MANDY II - CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO - PARTE 2

II – CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO

Marco não quis ser indiscreto e perguntar por quê. Resolveu mudar de assunto.

- O que você chama de desajuste familiar?

- Ser uma ovelha negra no meio de uma família certinha e convencional. É o caso do Claus, do Chu mesmo... O Claus tem problemas com o pai, você já deve saber.

Marco baixou os olhos para o copo de café e não respondeu.

- O Chu está sempre pra ser colocado pra fora de casa por causa daquele jeito maluco de vestir, de cortar o cabelo... Família chinesa, tradicionalíssima, cheia de costumes rígidos... Só que ninguém enxerga o ser humano maravilhoso que ele é, apesar de tão doido. A Heleninha tem aquele complexo de altura e gordura que nem é pra tanto, mas, pra ela é a morte, se alguém menciona ou nota. O Eugênio é tão inteligente que não coube na casa dele. Brigou com o pai, porque bateu na irmã que implicava com ele... O Rubens... Qualquer dia ele te conta o problema dele. É um problema que ninguém da turma comenta, mas todo mundo sabe, mas cabe a ele dizer ou não...

- Eu não sou curioso... ele diz, sorrindo. – Ele é legal do jeito que eu o conheço.

Cleo sorri também e mexe seu café com a colherzinha, tentando parar o assunto por ali. Marco fica olhando para ela e lembra:

- Faltou você...

Ela ficou em silêncio, dando outra mordida no sanduíche.

- Mas eu não quero ser indiscreto, desculpa, é que você falou de todo mundo...

- Imagine! Você tem razão, eu falei de todo mundo, por que não falaria de mim?

- Não precisa, se não quiser. Eu acho que já soube coisa demais em quinze minutos...

- Eu me envolvi com o meu padrasto...

Ele ficou em silêncio.

- Legal, não é? - ela perguntou, sorrindo. - Não foi coisa muito longa. Eu tinha dezesseis anos. Ele saiu de casa por causa disso, pra não contar pra minha mãe. Inventou uma desculpa e foi embora, mas depois voltou. Ele gosta muito dela, eu acho. Eu evito ficar no mesmo lugar com ele e até invento motivo pra brigar, quando isso acontece, pra minha mãe não desconfiar... Mas eu já estou me desencanando disso. Já estou tentando colocar outra pessoa no lugar...

- Que bom...

- Só que... eu disse pra você. Eu tenho queda pra mulher fatal. Essa outra pessoa também não é livre.

Marco ficou em silêncio. Cleo começou a rir.

- Não é interessante?

- É uma questão apenas de... sempre se interessar pela pessoa errada.

- E quando a gente sabe que é a pessoa certa?

- Não tenho a fórmula... mas existe uma coisa chamada intuição...

- Você tem isso?

- Um pouco...

- A Amanda era livre quando você se apaixonou por ela?

Marco baixou os olhos e sorriu, respondendo:

- Não... Mais ou menos... Ela tinha um namorado.

- Gostava dele?

- Não como gosta de mim.

- Tem certeza?

- Tenho, senão não estava namorando com ela.

- E ele gostava dela?

A lembrança de Otávio lhe veio à cabeça e a resposta foi bem franca.

- Gostava...

- E mesmo assim você ficou com ela.

- Ei, espera aí? Você não está querendo comparar meu caso com o seu. A Amanda não era casada com o cara.

- E você é?

Marco não respondeu, olhou para ela rapidamente e ficou em silêncio.

- Foi isso que ficou em aberto, no sábado, na conversa na pizzaria, não foi? Você é casado com ela de verdade.

- Como eu disse lá, é uma história muito longa e muito triste pra se explicar em poucas palavras.

- Tenta resumir... Estamos sozinhos.

Marco respirou fundo.

- A Amanda sofreu um acidente de carro em maio do ano passado e ficou em coma por duas semanas. Eu pensei que ela fosse... morrer e resolvi me casar com ela no hospital. É isso.

Os olhos dela brilharam, num misto de tristeza e admiração. Ficou em silêncio.

- Eu falei que era triste, ele disse, sem acreditar no que tinha feito. – E isso é só um terço da história.

- Quer dizer que a aliança é de verdade?

- É... E eu gostaria que você não ficasse comentando isso com mais ninguém.

Cleo sorriu.

- Por quê? Se é segredo, por que você usa?

- O fato não é segredo, mas eu já disse que o motivo é bem complicado... Não quero ficar explicando isso pra todo mundo.

Ela ficou pensativa por um momento.

- Eu posso te fazer outra pergunta?

- Faça.

- Você disse que está casado há um ano. Você já se arrependeu dessa decisão, alguma vez?

- Não, nem por um minuto. Eu soube que ela era a garota da minha vida quando a vi pela primeira vez.

- Isso não existe. Você tem dezoito anos. Como pode saber?

Marco riu e olhou para o copo novamente.

CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO

PARTE II

DEUS ESTÁ EM TODAS AS COISAS

SONHAR FAZ PARTE DO CRESCER E SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!

Que TODAS AS NOSSAS SENHORAS abençoem a todos nós!

Que A de sua devoção proteja toda sua família!

PAZ, LUZ, SAÚDE

E MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS

A VACINA TÃO ESPERADA CHEGOU!

OREMOS POR NOSSO PRESIDENTE CRIANÇA!

OBRIGADA PELA COMPANHIA E QUE TODOS TENHAM UM BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 20/01/2021
Código do texto: T7163916
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