MAR DE AMOR II - PARTE 25
MAR DE AMOR II
PARTE XXV
Breno olhou para Rosana e suspirou, colocando a mão na maçaneta da porta.
- Bom... então temos todos que dormir cedo, não? Eu estou morto pra ir pra cama.
- Você já jantou? – Luciano perguntou.
- Comi na rua. Não estou com fome. Só com sono. Vou dormir. Eu estou vendo que você já está instalada, Rosana. Conseguiu até roupas pra dormir.
- Mara me emprestou um pijama.
- E cadê ela?
- Foi dormir. Ela também vai sair cedo amanhã pro estúdio. É bom ela trabalhar com o marido. Eles parecem se dar muito bem.
- Se dão, se dão sim.
- Pai... chamou Luciano.
- Oi...
- Não seria melhor eu dormir aqui com o Beto e a mamãe dormir lá no quarto com você?
- Que pergunta sem propósito é essa, Luciano?
- Por que sem propósito, pai? Não faz mais sentido ela dormir lá com você?
- Não. Não faz.
- Mas, pai!
- Vem pro quarto e se acomode logo no seu colchonete, Luciano. Eu quero dormir e não colocar você pra dormir. Você já está bem grandinho pra eu fazer isso, não acha, não? Boa noite a todos.
Breno beijou o alto das cabeças dos filhos e sorriu para Rosana.
- Boa noite, Rosana. Espero que durma bem.
- Boa noite, Breno, ela disse, também sorrindo.
Ele saiu do quarto e Marcos, Rosana e Luciano se olharam. Marcos se esticou para beijar a mãe no rosto.
- Boa noite, mãe.
- Boa noite, amor. Durma bem.
Ele deitou-se na cama de bruços e virou o rosto para a parede oposta.
- Lu, vai, vai logo pro quarto. Eu preciso dormir, é sério. Você não vai madrugar, mas eu vou. Colabora, irmãozinho.
Luciano suspirou e, com ar de desapontamento, esticou-se e beijou a mãe no rosto também.
- Tem certeza que você...
- Luciano... ela interrompeu, falando baixinho. – vai dormir, bebê. Não estamos na nossa casa no Rio. Estamos na casa do seu pai.
- Mas...
- Boa noite, filho.
Ele suspirou, cedendo à realidade, beijou a mãe de novo e foi para a porta. Apagou a luz do quarto e perguntou:
- Quer que eu feche a porta?
- Não, Marcos respondeu. – Está muito calor... A mãe pode querer sair no meio da madrugada. Deixa a luz do banheiro acesa. Dormir em casa diferente é bem estranho na primeira noite.
- Tá... Concorda, mãe?
- Pode ser, filhote. Obrigada pela preocupação, Marquinho.
- Boa noite aos dois...
- Boa noite, Lu, disseram os dois.
Luciano afastou-se e acendeu a luz do banheiro, deixando a porta meio fechada, só para deixar alguma luz no corredor, caso a mãe precisasse.
Rosana demorou um pouco para dormir. Dez minutos depois, com a casa toda em silêncio, mesmo no escuro, chamou:
- Marcos?
- Hum?...
- Está acordado, filho?
Ele virou-se para o lado dela e respondeu:
- Estou. Quer alguma coisa, mãe?
- Você também quer o mesmo que o seu irmão quer?
- Não sei... O que você acha que meu irmão quer? Ele quer tanta coisa...
- Ele planejou tudo isso que está acontecendo agora. Eu vim pra São Paulo, conversei com seu pai de novo, estou dormindo na mesma casa que ele... de novo... e sei que o Luciano queria que eu dormisse no mesmo quarto que o Breno, talvez até... com ele! Você também quer isso?
Marcos fez um instante de silêncio e sorriu, coisa que Rosana não viu, por estarem no escuro.
- Quer, filho?
- Eu também quero muita coisa, mãe. Há muito tempo que eu quero muita coisa, mas... eu quero muito e sempre quis que vocês dois fossem felizes. Juntos ou separados.
- Responde ao que eu perguntei, Marcos.
- Só completando a minha resposta... Meu pai não está feliz... desde que se separou de você... Eu acho que você já percebeu que ele mudou muito. O Breno Bianchi de quem você se separou não é o mesmo Breno Bianchi com quem você conversou hoje... Estou errado?
- Não... Ele está mais maduro, mais centrado...
- E mais triste... Meu pai ainda é apaixonado por você, mãe. Tudo que ele faz agora é tentar erguer a nossa vida e sobreviver. E ele tem tentado bravamente, tem várias namoradas, no tempo livre que tem, ele sai e passa madrugadas fora, mas... ele nunca superou e não supera a falta que sente de você e do Luciano.
- Você acha?
- Não acho, tenho certeza.
- Então você pensa como o doidinho do seu irmão pensa... Você acha que ainda temos chance de...
- Eu não acho nada. Só acho que meu irmão... doidinho, enxerga longe e o susto de ver você unida a outro homem que não fosse meu pai foi como... se ele fosse um grão de pipoca que sentiu a panela esquentar debaixo dele e pulou, quando sentiu o perigo de virar pipoca. Pulou pra cá e trouxe você junto. E eu gostaria de estar aqui amanhã pra ver a resposta a tudo que meu pai exigiu dele.
Rosana fica em silêncio. E a vez de Marcos perguntar:
- E você, mãe? Você ama o Gilberto mais do que amou meu pai? Estando aqui a metros dele, você não sente nada diferente?
Ela continuou em silêncio. Marcos sorriu e apenas se virou de novo para o outro lado, disse:
- Obrigado pela resposta, minha mãe... Boa noite.
MAR DE AMOR II
PARTE 25
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
ALIMENTEM A ALMA DE PAZ
E HAVERÁ SAÚDE PARA TODOS!
BOM DOMINGO!
PAZ E LUZ