MANDY II - CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO - PARTE 1
I – CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
Marco chegou bem atrasado no prédio da Anhembi/Morumbi. Ao entrar apressado, deu de encontro com Cleo e a fez derrubar todos os cadernos.
- Poxa vida! Desculpa, disse ele, abaixando-se para ajudá-la a pegar os cadernos.
- Não foi nada, ela disse, abaixando-se também. - Oi, Marco! Está atrasado também?
- Oi, Cleo! Mais ou menos...
- Nem adianta correr. O Ronaldo não vai deixar você entrar. Ele está com a macaca, hoje.
- Sério?
- Eu também tentei.
Os dois ergueram-se.
- Corri tanto, derrubei os seus cadernos, por nada.
- Eu estava indo pra lanchonete. Nem tomei café, hoje, de tão atrasada. Quer ir comigo?
Marco hesitou, lembrando do que Teo havia falado sobre ela, mas não teve como recusar.
- Tudo bem. Vamos nessa...
Os dois foram para a cantina e pediram, ambos, um café com leite e Cleo pediu também um sanduíche natural.
- Você não vai comer nada? - ela perguntou.
- Não. Já tomei café. Estou só te acompanhando.
- Eu sei que não é da minha conta... mas você está atrasado por quê? Sua mãe é como a minha?
- E como é que é a sua mãe?
- Dorme mais do que eu.
Ambos riram.
- Não é bem isso. A minha dorme mais do que eu, mas não é ela quem me acorda. Eu faço isso sozinho, desde o colégio.
- Sério? Eu devia imaginar.
- Por quê?
- Você parece fazer tudo por si mesmo.
- Nem tudo. Não sei fazer panquecas, mas faço um café delicioso... ele declarou com orgulho modesto.
Ela riu.
- Você não respondeu à minha pergunta.
- Eu fui levar a Amanda pro colégio.
- Ah... ela disse, dando uma mordida no sanduíche, parecendo não muito feliz com a resposta. – Você faz isso toda manhã?
- Não, senão me atrasaria todo dia. Ela entra às oito. Hoje foi preciso... ele disse, não querendo prolongar o assunto.
- Hum...
- Você não tem namorado, não é? - ele perguntou.
Ela balançou a cabeça, negando, enquanto mastigava.
- Por quê?
Cleo deu de ombros e sorriu.
- Acho que é por causa do meu nome. Eu nasci pra ser mulher fatal... Acho que os caras pressentem isso e fogem...
Marco fez que não entendeu e tomou um gole de café. Depois de um instante de silêncio, ele perguntou:
- Estava curioso pra perguntar: seu nome é só Cleo?
- Cleópatra, mas não gosto. Só Cleo está bom... sem o só, claro, ela disse, rindo.
- Diferente... É um nome muito raro. Só lembro de ter visto nos livros de História mesmo. Você sabe por que seus pais te deram esse nome?
- Meu pai era professor de História. Ele era fascinado pela história do Império Romano e todos aqueles imperadores... Quando eu era menina, ele me punha no colo e me contava todas as façanhas deles e dizia que eu ainda ia encontrar...
Ela ficou olhando para a xícara de café em silêncio.
- O quê? - ele perguntou.
- Meu Júlio César ou meu Marco Antônio...
Marco ficou olhando para ela e Cleo retribuiu o olhar. Ele sorriu e desconversou:
- Eu tenho um afilhado chamado Júlio César. O pai dele colocou esse nome nele por minha causa. Só que ele tem dois meses.
Ela também sorriu e rebateu.
- E eu tenho um colega chamado Marco Antônio... que tem dezoito anos.
Marco ficou sem graça e desviou o olhar.
- É só um nome, Cleo.
- Eu sei... mas você está aqui do meu lado, como meu pai disse que ia acontecer.
- E o que significa isso? Eu não tenho nada a ver com o personagem da história de Roma.
- Mas a Cleo da história tem tudo a ver comigo.
Marco sorriu e brincou:
- Se eu fosse você, não iria nunca mais ao Butantã.
- O Chu vive brincando assim comigo também.
- Por que você disse que nasceu pra ser mulher fatal? Você não pensa em fazer o que a Cleópatra fez, pensa?
- A parte mais bonita da história dela foi justamente essa. Ela fugiu com Marco Antônio de Roma pro Egito pra não ser pega pelo Imperador Otávio e os dois se mataram.
- Lamento te desapontar, mas... acho que eu não sou o Marco Antônio que você espera encontrar. Acho que existe outro jeito de resolver problemas de amor sem ser a morte. Chega a não ter sentido pra mim.
- Você não faria algo assim pela Amanda?
- Não...
- Não? Eu pensei que você gostasse dela.
- Você não entendeu. Eu não gosto da Amanda. Eu amo a Amanda e isso quer dizer que meu lance com ela é mais de vida do que de morte. Eu até acredito na vida após a morte, mas também sei que... se matar não leva a gente pra um lugar muito bom, mesmo que fossemos juntos no mesmo momento. O caminho é bem outro.
Cleo ficou olhando para ele nos olhos e disse:
- Você não se encaixa na nossa turma.
- Por que não?
- Todo mundo da turma já teve problemas graves de desajuste familiar, delinquência social...
- Está brincando!
- Sério.
- Até você?
- Até eu...
Marco não quis ser indiscreto e perguntar por quê. Resolveu mudar de assunto.
CLEÓPATRA E MARCO ANTÔNIO
PARTE I
DEUS ESTÁ EM TODAS AS COISAS
SONHAR FAZ PARTE DO CRESCER E SEMPRE SERÁ DE GRAÇA!
Que TODAS AS NOSSAS SENHORAS abençoem a todos nós!
Que A de sua devoção proteja toda sua família!
PAZ, LUZ, SAÚDE
E MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS
A VACINA TÃO ESPERADA CHEGOU!
OREMOS POR NOSSO PRESIDENTE CRIANÇA!
OBRIGADA PELA COMPANHIA E QUE TODOS TENHAM UM BOM DIA!