LEONEL X - ESPERANÇA DE SALVAÇÃO - CAPÍTULO 4

CAPÍTULO IV – ESPERANÇA DE SALVAÇÃO

Ainda no quarto de Floyd, Leonel perguntou:

- Você disse que quer voltar pra Serra Negra... Lembra que não tem mais onde morar lá?

- Eu posso voltar pro apartamento que dividia com o Gil. Acho que ninguém alugou aquele pulgueiro ainda.

- Não duvide disso. O que não falta é gente procurando um lugar pra morar, nem que seja um pulgueiro. Mas você disse pro médico que ia se tratar... Como vai morar naquele lugar? Você não pode se dar ao luxo de morar em qualquer lugar que não te dê o mínimo de estrutura. Aquele apartamento não era limpo nunca!

Floyd ficou indeciso e demonstrou impaciência.

- Não sei... Talvez eu vá morar na sua casa.

Leonel conseguiu rir da situação.

- Na minha casa... com o meu pai?!

Floyd riu também.

- Não sei...

- Talvez na sua casa mesmo em Diadema... Volta pra lá.

Floyd ficou sério de novo e sentiu a garganta arder.

- Morar com meu pai é pior do que morar com o seu, Floyd disse com amargura. - Ele é um dos motivos pra eu não ter a mínima vontade de fazer tratamento nenhum, Leo. Eu queria... morrer logo e sumir desse mundo, como Gil fez.

- Não diz isso...

- Estou... cansado, Leo. Cansado demais.

Leonel abraçou o amigo e os dois começaram a chorar, juntos.

- Eu sou covarde demais pra tentar me matar como o Gil fez, então... queria que a coisa acontecesse mais naturalmente... mas está demorando demais!

- Não fala bobagem! Você não vai morrer! Você não pode morrer. Eu não vou deixar você morrer. Nem eu, nem a Vitória... nem o Caio...

- Minha irmã... Floyd disse, afastando-se dele. – Cadê a minha irmã, Leo?

- Ficou na sua casa. Ela foi falar com seu pai... sobre você. Foi pedir ajuda.

- Não... dele não... Eu não quero ajuda dele! A Vitória sabe disso!

- Ele é seu pai, cara! – Leonel disse, enxugando o rosto. – Se tem alguém que tem obrigação de te ajudar é ele.

- Teodoro Fontes deixou de ter obrigação comigo depois que me expulsou de casa, Leo! A Vitória ficou maluca?

- Ela ficou desesperada quando soube da sua doença. Quase bateu em mim por não ter contado pra ela antes. Deixa ela tentar. Eu confio na nossa... japa maluquinha. Confio e amo. E sei que o seu pai tem um amor especial por ela.

- Eles tiveram brigas imensas por minha causa e ela não conseguiu abrandar o coração dele em um milímetro.

- A situação é outra agora. Ele vai pensar duas vezes.

- Você se importa se eu não acreditar nisso?

- Não precisa acreditar... Só precisa se entregar a quem quer te ajudar. Se deixe ajudar, Floyd. Eu quero confiar na Vitória. Ela tem muita esperança que ele te perdoe.

- Eu não quero que ele me perdoe! Eu não fiz nada de errado. Não tenho culpa de ser como sou e ele não aceitar isso.

- Quer sim... Você pode não precisar disso, mas ele é teu pai e eu sei que você precisa do olhar dele aceitando você do jeito que você é. Admite isso.

Floyd se calou. Aquilo não deixava de ser verdade, embora ele mesmo não quisesse admitir.

- Ela tem esperança que seu pai pelo menos abrande o coração dele quando souber que você está muito doente e... aceite pelo menos doar a medula que talvez você vá precisar. Não é possível que nem nisso vocês sejam compatíveis.

- Eu não quero nada dele, já falei.

- Nem que isso salve a sua vida?

- Meu pai nunca vai fazer isso. A Vitória ficou doida.

- Vamos pelo menos esperar pelo resultado da conversa deles?

Uma enfermeira entrou no quarto e disse com delicadeza:

- Está na hora do paciente descansar um pouco. A visita vai ter que sair, infelizmente.

Leonel se recompôs, terminando de enxugar o rosto e sorriu:

- Claro...

- Espera o Vicente aí embaixo. Ele vem buscar você.

- Você não quer que eu durma aqui com você?

- Não, a proposta é tentadora, mas não. Vai descansar. Vai pra minha casa. Meu pai gosta de você, sobrinho da Cristina Marques.

Leonel riu.

- Não acho que goste tanto dele assim como minha tia gostou. Acho que vou ficar no hotel mesmo.

- Faz o que você quiser. Obrigado por ter vindo.

- Tchau, eu volto amanhã com a Vitória.

- Força quando encontrar os caras...

Leonel se lembrou que ainda teria mais aquela batalha para vencer naquele dia.

- É... Torce e reza por mim.

Floyd colocou a mão em volta do pescoço de Leonel e o puxou para mais perto de si, beijando sua testa.

- Deus te abençoe!

- Amém.

Leonel saiu do quarto.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) X – CAPÍTULO 4

“ESPERANÇA DE SALVAÇÃO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

OBRIGADA

Velucy
Enviado por Velucy em 01/09/2020
Código do texto: T7051707
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.