LEONEL XI - LEO E HAROLDO - CAPÍTULO 8
CAPÍTULO VIII – LEO E HAROLDO
Bruno enxugou o rosto e falou, agora mais leve e descontraído, tentando conter a emoção.
- Bom, a minha casa não é muito longe. Dois quarteirões daqui, na rua dos trilhos. Todo mundo conhece o casarão do Samuel. A cidade toda já se acostumou a chamar assim. Eu sei que vocês não almoçaram direito ainda, então... convido a todos pra almoçar lá em casa. Minha irmã abasteceu os armários com mantimentos pra um mês, mas acho que vocês não vão querer se meter na cozinha agora pra fazer nada. Depois que estiverem instalados, o Leonel leva vocês pra lá. São meus convidados. Todos.
Bruno disse isso olhando para Caio que parecia estar se sentindo um peixe fora d’água, mas ao ouvir a palavra dirigida a ele, sorriu e relaxou.
Ele ia sair do quintal e ao passar por Leonel, o rapaz segurou sua mão e o puxou para si, beijando seu rosto. Bruno sorriu e olhou pra Vitória.
- Essa é sua namorada?
- Ela mesma. Essa é Vitória, pai.
- Muito prazer, menina. Você é muito bonita. Não se parece nada com seu pai.
Vitória sorriu timidamente. Ele sorriu também e bateu levemente no rosto dela.
- É um prazer conhecê-la. Já marcaram casamento?
- Pai! – ralhou Leonel.
Vitória riu.
- Você tem bem a quem puxar, amor... Ainda não, seo Bruno, seu filho ainda não pediu minha mão ao meu pai.
- Ah, isso é importante. Não demore muito, Leonel. Vou até em casa pra ver se a Rosa está muito enrolada. A gente nunca teve tanta gente pra uma refeição em casa. Até daqui a pouco.
Ele foi para o portão e saiu da casa, subindo a rua, na direção da rua dos trilhos.
Todos entraram na casa. Floyd e Caio, primeiro, seguidos por Cristina, Leonel e Vitória. Leonel subiu para o primeiro andar, levando as malas dos dois que havia trazido na moto. Quando voltou, disse:
- As malas de vocês estão no quarto.
- Está tudo tão arrumado, como se alguém tivesse morado aqui ontem, observou Caio.
- Eu venho de vez em quando aqui pra abrir as janelas e arejar a casa, Caio, disse Cristina. - Nunca deixei esse lugar ficar com jeito de casa abandonada. Ainda acho que minha mãe vai voltar a qualquer momento.
Leonel colocou o braço em volta do ombro da tia, em apoio.
- Agora, tratem de tomar um banho e trocarem de roupa e depois, como vocês ouviram o convite, vão pra casa da rua dos trilhos para almoçar. Eu também vou pra lá ajudar a Rosa.
- Eu posso ir com você, Cristina? – Vitória perguntou. – Estou doida pra conhecer o casarão onde vocês moram.
- Claro, vamos juntas.
Cristina se enroscou no braço dela e pediu:
- Não demorem muito, meninos, senão a gente vai acabar jantando em vez de almoçar.
As duas saíram. Leonel ficou com Floyd e Caio. Floyd olhou para o alto da escada do lado direito da casa.
Fez-se entre eles um silêncio constrangedor e Caio se sentiu novamente deslocado.
- Eu acho que... vou tomar um banho. Você se importa, Floyd?
- Claro que não. O banheiro fica lá em cima. Segunda porta à direita do corredor, na frente do quarto.
- Nossa! Até parece que você já morou aqui!
Floyd olhou para Leonel e sorriu.
- A Cristina me contou... quando eu aceitei morar aqui. Queria... me familiarizar com a casa.
- Ok... Estou subindo então.
Caio aproximou-se dele e tocou seu rosto.
- Você está quente. Devia tomar um banho também. Está quase na hora de tomar seus comprimidos.
- Depois do almoço. Não quero tomar remédio com o estômago vazio.
- Tem razão. Não demoro.
O rapaz lhe deu um beijo rápido na boca e subiu as escadas correndo.
- Ele vai cuidar bem de você... disse Leonel.
Floyd deu a volta no sofá e sentou-se nele, olhando em volta.
- Está pensando em quê?
- Estou pensando... na gente aqui de novo.
- Nós nunca estivemos nessa casa juntos, Floyd. Por que de novo?
- Estivemos sim. Não falo da gente Leonel Marques e Teodoro Fontes Júnior... Você sabe do que eu estou falando. Falo de Leo Torres e Haroldo Marques... quando ainda era amigos... lembra?
LEONEL (REENCARNAÇÃO) XI – CAPÍTULO 8
“LEO E HAROLDO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
OBRIGADA