MAR DE AMOR - PARTE 9

MAR DE AMOR

PARTE IX

- Vamos tomar alguma coisa em algum lugar? – ela convidou.

- E o... seu namorado? – ele perguntou ressabiado.

- Já foi. Mandei pra casa. Ele é um chato de vez em quando. Fica me pentelhando, com ciúmes de todo mundo no estúdio e emburra. Brigou comigo porque eu disse que queria falar com você, pode? Insegurança boba. Vamos?

- Vamos. Se você acha que não vai causar confusão pra você...

- Claro que não! Ainda está longe o tempo que vai me fazer deixar de fazer o que eu quero por causa de alguém. Ele é meu namorado, não meu marido. Nem meu pai me podava assim.

- Ele sabe dessa sua... filosofia?

- Não sei, ela respondeu, dando de ombros e rindo. – Depois eu conto. Vamos logo.

- Tudo bem, ele disse, rindo também do jeito simples e leve que ela falava.

Foram até a moto e ela perguntou:

- Que bacana! É sua?

- Não, é do meu tio.

- Você não tem carro?

- Tenho. Está com meu pai. Ele vendeu o dele. Ele tem um consultório em Pinheiros e não dá pra ir pra lá todo dia de ônibus. Eu pego a moto do Toni, quando dá; se não dá, meu pai me leva até a faculdade e depois me pega, ou eu volto pra casa de ônibus.

- Seu tio é aquele que você disse que é fotógrafo?

- É.

- Aquele que cruzou a gente no caminho um do outro?

- É... ele riu.

- Cara legal! – ela falou.

Ele olhou para ela e como ela estava de saia, perguntou:

- Vai ser problema pra você ir... na moto?

Ela olhou para si mesma e respondeu sem nenhum constrangimento.

- Não. Sobe primeiro.

Marcos subiu na moto e ela sentou na garupa, abraçando-se à cintura dele. O rapaz sentiu um arrepio gostoso de felicidade ao sentir as mãos dela tocando sua cintura, macias, mas firmes. Deu a partida na motocicleta que saiu do estacionamento e entrou na avenida.

Ele queria que a lanchonete fosse a quilômetros de distância, só para ficar sentindo os braços dela em volta de sua cintura.

Na lanchonete, entraram e pediram refrigerantes e salgados. Ela falou mais do que ele e Marcos viajava na presença de espírito de Dione. Com o rosto apoiado na mão, ele a ouvia falar e observava o jeito de suas mãos, o modo como pegava o copo de refrigerante, seus lábios tocando o canudo e sugando o líquido devagar em pequenos goles; depois o jeito sutil de passar a língua pelos lábios finos e sorrir. Os olhos verdes eram mais claros do que ele havia reparado. E nunca paravam por mais de quinze segundos num ponto só. Estavam sempre olhando tudo e sempre brilhantes. A mão pequena de menina brincava com o guardanapo que dobrava e desdobrava. A tudo ele respondia quase que monossilabicamente e Dione começou a perceber que ele estava muito quieto. Num dado momento, ela parou de falar, olhou para ele, franzindo a testa num jeitinho gracioso e perguntou:

- Estou te aborrecendo?

- Não, claro que não!

- Todo mundo diz que eu falo demais... Se eu estiver te enchendo...

- Não! De jeito nenhum. Eu não sou de falar muito mesmo e... gosto de te ouvir falar.

- Mas você está muito quieto. Você não era assim durante as gravações do comercial. Você brincava... conversava com todo mundo... O que foi que houve?

- Nada. Eu estava só te ouvindo.

Ela ficou olhando para ele séria.

- Estou lembrando de uma coisa que você me disse...

- O quê?

- Sobre a separação dos seus pais... Ontem fez cinco anos, não foi?

Marcos nem havia se lembrado daquele detalhe. Surpreendeu-se com a memória dela.

- É... Ontem fez cinco anos...

- É por isso que você está tão calado?

Ele encostou-se na cadeira e olhou para o copo de refrigerante diante de si.

- Não, pra falar a verdade... eu nem tinha me lembrado. Você tem boa memória.

- Desculpa, não quis...

- Não, não precisa pedir desculpas. É a primeira vez em cinco anos que eu esqueço disso. E acho que foi por sua causa.

- Por minha causa? – ela perguntou, sorrindo.

- É. Eu... pensei em você o dia inteiro ontem.

- Sério? – Dione perguntou, abrindo ainda mais o sorriso.

- Sério. Acho que... mesmo que eu não tivesse que vir até a agência, hoje, eu teria vindo. Estava querendo te ver de novo...

- Que bom! A gente se curtia tanto durante o comercial e depois... cada um foi pra um lado e... perdemos contato...

- É...

- Aquela paquera gostosa ficou no ar, não foi?

Ele sorriu.

- A paquera não era nossa, Didi. Nós éramos dois personagens... de um comercial de roupas.

- Mas e se fosse?

Marcos ficou em silêncio e não respondeu. Ela insistiu:

- O que você faria... depois daquele último encontro lá na loja de roupas?

Marcos apoio o rosto na mão direita e respondeu, sorrindo, olhando dentro dos olhos dela:

- Convidava ela pra tomar um refrigerante.

Dione riu cruzando os braços sobre a mesa.

MAR DE AMOR

PARTE 9

SOMOS PRODUTOS DO QUE FAZEMOS

NOSSAS CPUs DEVEM ESTAR SEMPRE CHEIAS

DE BONS PROGRAMAS

BONS ARQUIVOS, BOAS IMAGENS,

MAS QUEM DIGITA TUDO SOMOS NÓS

SEMPRE BOAS MENSAGENS

PAZ, LUZ, ALEGRIA E HARMONIA...

ALÉM DE MUITA SAÚDE A TODOS!

BOM DIA!

PAZ E BEM

Velucy
Enviado por Velucy em 26/10/2020
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