MAR DE AMOR III - PARTE 8
MAR DE AMOR III
PARTE VIII
Marcos ficou olhando para Dione, imaginando se ela seria mesmo tão descolada a ponto de mudar uma situação tão séria assim tão facilmente.
- O que você vai dizer pra ele, se eu disser que sim?
- Nós vamos falar com o Luciano, juntos. Vamos explicar, juntos, a situação. Eu gosto muito dele, desde o início. Adorei a coragem dele, quando afastou o Victor de mim com tanta inteligência e sutileza. O Victor nem percebeu como foi bobo por cair da teia dele e se deixar enganar. O Luciano me surpreendeu de verdade. Só estando muito apaixonado pra ter feito o que fez. Ele tem uma malandragem carioca quase infantil que não ofende ninguém. Ele te convence pela lábia, mas no fim a culpa é sua por ser ingênuo e ser vítima dos seus próprios erros. Se o Victor não tivesse bebido tanto não teria caído como caiu e talvez ainda estivesse namorando comigo agora.
Marcos sorriu e lembrou-se do final de semana onde seus pais haviam quase se reapaixonado por causa do irmão.
- Eu sei do que você está falando... Ele virou a história da vida da minha família nesse final de semana por causa dessa... malandragem carioca...
- Você vê como, mesmo sendo irmãos, vocês são tão diferentes. Não te vejo querendo passar por cima de ninguém pra conseguir o que quer.
- Você está dizendo que... eu não sou um carioca malandro?
- Você é carioca? – ela perguntou, brincando.
- Nem sei... ele falou, passando a mão pelo rosto. – Eu nasci no Rio, mas acho que viver em São Paulo está me tirando essa... malandragem.
Os dois riem.
- Não se torture por isso. Seu jeito de convencer as pessoas está justamente na confiança que você inspira. Seu carisma. Seus olhos azuis dizem pra gente: “Confia nele. Ele é do bem.”.
Marcos piscou várias vezes e voltou a olhar para o prato, encabulado. Nunca tinha se acostumado a ser elogiado por sua beleza
- Você estava dizendo que... a gente vai conversar como meu irmão juntos... quando?
- Quando você quiser. Ele não me ligou no final de semana. Eu imagino que vocês estavam com visita em casa e ele nem se lembrou de mim...
- Não sei se não lembrou de você, mas a cabecinha dele estava em reaproximar meus pais e tentar convencer meu pai a deixar ele ficar aqui em São Paulo.
- E ele vai deixar?
- Vai. E prepare-se para vê-lo cada vez menos. Só nos finais de semana ou quando meu pai deixar. Ele começou a trabalhar com meu pai no consultório.
- Que bom! Mas se eu começar a namorar com você... também vou te ver pouco. Você tem a faculdade.
- Você está falando de um futuro ainda incerto, Dione. Eu nem imagino como o Luciano vai receber de nós dois essa notícia. Ele te ama de verdade e... pode pensar que nós dois o estamos traindo. Que eu o traí! Várias vezes, ele me perguntou se eu gostava de você e eu disse que não.
- Nada que valha a pena acontece com facilidade. Todo mundo tem que fazer algum sacrifício.
- Mas não me agrada nada que esse sacrifício tenha que ser o do meu irmão.
- A Sandra também quase se sacrificou por você quando aceitou namorar você, sem ser amada, não foi?
- Eu não pedi nada pra ela.
- Seu irmão também ia desistir de mim se você tivesse dito a verdade, não ia?
- Tá, a burrada toda fui eu que fiz, já entendi, ele disse, passando a mão pelos cabelos. – Em que pé nós ficamos, então?
- Vamos só dizer a verdade. Não dizem que a verdade liberta?
- Meu irmão veio pra cá pra fugir do namorado da minha mãe, encontrou você, se apaixonou... e vai ser infeliz ficando aqui sem você.
- E a gente tem culpa disso? Eu tenho culpa disso? A nossa estória começou muito antes, Marcos.
Ele ficou olhando para as pessoas nas outras mesas, ainda meio confuso e indeciso, e Dione pegou sua mão, carinhosa.
- Eu vou te ajudar a passar por isso... Eu te amo... A gente vai fazer o Luciano entender tudo e ele vai entender.
- E se não entender?
- Com o charme que ele tem, vai logo encontrar alguém que se apaixone por ele, como ele se apaixonou por mim. Ele é novinho ainda. E tem muito potencial.
- E você não é novinha? – ele perguntou, sorrindo. – Você é mais nova que ele.
- Eu já encontrei o que eu quero...
Dione segurou o rosto dele nas mãos e o beijou longa e apaixonadamente.
- Isso é o meu “sim”? – Marcos perguntou, ansioso.
Ela abriu um largo sorriso e respondeu:
- Eu é que tenho que perguntar! Isso pode ser meu “sim”?
- Sim... sim... sim...
Depois de cada “sim” eles trocaram um beijo terno e sorriram de alívio. Marcos encostou a testa na dela e começou a cantar a música do comercial da Lunny’s:
- “Eu me lembro de você, mesmo sem te conhecer...”.
- O gato da Lunny’s finalmente é meu! – ela disse, fingindo gritar, mas bem baixinho.
Ele lamentou:
- Eu mereço...!
Dione riu e ele a acompanhou, beijando-a de novo, várias vezes no rosto.
MAR DE AMOR III
PARTE VIII
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
ALIMENTE A ALMA DE PAZ
E HAVERÁ SAÚDE PARA TODOS!
BOA TARDE!
PAZ E BEM