MAR DE AMOR - PARTE 24
MAR DE AMOR
PARTE XXIV
Na faculdade, Marcos não tinha prestado atenção em quase nada da palestra que havia assistido. Só conseguia enxergar o beijo que Luciano e Dione haviam trocado e mesmo quando fechava os olhos, era a única coisa que via.
Sandra, colega de classe, percebeu e saiu atrás dele quando a palestra acabou. Como Marcos estava parecendo estar com pressa e tinha os passos bem largos, ela teve que correr atrás dele e chamou:
- Marcos!
Ele parou e esperou. Ela aproximou-se.
- Já está indo embora?
- Não, vou dar uma chegada na biblioteca. Dar uma estudada.
- Posso ir com você?
Marcos hesitou em responder.
- Sabe o que é, Sandra, eu... precisava ficar sozinho...
- Era essa a resposta que eu esperava ouvir. Sua cara não está nada legal, sabia? Seus olhos são tristes por natureza, mas hoje... putz, hoje você está inteirinho triste.
Ele sorriu.
- Você notou é?
- Posso ajudar?
- Não... infelizmente não.
- Estudar vai ajudar ou você escolheu a biblioteca porque é o lugar mais tranquilo do universo?
- Meio termo. A biblioteca é o lugar mais tranquilo da Universidade.
Eles riem.
- Eu conheço um lugar mais tranquilo que a biblioteca.
- É mesmo? Onde?
- Meu apartamento. Fica no décimo terceiro andar de um prédio que fica numa rua onde não passa ônibus e dá pra ver o Parque do Ibirapuera de longe, verdinho... tranquilo...
Ele sorriu.
- Convite tentador.
- Vamos?
- Sério... Eu estou tão pra baixo hoje, Sandra. Não sei se ia valer a pena...
- Ao lado do meu prédio tem um colégio de freiras. Eu posso te jogar de lá direto no pátio delas, se não conseguir levantar o seu astral. Hum?
Marcos sorriu novamente, emocionado pela presença de espírito dela em querer animá-lo. Teve que ceder.
- Tudo bem, vamos lá. Mas não prometo nada. Conta e risco seu.
- Eu me garanto...
Ela pendurou-se no braço dele, feliz.
O apartamento era pequeno, mas bastante claro e arejado. Uma janela enorme de vidro deixava a vista de São Paulo entrar em todo ambiente da pequena sala de estar. Foi a primeira coisa que chamou a atenção de Marcos, logo que entrou nele. Ele colocou os cadernos sobre o sofá e foi até a vidraça, observar toda a vista.
- Poxa! Daqui de cima ela fica mais bonita ainda...
- Gostou?
- Adorei. Lembra o apartamento em que eu morava no Rio. Dava pra ver o mar azul... Aqui você vê um mar verde.
- Não era pequeno assim, era?
- Não, era maior, mas lá moravam quatro pessoas: meus pais, meu irmão e eu. Você mora aqui sozinha, não é?
- Hum, hum...
- Então o seu é grande.
Ele ficou em silêncio, olhando ainda encantado a vista da cidade. Sandra foi colocar a bolsa no quarto depois pegou os cadernos dele, colocando-os sobre um móvel. Então foi até a cozinha e apanhou duas bebidas. Trouxe até a sala e colocou uma na mão dele, ficando a seu lado.
- Obrigado... O que é?
- Uísque.
Marcos sorriu, olhando para a dose no copo.
- Quer me deixar tonto?
- É importado.
- Hum... Esqueci que você era filha do dono da Fazini equipamentos Eletrônicos. Rico não fica bêbado...
- Nada a ver. Ganhei de uma amiga que veio da Europa outro dia. Esqueceu que eu bringuei com meu pai?
- Ah, é. Sinto muito, tinha esquecido.
- Não faça isso, ela disse, tomando um pequeno gole da bebida.
- O quê?
- Não sinta, foi a melhor coisa que eu fiz nos últimos tempos.
Marcos fez o mesmo e ficaram em silêncio por alguns segundos, curtindo o silêncio e a vista.
MAR DE AMOR
PARTE 24
02 DE NOVEMBRO
DIA DE FINADOS
OREMOS A NOSSOS FALECIDOS
A TOM VEIGA PELO SEU PASSAMENTO TÃO CEDO...
TODO E QUALQUER UM QUE VOCÊ TENHA NO CORAÇÃO
E NÃO ESTEJA MAIS COM VOCÊ PORQUE JÁ FOI PRA CASA...
LIFE ISN’T EVERYTHING...
PAZ, LUZ, ALEGRIA E HARMONIA...
ALÉM DE MUITA SAÚDE A TODOS!
BOM DIA!
PAZ E BEM