MANDY - UM ANEL NUM LAGO GELADO - PARTE 8

VIII – UM ANEL NUM LAGO GELADO

Teo falava muito sério, olhando para o amigo como se o repreendesse. Marco olhou para ele e sorriu.

- O contrário não seria mais inteligente? Primeiro eu mato ele e depois me mato?

- Gente, vamos parar de falar de morte! - reclamou Aldo. - Não vai ajudar em nada.

Laila apareceu na porta e colocou a cabeça para dentro do quarto.

- Meninos, vocês não querem tomar um café? Eu fiz panquecas. Vão acabar esfriando.

- Oba! Eu ‘tô nessa, disse Teo, levantando da cama. – Vamos, Aldo? Eu conheço as panquecas dessa senhora e elas não nascem pra serem desperdiçadas.

- Eu já tomei... Aldo ia começar a falar, mas percebeu a piscada de Teo que só queria fazer com que Marco saísse daquela letargia e concordou. – É, seria uma boa ideia, dona Laila. Eu vou aceitar.

- Vem também, meu amor, ela disse para o filho. – Vem comer um pouquinho.

Marco olhou para Teo por um momento e acabou rindo.

- É o pior ator que eu já vi na minha vida, mas tem um dom indiscutível pra palhaço de circo.

- Pra alguma coisa eu tenho talento. Só tenho que comprar um nariz vermelho, disse Teo, mexendo com as sobrancelhas e dando um sorrisinho maroto.

Marco balançou a cabeça e acabou por aceitar o convite da mãe, indo tomar o café com os dois amigos.

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Os dias se passaram lentos.

A rotina do colégio Paralelo voltou ao normal, apesar de todos ainda estarem muito traumatizados com a situação de Amanda, que continuava internada.

Um diretor substituto tinha assumido o lugar de José Rotemberg que havia saído em licença médica familiar. Todos os dias, alunos da sala de Amanda e da sala de Marco, que conheciam a história dos dois, apareciam no hospital para visitar a moça ou simplesmente para deixar um cartão, um bilhete desejando saúde, ou flores, que Dalva ajeitava em vasos que enfeitavam o quarto dela.

No colégio, Marco estava sempre cercado de colegas lhe prestando apoio, muitos com os quais nunca havia conversado antes.

Em casa, ele estava sempre no quarto, na maior parte do tempo e só conversava com alguém quando Teo ou Aldo apareciam. E quando Laila entrava no quarto para lhe trazer alguma coisa para comer ou beber ou mesmo conversar amenidades.

Numa tarde fria de domingo, duas semanas depois do ocorrido, Laila entrou no quarto com uma travessa de suspiros e o viu deitado de bruços na cama, com os fones de ouvido nas orelhas e o rosto escondido nos braços.

Laila colocou a travessa sobre a escrivaninha, sentou-se ao lado dele na cama e colocou sua mão por baixo do blusão dele, acariciando suas costas. Marco levantou a cabeça rapidamente e gemeu:

- Ai, mãe! Que mão fria!

- Estou colocando aí pra esquentar, ela disse, sorrindo.

Ele tirou os fones e deitou-se de costas, segurando as duas mãos dela por baixo da blusa junto a seu peito.

- Está bom assim?

- Está ótimo! Fiz uns docinhos pra você.

- Hum... Obrigado, disse ele, forçando um sorriso.

- Seu pai e eu vamos ao cinema. Quer ir?

- Ver o quê?

- “Dirty Dancing – Ritmo Louco”

Marco sorriu.

- Já ouvi falar. O tema de amor é lindo e o cara dança pra burro!

- Vem com a gente?

- Não... Está muito frio. Não estou com vontade de sair.

- Você não pode ficar o tempo todo nesse quarto, meu bem. Vai acabar ficando doente. A Amanda não morreu e você também não. Ela não ficaria zangada se soubesse que você foi ao cinema pra se divertir um pouco com seus pais.

- Eu sei que não, mas eu não estou mesmo com vontade. E também não quero ficar segurando vela pra vocês.

Laila riu.

- Não seria a primeira vez. Até os cinco anos, você dormia com a gente e depois, quando já tinha esse quarto, saia daqui e ia se meter no meio da gente na cama.

- Ah, agora eu entendi por que vocês não conseguiram ter mais filhos. O culpado fui eu mesmo.

Laila riu, retirou as mãos debaixo da blusa dele e as encostou no rosto.

- Agora, estão quentinhas. Obrigada.

- Disponha.

Ela o beijou no rosto e insistiu:

- Vem com a gente, filhote!

- Não. Vão vocês dois. Vou morrer de ciúmes, mas... acho que o velho merece uma chance. Quando a Amanda acordar, prometo que vamos nós quatro.

Laila olhou para ele séria e acariciou seus cabelos.

- Você ainda acredita que ela vá voltar?

Ele respirou fundo e olhou para a mão dela entre as suas.

- Se ela não voltar... eu vou atrás dela.

Os olhos de Laila se encheram de água e ela o abraçou.

- Não fale assim nem brincando, Marco. Eu não viveria sem você, filho.

Marco não conseguiu dizer mais nada.

UM ANEL NUM LAGO GELADO

PARTE VIII

OBRIGADA A TODOS!

O ANO É NOVO!

E NÓS NÃO SOMOS OS MESMOS...

MAS MEU DESEJO É O MESMO

PAZ, LUZ, SAÚDE E MUITAS BÊNÇÃOS A TODOS

SAÚDE, SAÚDE, SAÚDE!

OBRIGADA PELA COMPANHIA

E BOM DIA!

QUE BOM QUE SONHAR AINDA É DE GRAÇA!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/01/2021
Código do texto: T7153935
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