não tem nada a ver com isso, Antônio. Marco, vá pro seu quarto, filho.
- Tem certeza, mãe?
- Vá pro quarto, filho. Esse assunto é meu agora.
Marco levantou.
- Qualquer coisa, é só gritar...
- Por quê? - Antônio quis saber, preocupado.
- Boa noite, pai... disse Marco, afastando-se deles.
Quando Marco já tinha saído, ela começou a contar a história desde o começo. Tudo que tinha se passado ali naquela tarde. Marco encostou-se à porta do quarto para tentar ouvir a conversa. Estava decidido a interferir, se o pai ficasse muito exaltado, mas, por mais de uma hora, não ouviu mais que o tom de voz normal dos dois.
Minutos depois, não aguentado mais de curiosidade pela espera, ele saiu do quarto e foi ouvir mais de perto o que estava acontecendo.
Ao colocar a cabeça para dentro da sala, com cuidado para não ser visto, já não ouviu os pais conversando. Antônio e Laila trocavam um beijo romântico e apaixonado. Marco sorriu e encostou-se na parede, sem entender nada, mas gostando do que via.
- Essa é boa! - disse baixinho.
Voltou para o quarto e foi dormir.
ARMANDO ANTÔNIO
PARTE III
UM EXCELENTE DIA A TODOS
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
ELE ESTÁ EM TODAS AS COISAS
SONHAR FAZ PARTE DO CRESCER E SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!
PAZ, LUZ, SAÚDE
OREMOS POR NOSSO PRESIDENTE CRIANÇA!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!