LEONEL X - SURPRESA BOA E RUIM - CAPÍTULO 12

CAPÍTULO XII – SURPRESA BOA E RUIM

Os policiais levaram Ulisses e Saara para a viatura e, antes de ir com eles, Cabral disse:

- Você vem comigo até a delegacia, Sampaio?

- Claro, vou só me despedir dos meus amigos. Bom dia, senhores. Desculpem por termos interrompido o café de vocês. Espero que não tenha uma próxima...

Cabral despediu-se de todos com um aceno de cabeça e afastou-se com ele. Vicente aproximou-se de Leonel e não sabia o que dizer.

- Lamento muito tudo isso, Leonel. Eu não tinha a mínima ideia de que os dois pudessem estar metidos em uma coisa tão grave!

- Não precisa se desculpar, Vicente. Só não podia te dizer nada antes, pra não interromper as investigações.

- Se eu tivesse a mínima noção de que Ulisses e Saara fossem esse tipo de gente, nunca teria contratado os dois. Acho que o Caio também não sabia.

- Não... Quem descobriu primeiro foi o Floyd. Ele reconheceu os dois logo que os viu no primeiro dia em que você os apresentou.

- Floyd... Ele foi realmente muito discreto. Por isso não quis ficar no mesmo quarto que eles. Tiro o chapéu pra ele. Ele é uma pessoa iluminada.

Vitória, ao ouvir falar do irmão, aproximou-se de Leonel e segurou sua mão.

- Você não tem nem ideia do quanto ele é iluminado, Vicente.

Leonel olhou para Cristina ainda parada discretamente mais distante

- Ah, esqueci de apresentar... Vicente, essa é minha tia de Serra Negra, Cristina Marques.

- Muito trazer. Espero que não tenha tido uma má impressão de nós, dona Cristina.

- Não, não se importe com isso, Vicente. O Floyd já tinha me adiantado que vocês eram gente boa e bons profissionais. Vocês só tiveram a má sorte de se encontrar com pessoas que se aproveitam de gente boa pra levar vantagem e se esconder das burradas que fazem pensando que nunca vão ser punidas. Mas como disse o meu sobrinho: nada acontece por acaso. Eles vão receber a punição que merecem finalmente.

Cristina colocou a mão no ombro de Leonel e o acariciou levemente.

- Você vai mesmo ficar no lugar do Ulisses nas gravações, Leonel? - perguntou Eddie.

- Não sei, Eddie... Nem estava pensando muito nisso quando falei. Ainda não acordei direito de tudo que aconteceu aqui...

- Mas a ideia é boa! – disse Vicente. - Ainda temos duas canções pra colocar o piano. Se você quiser, podemos fazer isso hoje ainda.

- Eu estava indo ver o Floyd...

- Nós vamos vê-lo, amor, disse Vitória, enroscando o braço no braço de Cristina. – Acho que meu irmão vai ficar feliz em revê-la.

- Também quero muito vê-lo, disse Cristina. – Onde ele está?

- Vem comigo que eu te levo lá, falou Vitória, puxando-a pelo braço. – Vamos na sua moto, Leonel! Você já andou de moto, Cristina?

- Já, mas...

As duas se afastaram. Leonel olhou para as duas e sorriu ao vê-las tão unidas. As duas mulheres que ele mais amava no mundo, finalmente juntas. Algo de bom parecia estar prestes a acontecer na sua vida depois de tanto sofrimento passado naquele dia.

- Podemos ir? – disse Rocco. – Já estamos um pouquinho atrasados, mas acho que a multa vai ser pequenininha. O Caio já está lá. Ele vai ficar menos triste quando souber que Leonel Marques vai fazer parte do disco dele junto com o Floyd.

- Ele perdeu um pianista meia boca e vacilão, mas ganhou outro de primeira linha! – disse Eddie. – É ou não é sair no lucro?

Vicente, Eddie e Fábio foram com Leonel até o estúdio e ainda assistiram ao final da gravação da última canção onde Caio colocaria a voz. O rapaz ainda estava muito triste, mas sua voz estava mais clara e bonita que nunca. Ele colocou todo seu sentimento na gravação enquanto cantava. Ao sair da cabine, ficou muito feliz em ver Leonel ali.

- O que aconteceu? Você não foi ver o Floyd?

- Não, eu...

- Aconteceu muita coisa enquanto você esteve fora, garoto, disse Vicente. – A gente te conta tudo depois. Por enquanto, a gente tem uma surpresa boa e uma ruim pra te dar. Quer ouvir o que primeiro?

- Surpresa boa e ruim? Não sei se gosto de surpresas, Rocco.

- Escolhe logo!

- Fala logo a ruim então!

- O Ulisses não é mais seu pianista...

- Não? Por quê?

- Nem o Saara é mais seu tecladista! – ajudou Fábio.

- Gente, são duas surpresas ruins! O que vai ser da CR5 sem eles? Volta a ser CR3?

- Se você quiser logo saber a boa, não vai nem lembrar que isso é ruim, disse Eddie.

- Diz logo, Vicente! O que está acontecendo?

- O Leonel vai substituir o Ulisses e quem sabe até o Saara nas gravações finais de teclado do disco.

- O quê? O Leonel? Mas...

- Você aceita? - Leonel perguntou.

- Se eu aceito? Sou eu que tenho que saber se você quer fazer isso?

- Eu quero. Já que eu causei todo esse transtorno.

- Transtorno?

- Gente, esse “porém” a gente te conta depois, disse Vicente. – Vamos trabalhar?

Diante do consentimento de Caio, Leonel foi apresentado à partitura da canção que teria que gravar e depois de alguns ensaios, começou seu trabalho, com Caio assistindo a tudo completamente extasiado. Leonel Marques estava em seu disco. Aquilo era a glória para o rapaz.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 12

“SURPRESA BOA E RUIM”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA