LEONEL X - PRESTAÇÃO DE CONTAS - CAPÍTULO 14
CAPÍTULO XIV – PRESTAÇÃO DE CONTAS
Floyd chegou a se emocionar com aquele oferecimento de Cristina de morar na casa de Gilda, sua mãe já falecida. Os olhos do rapaz lacrimejaram.
- A casa do Haroldo...
- A casa do Haroldo, sim... A casa do meu pai... Meu pai querido... Minha mãe morava sozinha desde a morte do segundo marido, o Ivan. Eles viveram pouco tempo lá. Depois que ele morreu, a dona Gilda não quis mais se unir a ninguém e só queria encher a casa com os netos pra deixá-la mais alegre. Leonel e Leandro passavam horas com ela lá quando crianças, brincando no jardim dela como o Bruno, meu irmão, fez um dia.
- Gilda... Que nome lindo, disse Vitória. – Parece nome de mulher fatal, forte... Gilda!
- Ela era forte sim, mas não tinha nada de fatal. Era até muito doce. Muito humana, romântica...
- E linda... disse Floyd, pensativo.
- Você a conheceu, Pink?
Floyd acordou de seu devaneio e viu que por um momento falou com a lembrança de Haroldo.
- Claro que não... Estou falando isso baseado no que o Leonel me conta. Ele diz que a avó era muito bonita.
- E era mesmo, concordou Cristina. – Minha mãe era muito bonita. Mas o que você me responde, Floyd? Aceita meu convite pra vir morar na antiga casa dela?
- Eu não estou mais sozinho, Cris.
- Não?
- Eu estou... morando e... namorando com o Caio. A gente está junto. A casa da sua mãe é sua, mas também é do seu irmão. E eu não sei se ele concordaria nem que eu fosse morar lá sozinho, imagine eu e outro homem... Isso iria contra tudo em que ele acredita que seja decente e politicamente correto, dentro da moral e dos bons costumes.
- Deixa que eu dobro meu irmão. Mas, por falar em família, e seu pai, Floyd? Ele já veio te ver depois que você se internou?
Floyd olhou para Vitória e seu rosto ficou tenso e triste. Ela tratou de responder.
- Meu pai não quer nem saber do meu irmão, Cris. Não está nem aí com ele.
- Como assim? Eu sei que eles estão brigados, mas a situação agora é outra. O Floyd está doente e de uma doença cruel e que pode ser fatal! Leucemia não é brincadeira e todos devem se mobilizar pra ajudar quem sofre com isso, principalmente a família.
- Eu mesma fui falar com ele. Ele não quis nem conversar a respeito. Pra ele, o Floyd não é filho dele, Cris.
- Como não é!? Em que espécie de... ser humano o Ted se transformou?
- Não concordei que a Vitória tivesse ido falar com ele, Cris. Eu não quero nada dele. Meu pai não me vê mais como filho e eu não sei se o vejo mais como pai. Não precisava dele antes e não preciso dele agora.
- Não é questão de você querer, Floyd! É obrigação moral dele, ajudar você! Você é sangue do sangue dele.
- Sou maior de vacinado. Esquece isso, Cris. É perda de tempo você ficar se estressando com isso.
- Você já sabe que vai passar por momentos bem complicados no tratamento dessa doença horrível e que pode precisar de doação de medula no futuro, não sabe?
- Sei, mas...
- Já passou pela sua cabeça que ele pode ser a pessoa que pode salvar sua vida?
- Eu não posso ser tão sortudo assim, Cris. A minha vida já é um caos só por eu ser bissexual e agora... se ela estiver nas mãos de Teodoro Fontes... Deus está gozando com a minha cara, amiga.
- Vitória, você teria coragem de me levar na casa do seu pai agora?
- O que você tem em mente, tia Cris? – Vitória perguntou, animada.
- Eu quero falar com Teodoro Fontes. Nós precisamos ter uma conversa decisiva e definitiva, depois de muito tempo. Nós temos contas a acertar desde a minha adolescência.
- Amei! – exclamou Vitória, batendo palmas de alegria. – Levo sim!
- Cris, não faça isso, pediu Floyd. - Você só vai arrumar problema pra você.
- Quem arrumou problema pra ele, foi ele mesmo quando me traiu com a Catarina e teve um filho dela, mesmo que esse filho seja essa criatura abençoada que é você, querido. Você podia ser meu filho! Já pensou nisso? E se você podia ser meu filho, é responsabilidade minha também! Me leva até lá agora, Vitória?
Vitória riu e beijou a testa do irmão.
- Eu sabia que ia adorar a tia do Leonel!
LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 14
“PRESTAÇÃO DE CONTAS”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA