LEONEL IX - AJUDA - CAPÍTULO 10
CAPÍTULO X – AJUDA
Leonel e Vitória chegaram à tarde em São Paulo e, como ela tencionava fazer, passaram primeiro na casa dela em Diadema. Queria falar seriamente com o pai sobre o irmão e como a conversa só dizia respeito à família, Leonel nem quis entrar na casa.
Quando a moto parou diante da mansão e eles desceram, Leonel subiu de novo no lugar do motorista e ela perguntou:
- Você não vai entrar?
- Não. Eu acho melhor você falar a sós com seu pai. Não vou entrar, Vitória. Eu prefiro ir logo saber do Floyd. Tudo bem?
- Não quer nem entrar pra tomar uma água ou alguma coisa...?
- Não, quanto menos tempo a gente demorar, mais rápido a gente vai saber dele. Só te peço paciência com seu pai. Não adianta agora você entrar em atrito com ele. Me desculpa a sinceridade, mas o Floyd precisa da gente e não dele. O que seu pai tinha que fazer por ele, já fez e você sabe que não ajudou em nada.
- Eu sei, mas eu preciso tentar mudar a cabeça dele. A situação é completamente outra agora. O Floyd precisa do pai. Se eu não conseguir... vou ver o que faço da minha vida... Vou me casar com você e sumo daqui.
- Não quero que você decida isso nessa situação. Quero que você decida se casar comigo por minha causa e não pra sair de casa. Não decide nada agora. Conversa com seu pai com a cabeça limpa.
- Pode ser. Vou tentar. Me liga quando souber qualquer coisa sobre o meu irmão?
- Ligo.
Ele a beijou.
- Tchau.
Ele ligou o motor da motocicleta e afastou-se. Vitória entrou na casa e foi recebida com alegria por Thor.
- Oi, grandão! Você está bem?
Dentro da casa vazia, ela respirou e sentou-se no sofá para tirar as botas. A empregada apareceu, vindo da cozinha e sorriu:
- Dona Vitória! Que bom que a senhora voltou!
- Oi, Maria, ela disse, sem muito ânimo. - Meu pai está?
- No quarto. Acabou de chegar da rua.
Ela ainda estava falando quando Teodoro Fontes desceu as escadas vestido num robe e sorrindo, exclamou:
- Filhinha! Você voltou, meu amor!
O homem se aproximou dela e abriu os braços para abraçá-la. Vitória levantou-se e recebeu seu abraço, friamente. Teodoro percebeu isso.
- Oi, papai...
- Eu vi você chegar na moto com o Leonel... Cadê ele?
- Ele foi pra São Paulo.
- São Paulo? Por quê?
- O Floyd está lá.
O rosto de Teodoro mudou de ânimo totalmente e o sorriso desapareceu.
- Seu irmão está em São Paulo? Ele não estava com vocês em Minas? Não veio junto?
- Estava, mas ele veio pra São Paulo e está lá agora, deve estar em algum hospital nesse momento.
- Hospital?
Vitória apanhou a bota e pediu:
- Maria, leva minha bota pra mim lá pra cima. Eu preciso conversar com meu pai.
- Sim, senhora.
Maria pegou o calçado e saiu da sala, subindo. Vitória sentou-se de novo no sofá e cruzou as pernas sobre ele, feito índio, batendo com a mão aberta no lugar vago do lado dela.
- Senta aqui, pai, a gente precisa conversar.
Teodoro sentou-se ao lado da filha, ressabiado.
- Se você vai começar com esse discurso de advogada na defesa do seu irmão gay, não estou disposto, Vitória. Não quero brigar com você...
- Também não quero, mas ele está precisando de ajuda...
- Se seu irmão está no hospital, não deve ser por nada bom. O que ele tem? AIDS? Se tem, não é por falta de aviso... Essa vida suja que ele vive só podia dar nisso...
- Meu irmão não é sujo, papai!
- Mas se relaciona com homens, Vitória! Você nunca vai conseguir me convencer a aceitar isso, filha!
- Floyd sempre foi um cara limpo, nesse sentido, apesar de você não concordar. Ele sempre soube o que fazia. Ele tem uma doença que pode até ter sido consequência do tratamento que você tem dado pra ele, depois que o jogou pra fora de casa, como se ele fosse lixo, como se ele não fosse seu filho!
- Não venha me culpar pelas burradas que ele fez da vida dele, Vitória! Ele tinha tudo que um rapaz podia querer da vida...
- Agora meu irmão tem câncer, pai! – ela gritou.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) IX – CAPÍTULO 10
“AJUDA”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!