MAR DE AMOR - PARTE 13

MAR DE AMOR

PARTE XIII

Quando Breno chegou, Marcos e Luciano estavam conversando no quarto de Marcos. Ao ver o filho caçula, ele parou na porta e, muito sério, perguntou:

- O que você está fazendo aqui?

Luciano levantou-se e, decepcionado com aquela recepção tão fria, sorriu sem graça e disse:

- Oi, pai.

- Oi. Foi sua mãe que te mandou?

- Não, ela nem sabe que eu vim. Me deixa ficar.

Breno olhou para Marcos e passou a mão pela nuca, aborrecido. Deu as costas e saiu do quarto. Luciano foi atrás dele.

- Por favor, pai!

- Luciano, essa é uma casa feita para duas pessoas, que abriga quatro. Como você pode me pedir pra ficar aqui?

- Eu não posso voltar pra lá!

- Não pode por quê? Você sempre se deu tão bem com sua mãe? O que você aprontou?

- Nada, pai. Enquanto ela estava com você, ela ligava pra mim. Agora tanto faz se eu estou vivo ou morto. Ela nem conversa comigo.

- Por quê? O que mudou? Você continua sendo filho dela. Só está maior e mais independente. Já fez dezoito anos até. Pensei que isso fosse bom. Terminou o colégio?

- Não... ainda... Falta um ano.

Breno balançou a cabeça e foi sentar-se no sofá.

- Você ia bem na escola, quando eu vivia com ela. O que aconteceu? Foi justamente por isso que eu deixei você lá, pra continuar nos eixos junto da sua mãe. Não é pra isso que as mães servem?

- A culpa não foi só dela...

- Com certeza foi minha também, não?

- Não! Eu não disse isso, pai.

- Luciano, eu não posso sustentar você, filho. Seu irmão tem que se formar primeiro, até lá... você vai ter que ter paciência e ficar com ela...

- Eu posso trabalhar e ajudar vocês...

- Trabalhar em quê, rapaz? Você nem acabou o colégio!

- Eu larguei a escola...

Breno olhou para o filho, surpreso.

- Deixou a escola.

Luciano balançou a cabeça levemente, confirmando. Marcos baixou a cabeça e escondeu o rosto na mão.

- Eu comecei a trabalhar lá e não deu mais pra conciliar...

- Trabalhar? Você parou de estudar pra trabalhar? Não sei pra que. Sua mãe não precisava disso. A pensão que eu pago pra ela é...

- Eu era modelo fotográfico no Rio. Posso arrumar alguma coisa aqui também, na agência que contratou o Marcos.

- E vai viver de bico? O Marcos faz o que faz pra me ajudar e a ele mesmo, não como primeira opção de vida dele, Luciano. Ele vai ser dentista como eu. Está estudando pra isso. Dinheiro de fotografia é dinheiro que vem e vai com a mesma rapidez. Esse tipo de coisa não tem solidez e nem futuro. Logo aparece uma cara mais bonita que a sua e eles te chutam o traseiro. Não quero os meus filhos sendo tratados como objetos de consumo de garotas desmioladas.

Encostado na porta do quarto, Marcos baixou os olhos e sorriu discretamente.

- Você não me deixa ficar então?

- Não porque eu não queira, mas porque não posso, Luciano. Eu já nem tenho dado muita atenção pro seu irmão, não quero fazer o mesmo com você. Eu sinto muito. Hoje você dorme aqui. Pode ficar uma semana, se quiser. Não quero que você volte por Rio e sua mãe pense que eu te escorracei daqui, mas você vai ter que voltar pro Rio.

Luciano baixou os olhos e jogou os cabelos para trás, chateado. Breno saiu da sala e foi tomar seu banho. Nervoso, o rapaz foi para a porta e saiu também. Marcos foi atrás dele, imaginando que o irmão fosse precisar de companhia.

- Não vem atrás de mim. Eu quero ficar sozinho, Marcos.

- Vai ter que me bater pra eu obedecer, disse ele, seguindo-o até o portão.

Luciano não retrucou, mas não abriu a boca o tempo todo até chegarem à rua.

MAR DE AMOR

PARTE 13

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PAZ, LUZ, ALEGRIA E HARMONIA...

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PAZ E BEM

Velucy
Enviado por Velucy em 28/10/2020
Código do texto: T7098027
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