MANDY II - PRIMEIRA CENA DE CIÚME - PARTE 2

II – PRIMEIRA CENA DE CIÚME

Marco foi apanhar Amanda no colégio Paralelo e, ao invés de esperá-la no carro, como de costume, entrou no prédio. Faltava pouco para a saída e ele foi direto à sala dela. A porta estava aberta e estavam tendo aula de Matemática. Ele viu o professor Cassiano sentado à mesa, explicando alguma coisa para uma aluna e o professor também o viu. Acenou e o convidou a entrar com um gesto. Marco recusou-se. Cassiano pediu licença à garota e foi falar com ele no corredor. Apertaram-se as mãos.

- Como vai, ex-aluno! Há quanto tempo!

- Pois é, desde o baile. Como vai, Cassiano?

- Na luta. Esperando a Amanda?

- É.

- Ela já sai. Tem mais uns... quatro ou cinco minutos de aula. Não quer mesmo entrar? Desistiu da Matemática?

- Não, eu adoro Matemática ainda, só mudei de perspectiva.

- Eu soube que você está fazendo Comunicação Social. Grande futuro, se você realmente gosta da coisa.

- Gosto. Gosto um bocado. Gosto como gosto de Matemática.

- Já vejo um homem de sucesso.

- Deus te ouça.

- Sua garota segue você de perto nisso. No final do ano passado ela decaiu por causa daquele acidente, mas já recuperou as energias. É minha melhor aluna.

- Ela é. Chega a ser melhor que eu. Ela estudou muito tempo em colégio de freiras lá em Minas. É mais disciplinada do que eu.

- Eu noto isso. Bom, me deixa terminar minha aula. Foi bom te rever. Não esquece da gente. Tchau, Marco.

- O prazer foi meu. Tchau, Cassiano.

O professor entrou novamente na sala e Marco, ali mesmo do corredor, procurou por Amanda dentro da sala. Ele a viu sentada junto de um colega, como se lhe explicando alguma coisa da matéria e, por um momento, sentiu uma pontinha de ciúme dela. O rapaz olhava para ela de uma forma nada comum e Marco nunca o tinha visto na escola antes. Levemente aborrecido, resolveu sair e esperá-la no carro.

- Quem é aquele? - perguntou para si mesmo.

Saiu do prédio e foi encostar-se no carro. Os quatro minutos restantes duraram quatro horas. Até que o sinal tocou e os estudantes começaram a sair. Amanda demorava e ele ficou cada vez mais impaciente. Era a primeira vez que ele sentia ciúme dela, depois do caso com Otávio. Para ajudar, Lídia apareceu no meio dos jovens, o viu e foi falar com ele. Ela estava bem diferente. Tinha deixado o cabelo crescer e o pintou de loiro. Aproximou-se dele e sorriu.

- Oi, gato!

Marco olhou para ela, mas não respondeu.

- Nem me cumprimenta mais?

- Oi, Lídia.

- Eu estava com saudades. Cortou o cabelo? Você está a cada dia mais lindo, sabia?

- Obrigado. Você também mudou muito.

- Ela te faz bem mesmo...

Marco não disse nada. Lídia pegou a mão esquerda dele e sorriu triste ao ver a aliança.

- É... Não desfizeram essa loucura ainda. Eu soube que vocês estão montando apartamento.

- Está bem informada.

- Estou, a Ângela, às vezes, me conta alguma coisa. O Rotemberg me tirou da sala da Amanda. Eu quase não a vejo.

- Eu sei.

- Eu também soube que você vai se casar pra valer com ela... Sete de outubro, não é?

Marco gelou.

- Quem te disse isso?

Lídia sorriu.

- Assustado? Eu também me assustei quando a Elisa me falou.

Ela chegou bem perto dele e deslizou o dedo indicador em seu rosto. Marco segurou sua mão. Lídia beijou a mão dele e afastou-se, bem devagar, sorrindo.

Marco ficou apavorado. Um segredo daqueles nas mãos de Lídia era perigoso demais e ele tinha que descobrir como Elisa tinha descoberto, uma vez que só ele, Amanda e o padre sabiam.

Só então ele se lembrou de que estava esperando por Amanda e a viu aproximar-se dele com cara de poucos amigos, ao lado de Débora.

- O que ela estava fazendo aqui com você? - ela perguntou.

Marco se lembrou do rapaz na sala de aula e rebateu:

- O mesmo que aquele cara estava fazendo com você, lá em cima.

- O quê?

- Quem era aquele garoto?

- Que garoto, Marco?

- Você estava sentada ao lado de um cara, na sala de aula, com o rosto tão junto do dele que dava pra ver o reflexo da sua blusa no olho dele.

Amanda olhou para Débora, sem entender. Depois começou a rir.

- Está rindo do que, Amanda? - ele perguntou, sério.

- Você está falando do Alberto?

- Ah, é Alberto o nome dele? Como é que ele vai em Matemática?

- O Cassiano pediu aos alunos que soubessem um pouco mais que ensinassem...

- Eu já conheço o método do Cassiano, Amanda, eu fazia isso no ano passado, mas eu nunca escolhi uma garota pra ajudar, depois que eu comecei a namorar com você.

- E daí? É um colega de classe!

- Que te engolia com os olhos, que eu vi!

- Marco!

Débora só olhava para um e outro e via que a discussão estava ficando mais séria. Nunca tinha visto os dois discutirem, antes.

PRIMEIRA CENA DE CIÚME

PARTE II

DEUS ESTÁ EM TODAS AS COISAS

OBRIGADA E QUE ELE LHES DÊ UM BOM DIA!

SONHAR FAZ PARTE DO CRESCER E AINDA É DE GRAÇA!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/01/2021
Código do texto: T7161683
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