LEONEL XI - ANTIGO NOVO LAR - CAPÍTULO 7

CAPÍTULO VII – NOVO ANTIGO LAR

A ambulância estacionou na frente da cada de Gilda Alcântara Marques em Serra Negra pouco antes das três horas da tarde.

Atrás dela estava a moto de Leonel com ele e Vitória na garupa. No portão da casa, Cristina aguardava com Bruno a chegada de Floyd que iria morar ali a partir daquele momento.

O rapaz já tinha estado no Hospital Central da cidade para acertar tudo sobre sua internação e a continuidade de seu tratamento que se iniciaria no dia seguinte. O doutor Camilo seria seu médico e o acompanharia nessa nova luta.

Um dos enfermeiros que veio na ambulância acompanhando Floyd saiu do veículo, abriu a porta traseira e perguntou sorrindo:

- Você quer a cadeira de rodas?

O rapaz estava sentado na maca ao lado de Caio e respondeu:

- De jeito nenhum! Eu ainda posso andar.

Hélio, o enfermeiro, era conhecido de Floyd; sorriu e ficou esperando que ele descesse sozinho junto com Caio.

Floyd apertou a mão do rapaz e agradeceu:

- Valeu. Quanto foi a corrida?

- Depois você me paga com uma cerveja.

- Pode apostar.

Os dois se abraçaram e Hélio entrou de novo na ambulância que foi posta em movimento novamente e se afastou, buzinando.

Floyd olhou para a fachada da casa, fechou os olhos e suspirou com as lembranças que lhe vieram à mente. Intimamente agradeceu a Deus pela bênção de estar de volta a uma casa onde tinha sido tão feliz. A cor da casa tinha mudado, mas era basicamente a mesma casa e ainda tinha na frente o jardim em que ele inexplicavelmente conseguia lembrar-se de ver Gilda sentada num banco de cimento cuidando do filho Bruno. Seus olhos se encheram de água e ele não conseguiu dar um passo. Caio colocou a mão em seu ombro e perguntou:

- Vamos entrar? O sol está muito quente aqui fora. Pode ter fazer mal.

- Já vou... deixa eu me situar primeiro. Acreditar que eu estou aqui.

Cristina aproximou-se dele e o abraçou também emocionada, mas feliz.

- Seja bem vindo à sua casa.

O rapaz a abraçou, apertado, e sussurrou em seu ouvido.

- Obrigado... Ainda vou arrumar um jeito de te agradecer à altura.

- Me agradeça sendo feliz.

- Já sou...

Eles se afastaram e Cristina acariciou o rosto dele tentando não chorar também. Floyd olhou sobre o ombro dela e viu Bruno.

- Ele não vai brigar comigo, vai? – ele perguntou baixinho.

- Não. Ele está aqui só pra te dar boas vindas e as chaves da casa.

Ele respirou sutilmente aliviado e beijou o rosto dela. Olhou para Leonel que estava parado ao lado da moto mais adiante e não tinha tido coragem ainda de se aproximar. Ele chorava em silêncio, com Vitória abraçada a ele pelas costas lhe dando apoio, com a cabeça apoiada em seu ombro. Floyd chegou perto dele e perguntou:

- Você acredita nisso? Eu estou de volta!

- Acredito... Eu estou vendo. Você merece... Está na sua casa.

- Entra comigo, Leo?

- Não sei se tenho esse direito...

Naquele momento era Leo Torres falando com Haroldo dentro deles.

- Eu te dou esse direito. Era pra ser seu direito desde o início.

Floyd estendeu a mão e segurou a dele.

- Perdão, amigo...

Leonel chorou mais ainda e o abraçou sentindo o coração se esvaziar de todo peso.

- Só se você me perdoar...

Floyd riu.

- Deu zero a zero. A gente não vai ficar nisso por mais uma encarnação, vai?

Leonel riu também entre as lágrimas.

- Não... Chega. Eu não quero voltar a conviver com você de novo, por favor.

Floyd e Leonel foram para dentro do jardim e os dois aproximaram-se de Bruno que, apesar de sério, estava tranquilo. Estava com as chaves da casa nas mãos e estendeu a ele. Floyd as apanhou.

- Espero que seja feliz aqui, como minha mãe foi e... me perdoe por todas as coisas rudes que eu falei pra você. Eu não entendia você e seus motivos. Fui errado em julgar o seu jeito de ser e de viver. Não cabia a mim fazer isso. Sei agora que você... é um homem honesto e bom. Sempre foi o amigo leal do meu filho e nunca o abandonou, mesmo quando eu te mandava ficar longe dele. Me perdoe... Floyd.

- Posso lhe dar um abraço? – o rapaz perguntou, com um sorriso.

Bruno não respondeu. Ele mesmo se aproximou dele e o abraçou, emocionado. Floyd mal suportava o coração de tanta alegria que sentia. Apertou Bruno junto ao peito. Leonel e Cristina se emocionaram também ao ver esse abraço tão esperado. Aquele abraço era Bruno abraçando Haroldo de novo, como pai e filho que foram um dia.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) XI – CAPÍTULO 7

“NOVO ANTIGO LAR”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 08/09/2020
Código do texto: T7057710
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.