MAR DE AMOR III - PARTE 7
MAR DE AMOR III
PARTE VII
Os pratos vieram, o vinho também e os dois começaram a comer em silêncio. Dione comia bem devagar e mastigava bem o que colocava na boca sem olhar para ele. Olhava para as outras pessoas sentadas por ali, mas evitava contato visual com ele.
Percebendo que quem teria que começar a conversa era realmente ele, Marcos tomou um gole de sua taça e perguntou:
- Como vai seu namoro com o meu irmão?
Dione sorriu e tossiu, tomando um gole de vinho.
- Não acredito que você me trouxe aqui pra perguntar do seu irmão...
- Eu não perguntei do meu irmão. Perguntei... Dione, facilita. Eu tenho que falar dele antes de falar de nós dois.
- Não existe e nunca existiu nós dois, Marcos. Você não deixou nem começar!
- Você acha que daria certo?
- O quê?
- Nós dois...
Ela ficou olhando para ele, enquanto mastigava lentamente e quase penetrou dentro de seus olhos azuis.
- Eu te amo...
- Isso não é resposta.
- Você acha que eu posso pensar que não daria certo se eu te amo? Ninguém pode apostar num futuro com ninguém se não há pelo menos a possibilidade de querer que dê certo, Marcos. Eu vi meu futuro com você quando te conheci na agência e o Osmar disse que a gente ia fazer o clipe juntos.
- Por mais incrível que possa parecer... eu também...
- Então por que você deixou a chegar nisso? Por que você envolveu a Sandra e o seu irmão na nossa história?
- Eu não te conhecia direito quando começamos a fazer o clipe, Dione. Você parecia mesmo a garota de dezessete anos que o meu personagem paquerava e eu me apaixonei pelo personagem...
- Por isso eu te disse que você devia ter continuado a paquera na vida real! Eu te falei isso!
- Aqui fora nós não tínhamos dezessete anos, Dione! Aqui fora, eu fui te conhecendo aos poucos e você era a menina de quinze anos e eu o cara de vinte e dois. A nossa realidade era bem diferente.
- E o que é que eu faço com essa realidade? Ensino pro meu coração de quinze anos que ele não pode estar apaixonado pelo cara de vinte e dois? O coração não tem idade, Marcos!
- Tá! Então você se arriscaria a namorar comigo, mesmo sabendo que daqui a algum tempo a gente pode descobrir que foi um erro? Que eu sou um cara quadrado, limitado que não chega nem perto das suas pretensões?
- Você não é quadrado, nem limitado. Você é um futuro dentista, atualizado... decente... lindo...
Dione colocou a mão em seu rosto e Marcos fechou os olhos, colocando a sua por cima da dela.
- Decente...? Eu estou jantando com a namorada do meu irmão... sem ele aqui...
Dione riu graciosamente, com seu jeitinho de menina que fazia alguma arte.
- Faz de conta que eu sou sua cunhada. O que tem demais? Nós trabalhamos na mesma empresa a mais tempo do que eu namoro ele. Não estamos fazendo nada, Marcos.
- Não é preciso fazer nada errado... ele disse, retirando a mão dela de seu rosto. – Só pensar já complica tudo.
- E o que você está pensando que pode ser tão errado assim?
Marcos tomou um gole do vinho e confessou:
- Estou pensando... e tentando bravamente não pensar... que eu queria muito te beijar agora.
Ela sorriu, ergueu o corpo sobre a mesa e lhe deu um selinho. Marcos ficou surpreso com o beijo e riu.
- Você é doida!
- Por quê? Eu não tenho medo de mostrar o que eu sinto pra ninguém.
- E se alguém nos vê?
- Todo mundo já viu nós dois, várias vezes na televisão. E ninguém vai estranhar de nos ver trocando um selinho depois daquela paquera toda do comercial. O normal seria até já nos ver casados depois daquilo, não? Não acontece nas novelas? Os atores e atrizes que formam casais na telinha acabam se casando de verdade na vida real.
- Não somos atores de novela...
- Ah, você agora vai me dizer que aquilo não foi uma encenação. Nós estamos fingindo ser um cara e uma garota de dezessete anos! Todo comercial que tem uma estorinha por trás é uma pequena novela. A mídia adora isso. O público adora isso. Eles compram as coisas que a gente está vestindo por que se identificam com a gente e com a marca. Tem gente que gravou o nosso comercial da Lunny’s por nossa causa, Marcos.
- É... pode ser. Mas a realidade é bem diferente da ficção. Aqui fora, você é namorada do meu irmão. Ponto.
- Estamos aqui pra conversar sobre isso. Uma palavra sua e essa situação muda. Você quer namorar comigo?
Ele ficou olhando para ela imaginando se Dione seria mesmo tão descolada a ponto de mudar uma situação tão séria assim tão facilmente.
MAR DE AMOR III
PARTE VII
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
ALIMENTEM A ALMA DE LUZ, NA CLARIDADE DA FÉ
E HAVERÁ SAÚDE PARA TODOS!
BOM DIA!
PAZ E BEM