LEONEL X - CAPTURA, ENFIM - CAPÍTULO 11
CAPÍTULO XI – CAPTURA, ENFIM
De fato, os dois delegados, Sampaio de Serra Negra e Cabral do bairro do Morumbi em São Paulo se aproximaram da mesa onde a CR5 tomava seu café. Todos conversavam descontraidamente até o momento em que viram os policiais chegarem perto da mesa.
Eddie e Fábio foram os primeiros que os perceberam, Vicente em seguida e Saara também se calou e embranqueceu, tocando o braço do amigo Ulisses discretamente. Ulisses parou de falar quando o delegado Sampaio ficou diante deles e os cumprimentou:
- Bom dia.
- Bom dia, responderam todos.
- Sinto interromper o café dos senhores.
- Sem problemas... disse Vicente, vendo que eles eram da polícia, pelos distintivos pregados nos paletós. - Em que podemos ajudar?
- Procuramos por Ulisses Francisco Barbosa e Sandro José Silva.
Ulisses olhou para o delegado que tinha nas mãos o cartaz com as fotos dos dois, dele e de Saara, e em seguida olhou para o amigo lentamente.
- Do que se trata, delegado? - perguntou Vicente, tomando a dianteira por ser ele o responsável pelos rapazes.
- O senhor é o que deles?
- Empresário. Eles fazem parte de uma banda que eu represento. O que está acontecendo, doutor?
- Esses dois rapazes precisam vir conosco para prestar depoimento na delegacia.
- Depoimento? Mas por quê? O que foi que eles fizeram?
- Eles são procurados em Serra Negra, disse Sampaio. – São acusados pelo atentado à vida de um rapaz da cidade de nome Leonel Marques. Os dois quase o mataram, meses atrás. Recebemos uma denúncia de que eles poderiam estar nesse hotel.
Vicente, Eddie e Fábio olharam abismados para os dois rapazes. Ulisses e Saara não conseguiram encará-los. Saara engoliu em seco.
- Deve haver algum engano, delegado. O Ulisses e o Saara são músicos e nós estamos trabalhando na gravação de um disco nesse momento...
- Não estamos aqui pra questionar a conduta deles no momento, senhor...
- Rocco, Vicente Rocco.
- Senhor Rocco, não é isso que está em questão. Mas afinal, eles estão nessa mesa? – o delegado perguntou, mas já sabendo da resposta, esperando que os dois se entregassem.
Sampaio olhou para os dois rapazes e Ulisses se levantou, encarando o delegado. Saara continuou olhando para a mesa, apavorado e temeroso.
- Ulisses Barbosa... sou eu.
- O senhor está preso para averiguação, disse Cabral. - Queira nos acompanhar até a delegacia do Morumbi.
Cabral olhou para um dos policiais e sinalizou para ele que lhe colocasse as algemas.
O rapaz esticou os braços na direção deles.
- É preciso isso? – Ulisses perguntou, tentando manter-se frio e calmo.
- Só por precaução. O senhor ficou evadido da cidade por vários dias e não se apresentou quando foi convocado na época. É só uma precaução.
O policial fez o mesmo com Saara que disse:
- Eu não fiz nada!
- Você vai poder provar isso na delegacia. Como eu disse, vão apenas prestar esclarecimentos.
- Sampaio, você disse que o rapaz que foi vítima dos dois está aqui no hotel... Seria bom, já que ele está aqui, que ele reconhecesse e confirmasse que os dois são mesmo seus agressores, antes de levarmos os dois.
- Eu vou falar com ele.
Sampaio não precisou ir até onde Leonel estava. Ele mesmo veio até o refeitório e aproximou-se do grupo, acompanhando de Cristina e Vitória. Cristina tinha conseguido convencê-lo.
- Você está melhor, Leonel? – Sampaio perguntou.
- Estou...
- Precisamos, eu e o doutor Cabral, que você confirme que são esses os rapazes que o agrediram em Serra Negra. Eles serão presos agora se você confirmar.
Leonel aproximou-se mais da mesa e encarou Ulisses de frente e ele perguntou:
- Você vai deixar que a gente seja preso, cara? Estamos no meio da gravação do disco do Caio. Você vai acabar com a carreira dele... e nossa.
- Não, não vou... A carreira dele não... A carreira do Caio não depende só de um disco e pelo que eu sei... ele está quase todo gravado. Se faltar a sua parte... eu posso substituir você. Também sou pianista e farei isso com o maior prazer. Sinto muito que vocês tenham voltado à minha vida fazendo parte da banda dele. Mas nada... acontece... por acaso... não é mesmo?
Ulisses o encarou e Leonel manteve-se firme, olhando para ele também.
- Perdoa a gente, Leonel! – Saara pediu, quase chorando. – A gente não tinha noção que você fosse ficar tão mal!
- Tinham sim. Ninguém faz o que vocês fizeram só por diversão... sem ter noção do mal que estão causando. Os dois sabiam em que estavam se metendo e espero que paguem por isso... finalmente... Deus sabe o quanto é difícil pra mim estar aqui olhando de novo pra vocês. Eu não pensava mais nisso. Queria esquecer que existe na terra gente como vocês, mas não foi possível. Espero... que se arrependam e nunca mais pensem em receber dinheiro de um adolescente pra se divertir assim... de forma tão suja!
- Eu me arrependi muito, cara... Saara gemeu. – Desculpa...
- Cala a boca, Saara! – disse Ulisses entre dentes, sem tirar os olhos de Leonel. – Quanto mais você fala mais se afunda, idiota!
- Não preciso dizer mais nada, preciso doutor Sampaio? – Leonel perguntou.
- Acho que não, filho. Já foi o suficiente. Levem os dois!
Os policiais levaram Ulisses e Saara para a viatura. Leonel baixou a cabeça e fechou os olhos; conseguiu respirar de novo.
Cristina aproximou-se dele e o abraçou.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 11
“CAPTURA, ENFIM...”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA