Pai, filho e filho (em construção)
Quais teriam sido os rumos dos sentimentos, pensamentos e ações de Abel, se fosse Caim mais esforçado que ele na hora de devolver para Deus, o que, por amor a Sua criação, Ele os deu de tão devotado amor?
J. não sendo muito religioso traz gravado em si os mandamentos que mais lhe convém: não roubarás e não matarás. Não roubar é mais uma conveniência por ter sido educado por um pai com mão pesada; não matar, por sua vez, era por não ter como quitar uma dívida com quem vai para o além; "as leis dos homens não se 'apricam' no tribunal celestial", pensava sempre. Mas a bem da verdade é que J. nunca precisou chegar ao ponto de abreviar a existência de ninguém. Não era homem de cultivar amor próprio, entretanto, tinha no peito ectares e mais ectares de carrinho e afeto, que, sempre que podia, eram regados com bons pensamentos para com os seus entes mais queridos: pais, irmãos e amigos mais próximos. Penúltimo e décimo terceiro filho de uma família pobre do interior, ele teve que ser forte desde o começo de sua vida. Lutando para superar a rejeição que teve a mãe por ele. A depressão já fazia suas vítimas muito antes de elas ouvirem falar qualquer coisa sobre esse mal. No caso de J. não foi fatal pelo simples fato de uma irmã sua que, ainda em idade de brincar com bonecas, se compadeceu da sua má sorte. Até a mãe recuperar-se da aversão que tinha pelo filho recém nascido, ele ganhou carinho e atenção da irmã que deixou de brincar de ser mamãe de bonecas.