LEONEL XI - EU QUERO ME CASAR COM VOCÊ! - CAPÍTULO 5
CAPÍTULO V – EU QUERO ME CASAR COM VOCÊ!
Leonel começou a chorar, abraçado a Vitória, pela simples lembrança do atentado sofrido no apartamento de Gil.
- Não sei como... quando acordei no hospital, eu não era mais eu. Não sei como, voltei a me lembrar dessa última encarnação, perdi a memória de Leonel Marques e fiquei alguns dias como Leo Torres. Só quem conseguia entender o que estava se passando comigo era seu irmão e a Cristina. Foi isso que me manteve vivo e são.
- E como você saiu dessa... situação?
- Nem sei. Eu estava no quarto dele, onde minha tia dorme até hoje no casarão e tocava “Gilda” ao piano. Pensei muito nela e senti saudades. Uma saudade dolorida e sem esperança, como era a que Leo Torres tinha sentido desde que ela tinha se casado com seu melhor amigo. De repente me senti estranho e acho que... devo ter desmaiado, não sei. Às vezes penso que minha avó me trouxe de volta. Ela era o motivo da minha tristeza. Quando acordei de novo, minha tia Cristina e meu pai estavam do meu lado e eu voltei ao normal.
- Eu só acredito porque você está dizendo, amor... ela disse.
- Eu gostaria de saber explicar como isso aconteceu, mas não consigo. É tudo muito surreal pra mim também, mas é a mais pura verdade. A casa da minha avó, que a Cristina ofereceu pro seu irmão morar em Serra Negra, está vazia desde o falecimento dela, alguns meses atrás. Foi nessa casa que a Gilda e o Haroldo moraram e foram felizes, depois do nascimento da Cris, filha dos dois. A vida deles tinha sido muito atribulada até esse momento. Leo Torres viveu ainda por seis anos depois que o filho deles nasceu e nunca... nunca deixou os dois em paz. Ele não se conformava em ter perdido a mulher que amava e o filho para o melhor amigo, que tinha se tornado inimigo, por causa do preconceito que o pai dela tinha contra ele, que afinal de contas... não era na época um cara que qualquer pai quisesse unir a sua filha, por várias razões, que nem vale a pena repetir. Muita gente tinha errado antes... pra terminar assim. Só sei que... o Floyd vai voltar a morar na casa que já foi dele e dessa vez eu tenho certeza que ele vai ser feliz plenamente.
- Também espero.
- E se ele vai voltar... quero voltar com ele...
Vitória olhou para ele e perguntou:
- Voltar com ele?
- Quero voltar pra minha casa. Estou com saudades do meu pai, do meu irmão... da minha família.
- Da Helena...
- Não é essa saudade que você está pensando, mas quero ver meu sobrinho crescer dentro dela e acompanhar essa gravidez até o fim. Ela pode ainda precisar da minha ajuda. Esse bebê que vem vindo aí é muito importante pra mim também.
- Por quê?
Leonel respirou, indeciso se poderia continuar com as revelações que ainda existiam, mas desistiu.
- Essa é outra situação que eu vou te contar... mais pra frente, depois que ele nascer. Se tudo correr bem. Acho que ainda posso ajudar a Helena e meu irmão e ao mesmo tempo ficar perto do Floyd. Não quero ficar longe dele.
- E de mim?
- Também não, mas como não está nos seus planos se casar comigo... sem querer ser tradicionalista demais, a gente... pode voltar cada um pra sua casa e...
Vitória o abraçou apertado, aflita.
- Você vai me deixar?
- Não... Se você quiser, a gente continua namorando, mas você aqui em Diadema e eu lá em Serra Negra.
- E como eu vou namorar você... de longe? Por carta? Por fax? Dentro do carro no caminho de Serra Negra pra Diadema e vice versa?
- Vitória, eu não posso ficar aqui em São Paulo. Minha casa é lá. Meu pai está lá, a Cristina... E com a nova condição do Floyd, eu quero e preciso estar junto dele todo tempo. Vou doar a medula que ele precisa e espero ter a sorte de ser compatível...
- Eu também vou! Meu pai vai! Todo mundo vai!
- Pois é... Meu propósito maior agora é esse. A vida do Floyd. Eu tenho a obrigação moral de lutar pela vida dele. Ele não é só meu amigo querido, é meu anjo da guarda. Nasceu perto de mim de novo pra me proteger e eu tenho que retribuir isso de algum jeito. Gostaria de poder amá-lo do jeito que ele gostaria, mas isso não é possível. Agradeço a Deus por ele ter o Caio que faz isso por mim e muito bem. E eu vou ajudar os dois.
- Não quero namorar você à distância... Não quero! Eu te amo!
- Também te amo e você sabe disso, mas não vou ficar com você do jeito que você quer. Quero me casar e ter filhos. Isso é muito importante pra mim.
Ela deslizou a mão pelo rosto dele e ficou pensativa e indecisa.
- Então... Como a gente fica? Não vou ficar batendo sempre na mesma tecla. Não acho que você deva fazer nada com que não se sinta bem...
- Eu quero me casar com você!
Leonel ficou olhando para ela, sem reação. Não tinha certeza do que estava se passando dentro da cabeça dela.
- Você ouviu? – ela perguntou.
- Ouvi... e repito: não quero que você se veja obrigada a fazer nada que seja contra a sua natureza... Não estou te colocando contra a...
- Eu quero me casar com você, Leonel Marques! Você não me ouviu direito? Quer que eu fale em inglês, japonês?!
LEONEL (REENCARNAÇÃO) XI – CAPÍTULO 5
“EU QUERO ME CASAR COM VOCÊ!”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
OBRIGADA