LEONEL X - CRISTINA E VITÓRIA - CAPÍTULO 10
CAPÍTULO X – CRISTINA E VITÓRIA
Ao chegar ao estacionamento, Leonel largou a mão de Vitória e encostou-se à moto. Jogou as chaves do veículo no chão, colocou as mãos no rosto e começou a chorar, desesperadamente. Vitória assustou-se.
- Leonel, o que foi?
Ele se abaixou até se ajoelhar no chão e encostar o rosto nas pernas, escondendo-o nelas.
- Amor! O que você tem, Leonel?!
O rapaz não conseguia respirar direito nem falar. Vitória ajoelhou-se diante dele.
- Leonel, fala comigo!
Naquele instante, entraram no estacionamento duas viaturas de polícia de onde saíram cinco homens. Dois a paisana, três policias e uma mulher: Cristina.
Cristina viu e reconheceu de longe o sobrinho e correu até ele. Um dos homens a paisana era o delegado Sampaio de Serra Negra que a seguiu. Ela se aproximou de Leonel e Vitória que estava abraçada a ele, muito preocupada e transtornada.
- Que foi que aconteceu?
- Não sei... Ele começou a chorar de repente... Eu não sei por quê...
Cristina se abaixou também perto de Leonel.
- Leo! Fala comigo, amor! O que você tem?
Vitória olhou para ela deduzindo.
- Cristina...? Você é a... tia dele?
- Sou, sim! Você é Vitória?
- Sou eu...
- O que foi que aconteceu? Por que ele está assim?
- Não sei bem. A gente acabou de sair do hotel. Estávamos tomando café com a banda do Caio, amigo do Floyd...
Cristina entendeu mais ou menos o que estava acontecendo. Ajoelhou-se também perto do rapaz e tentou levantar sua cabeça. O rapaz não se movia, só chorava. Tinha as mãos cobrindo o rosto com força.
- Leo, olha pra mim, querido. Por favor.
Ao ouvir sua voz, ele levantou a cabeça e olhou para ela. Chorou mais ainda e a abraçou quando a reconheceu.
- Cris!... Me tira daqui!
- Calma, meu bem! Isso tudo já vai acabar.
Doutor Sampaio também reconheceu o rapaz.
- Que bom que ele está aqui. Será que ele vai conseguir confirmar que são mesmo os dois rapazes que a gente veio prender, dona Cristina? – perguntou o delegado, também preocupado.
- Vá ajudar o doutor Cabral. Ele vai precisar do senhor pra prender os dois.
- Tem razão. Lá vai ser rápido. Os meliantes não têm como fugir dessa vez. Será que ele vai ficar bem?
- Vai, pode ir, doutor Sampaio. Está tudo bem aqui.
Cristina conseguiu que Leonel olhasse para ela.
- O que foi, meu anjo? O que aconteceu?
- Eles estão aí dentro... Os dois estão aí dentro, Cris...
Ele se abraçou à tia com força como se não quisesse mais largá-la. Suas mãos estavam fechadas também com força.
- Queria tanto ter podido... matar os dois!
- Mas não matou e não vai matar. Eles vão ser punidos como devem, Leo.
- Vamos pro saguão do hotel, gente? – sugeriu Vitória.
- Não quero voltar lá pra dentro! – Leonel disse, nervoso.
- Não fica perto do refeitório, meu amor. Você não vai ter que vê-los de novo, nem eles vão ver você. A gente tem que levar você pra um lugar onde vocês dois possam me explicar o que está acontecendo. Ainda não estou entendendo nada!
- Vem, Leonel. A Vitória tem razão. Vamos pra um lugar onde a gente possa sentar num lugar mais confortável e conversar com calma.
Elas conseguiram levar Leonel para o saguão do hotel que ficava afastado do refeitório e o fizeram sentar no grande sofá que havia lá. Vitória pediu um copo de água na recepção e deu a ele. Leonel bebeu e se acalmou, embora suas mãos ainda tremessem.
- Respira, Leonel... Eu nunca vi ele desse jeito! – disse Vitória.
- Bom, já que nosso garoto está fora de sintonia, vamos nos apresentar nós duas? – disse Cristina. – Prazer, meu nome é Cristina Marques. Sou tia dele.
- O prazer é meu. Eu sou Vitória Yumi Fontes, namorada do Leonel. Tenho muito prazer em te conhecer. Eu já ouvi falar muuuuuito de você.
- E eu de você!
Leonel ficou olhando para as duas e reclamou, ainda com os olhos molhados:
- Vocês querem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui?
- Ele já está bem, tia Cristina! Nosso gatinho já está melhor, graças a Deus!
Vitória beijou Leonel na boca e deslizou a mão pelo rosto dele, tantando enxugar suas lágrimas, sorrindo.
- Você me assustou, garoto! Me explica logo, o que foi que houve?
- Eu vou explicar... mas primeiro... – ele olhou para Cristina – O que você está fazendo aqui, Cris?
- Eu vim com o doutor Sampaio de Serra Negra... pra prender o Ulisses Barbosa e o Sandro Silva.
- O quê? – perguntaram Vitória e Leonel ao mesmo tempo.
- Eles já devem estar lá dentro fazendo isso.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 10
“CRISTINA E VITÓRIA”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
OBRIGADA