LEONEL X - PRIMEIRO FRACASSO - CAPÍTULO 5
CAPÍTULO V – PRIMEIRO FRACASSO
Leonel saiu do quarto e quando chegou à recepção, Vicente estava esperando por ele na sala de espera da clínica, conversando com a recepcionista.
- Desculpa tê-lo feito esperar, disse Leonel. – Eu não sabia que você já estava aqui...
- Acabei de chegar. Não quis avisar por que sabia que vocês tinham muito que conversar e a rotina na clínica é bem rígida. Logo iriam colocar você pra fora do quarto. Vamos?
- Vamos...
Eles se despediram de Marli e saíram.
No carro, Leonel perguntou:
- Tem certeza de que não vou incomodar ficando com vocês no hotel? Dar despesa...
- De modo algum! Meus garotos estão muito ansiosos pra conhecer você. Você já é famoso por aqui de tanto que o Caio fala.
- Ele é um garoto muito especial mesmo. Gosto bastante dele também. Mas... fale um pouco da CR5... Quero conhecê-los antes de eles me conhecerem. Quem são os outros componentes?
- É uma banda relativamente jovem e foi criada há poucos meses pelo Caio. Eu descobri três deles em Valinhos, tocando num clube da cidade, o Caio, o Fábio e o Eddie. Eles eram só um tripé de guitarra, baixo e bateria, com os vocais do Caio e do Fábio. Eles me pareceram ter muito potencial e eu resolvi investir. O Caio era totalmente diferente quando eu o conheci. Tinha os cabelos mais curtos e mais escuros e uma cara de bebê, com aqueles olhos azuis e eu me apaixonei pelo espírito de liderança dele. Sugeri que ele mudasse um pouco o visual e na semana seguinte em que a gente conversou, ele me voltou com aquela cabeleira loira. A banda deles se chamava CR3, mais o Caio queria mais. Disse que queria ter teclados na banda também. Que isso já era tendência na Europa e nos Estados Unidos e tinha razão. Nem precisei dizer isso a ele. Ele tinha conhecido dois caras no tempo em que tinha morado em Serra Negra, pediu pra eu procurar pelos dois. Um pianista e um tecladista. Eu demorei um pouco, mas achei o Ulisses Silent e o Saara Silva e eles se uniram aos três, aí nasceu a CR5.
- E eles... tocam bem... esses outros dois?
- Tocam muito. São um pouquinho indisciplinados, mas como todo jovem músico em início de carreira, eu tenho conseguido domar os dois. Que astro pop não comete seus deslizes, não é?
Leonel ficou em silêncio. O carro entrou na garagem do hotel minutos depois.
- Você pode ficar com o Caio no quarto dele. O Floyd e ele quiseram ficar num hotel separado, mas... Eles não me disseram nada, mas acho que está acontecendo alguma coisa entre eles eu não quis interferir, afinal de contas, o Floyd é amigo do Caio há muito tempo e foi indicação dele. Além de tudo ele é o líder na CR5.
Vicente chegou à recepção e pediu as chaves dos quartos ao recepcionista que lhe entregou, mas avisou.
- Vicente, tem uma moça aí no refeitório do hotel esperando por você.
- Uma moça? Quem? Eu não estou esperando ninguém.
- Ela disse que se chama... Vitória Yumi Fontes.
- Vitória! – exclamou Leonel.
- Você conhece? – Vicente perguntou.
- É a irmã do Floyd. Ela veio comigo de Minas.
Leonel foi até o refeitório e viu Vitória sentada numa mesa com um copo de água a sua frente, esperando. Quando ela o viu, levantou-se e correu para abraçá-lo.
- Você demorou...
- Eu estava com o seu irmão no hospital... faz tempo que você chegou?
- Uns dez minutos... ela disse, com tristeza na voz.
- O que você tem?
- Nada... Queria... ir prum quarto logo. A gente precisa conversar...
Leonel olhou para Vicente e apresentou a moça:
- Vicente, essa é Vitória, a irmã do Floyd e... minha namorada.
- É um prazer! - disse Vicente, apertando a mão da moça. – Lamento conhecê-la numa ocasião tão... difícil.
- O prazer é meu...
- Vitória, esse é o empresário da banda do Caio.
- Ah... Leonel, como está o meu irmão?
- Depois a gente conversa sobre isso, disse Leonel. - Você se importa se eu conhecer o resto da banda amanhã, Vicente? – Eu gostaria de conversar com ela primeiro.
- Tudo bem, então eu vou pedir outro quarto pra vocês. Esperem só um minuto.
Vicente se afastou e Leonel sentou-se com Vitória no sofá. Ela se abraçou a ele, começando a chorar.
- Que foi, amor?
Ela não conseguiu dizer nada. Vicente voltou com as chaves do quarto e entregou a Leonel.
- Fiquem à vontade. Se precisarem de alguma coisa, meu quarto é diante do de vocês. Não se acanhem em me chamar. Vamos subir? Acho que todo mundo está precisando descansar.
Eles subiram. Leonel e Vitória despediram-se no corredor e entraram no quarto da frente. Ela se abraçou a ele de novo, logo depois que ele fechou a porta.
- Eu não consegui, Leonel! Meu pai não quer ajudar o Floyd!
Ele a apertou nos braços também, mas já esperava por isso e não disse nada.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 5
“PRIMEIRO FRACASSO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA