LEONEL XI - BANHO REPARADOR - CAPÍTULO 2
CAPÍTULO II – BANHO REPARADOR
Leonel voltou ao hotel bem tarde, depois que saiu do estúdio de gravação. Tinha ficado ainda para comemorar com Eddie, Fábio, Vicente e a equipe técnica o término das gravações e se despediu deles que iam voltar naquele mesmo dia para Valinhos, onde moravam.
Agora era só esperar pela finalização do disco e torcer para que seu primeiro trabalho fosse bem aceito pelo público.
Ele chegou ao hotel imaginando o que teria acontecido com Vitória e Cristina juntas naquele dia. Como teria sido a visita das duas a Floyd e como ele teria reagido ao saber que Ulisses e Saara tinham sido finalmente capturados e presos e que aquele drama tinha acabado com sucesso depois de tanto tempo, com a ajuda dele mesmo.
As coisas pareciam estar se acertando de forma positiva. A única coisa que faltava agora era que Floyd se curasse da doença cruel que o havia perseguido por duas encarnações e Leonel tinha esperanças que, com a ajuda dele, de Caio e da irmã, Floyd sairia dessa.
Leonel pegou as chaves do quarto na recepção e subiu. Estava feliz, mas bem cansado.
Quando ele entrou o quarto, encontrou Vitória dormindo. Acendeu, mas apagou novamente a luz do quarto ao vê-la deitada de bruços na cama com o rosto virado para a parede. Não queria acordá-la.
Tentou se virar no escuro mesmo e enxergar apenas com a luz da rua que vinha da janela, fazendo o mínimo de barulho. Ela também devia estar bem cansada.
Entrou no banheiro e fechou a porta. Acendeu a luz. Olhou-se no espelho e pensou mais uma vez em Ulisses e Saara. Sentiu o corpo doer pelo ódio que sentia dos dois e sentiu-se vingado.
Fechou as mãos com força e seus olhos se encheram de lágrimas ao virem ao seu pensamento de novo as cenas de violência que tinha sofrido nas mãos deles com a ajuda de Gil. Colocou a mão sobre a boca para não chorar. Vitória poderia ouvir.
Começou a tirar a roupa, entrou no box e tomou um banho que naquele momento era tudo que ele precisava. O dia tinha sido bem agitado realmente. A prisão dos dois rapazes tinha sido o final daquele drama que ele agora queria esquecer.
Ele apoiou as mãos no azulejo do banheiro e fechou os olhos, sentindo a água correr pelo corpo, morna e gostosa. Leonel se permitiu chorar em silêncio. O barulho da água abafava seus soluços. Ele agradeceu a Deus por ter podido enfrentar tudo sem magoar nem ferir ninguém, como ele tinha sido magoado e ferido.
Agora era começar uma fase nova de sua vida ao lado de Vitória, a mulher que amava, e do amigo por quem ia lutar do mesmo modo que ele havia lutado por ele. Floyd merecia qualquer sacrifício que ele pudesse fazer e ele faria.
Ele tinha acabado de gravar em disco uma parte do seu talento que serviria para ajudar Caio e Floyd, seus grandes amigos, dos quais não queria nunca mais se afastar.
A felicidade deles, apesar de contrariar várias opiniões, mesmo a sua, era o que interessava agora. O que estava importando naquele momento era o amor que ambos sentiam um pelo outro. E amor nunca pode ser tratado com reservas. Deve sempre ser respeitado e totalmente aceito.
Depois de cinco minutos daquele banho reparador, Leonel se sentiu finalmente limpo, de corpo e alma. Fechou o chuveiro, enxugou-se e saiu do banheiro, apenas enrolado na toalha. A luz do quarto estava acesa e Vitória estava acordada, deitada ainda com a cabeça apoiada nas mãos, olhando para ele.
- Pode me explicar onde e com quem o senhor andou até essa hora, mocinho?
Leonel sorriu e aproximou-se da cama, sentando-se ao lado dela.
- Estava com meu amante, traindo você de novo... e estou muito feliz.
Ela ficou olhando para ele e estreitou os olhos, fingindo zanga, mas sabia exatamente do que ele estava falando.
- Amante, é?
- Isso...
- Aquele chato do piano? – ela disse, passando a mão por seus cabelos molhados.
- Ele mesmo. Que bom que você me conhece bem e aceita esse meu... pequeno deslize.
Leonel a beijou longa e apaixonadamente.
- Não sei até quando eu vou aguentar esse seu... pequeno deslize.
- Largue a sua guitarra e eu largo o meu piano, ele brincou.
- Nunca! – ela disse, sorrindo finalmente. - Terminou o disco?
- Hum, hum... E vai ficar muito bom...
Ele continuou beijando sua boca devagar.
- Estava com saudade... Como foi seu dia? – perguntou.
- Maravilhoso! Tenho muita coisa pra te contar, ela disse, envolvendo os dois braços em torno do pescoço dele.
- Jura?
- Juro... mas antes... Hum... Você está tão cheiroso... e fresquinho... Acho que não vou poder esperar muito. Faz tanto tempo que a gente não...
Ele sorriu e beijou seu pescoço, cheio de desejo.
Ela puxou o lençol que a cobria e o cobriu também, fazendo com ele ficasse debaixo dele. Leonel aproveitou, tirou a toalha e a jogou no chão, deitando-se sobre Vitória, sem parar de beijá-la. Não dava mais para conversar sobre nada naquele momento.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) XI – CAPÍTULO 2
“BANHO REPARADOR”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
OBRIGADA