LEONEL X - REENCONTRO - CAPÍTULO 8
CAPÍTULO VIII – REENCONTRO
Caio e Leonel desceram até o refeitório do hotel, serviram-se e sentaram-se a uma mesa que dava para a rua.
- Eu não sei se vou conseguir cantar, disse Caio. – Não estou com ânimo nem de falar hoje.
- Vai sim. Um cantor tem que tirar forçar de onde não tem e você vai encontrar a sua. Faça isso pelo Floyd.
- Você tem razão...
Vicente, Fábio e Eddie apareceram descendo as escadas. Viram Caio e Leonel de longe e aproximaram-se da mesa. Começaram então as apresentações. Vicente apresentou os dois rapazes a Leonel que logo simpatizou com eles. Eddie, por ser o mais jovem, era o mais entusiasmado. Sentou-se ao lado de Leonel e não escondeu sua admiração por ele.
- Poxa, cara, eu estava doido pra te conhecer! Acho bárbaro o jeito que você toca piano.
- Obrigado, disse Leonel, mas... onde você me viu tocar?
- O Caio gravou dois dos shows da sua banda em Belo Horizonte. Vocês são muito bons!
- Que instrumento você toca na CR5?
- Guitarra, o Fabinho toca a batera, o Saara, teclados, e o Ulisses toca piano como você. O Caio disse que ele substituía você na banda antiga do Floyd em Serra Negra, mas... aproveitando que ele não está aqui... o pessoal devia sentir muito a diferença. Ele não chega aos seus pés!
- Que maldade, Eddie! – disse Vicente. – Tietagem é bom, mas não se fala mal de um colega de profissão para outro.
- Não estou falando mal. O Ulisses é bom também, mas...
Leonel tentou disfarçar o choque de ouvir aquele nome de novo. Tinha até se esquecido deles. Se estava para ver os dois rapazes, tinha que se manter firme.
- E... onde estão os outros dois?
- Eles estão sempre atrasados, disse Fábio, levantando para ir servir-se no balcão. – Descem logo. Vamos pegar logo o pãozinho, Eddie, antes que acabe!
Vicente percebeu que Caio não havia aberto a boca ainda e tomava seu café em silêncio.
- Não fique assim, Caio. O Floyd já está sendo cuidado e o Samir vai tratar de encaminhá-lo a um bom hospital.
- Eu sei... Eu sei, Vicente...
O rapaz se levantou.
- Você se importa se eu for pro estúdio sozinho?
- Você acha que está bem para dirigir até o estúdio?
- Claro que estou! Estou triste, mas não estou nervoso nem maluco.
- Você é quem sabe...
- Então eu vou indo. Leonel, diz pra ele que eu vou vê-lo mais tarde... e que eu o amo...
Vitória veio descendo e Caio esperou para abraçá-la. Os dois demoraram num abraço sem palavras que emocionou a todos.
- Dá um beijo nele por mim?
- Dou, ela disse. – Meu maninho vai sair dessa, você vai ver.
Caio se afastou e Vitória sentou-se ao lado de Leonel.
- Turma, essa é irmã do Floyd, Vitória, apresentou Vicente. – Vitória, essa é a... metade da CR5.
- Bom dia... ela disse com um sorriso triste, mas educado.
Os rapazes disseram um “Bom dia” geral, intimamente estranhando que Floyd tivesse uma irmã tão bonita e de olhos puxados, mas ninguém perguntou nada. Ela já estava acostumada com a situação e levou na esportiva:
- Podem perguntar: “Como isso?”.
Todos riram.
- Eu não tenho culpa nenhuma. Meu pai e minha mãe podem explicar melhor que eu, mas eu sou mesmo irmã biológica do Floyd há dezenove anos.
Leonel beijou sua testa, sorrindo.
- Ela é namorada do Leonel também e faz parte da banda deles.
- Você toca o quê? - Eddie perguntou, colocando um pedaço de queijo na boca.
- Sou vocalista e toco guitarra, ela respondeu.
- Ah, eu lembro da sua voz na gravação. Você canta muito bem!
- Obrigada...
- Eu também toco guitarra. A gente podia tocar alguma coisa juntos qualquer hora...
Ulisses e Saara desceram também e aproximaram-se do grupo. Leonel apertou a mão de Vitória por baixo da mesa sem perceber, ao vê-los, e seu coração acelerou no peito de um jeito que ele chegou a senti-lo doer.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 8
“REENCONTRO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA