LEONEL IX - SAUDADE DE MÃE E IRMÃO - CAPÍTULO 4

CAPÍTULO IV – SAUDADES DE MÃE E IRMÃO

Cristina respirou fundo, sentindo saudades de Leonel também, imaginando onde ele estaria e se estava bem.

Nesse momento, ele estava no palco do clube vazio àquela hora da manhã sentado ao piano, tocando a canção que havia feito para sua mãe. Vitória entrou ali e ficou ouvindo o namorado tocar com tanto sentimento, sentada na platéia vazia.

Quando ele terminou, ela aplaudiu, sorrindo. Ele olhou para ela e sorriu também.

- Eu adorei essa música! – ela disse, em voz alta.

- Sobe aqui, ele pediu.

Vitória subiu ao palco e foi sentar-se no colo dele. Beijou sua boca.

- Essa é sua, não é?

- É...

- Qual é o nome?

- “Mãe”. Eu fiz pra minha mãe.

- Me fala dela. Qual era o nome dela?

- Laís...

Vitória levantou-se do colo dele e foi se apoiar ao piano.

- Como ela morreu?

- Ela... começou a ficar doente no ano passado. Descobriu depois de um exame de rotina que tinha câncer no ovário...

- Meu Deus...

- Ela tentou se tratar, mas a doença já estava bem adiantada... ainda chegou a ser operada, mas... não adiantou de nada. Ela morreu com seis meses de tratamento.

- Sinto tanto... Quando a minha morreu, eu era bem criança, mas você conviveu muito com sua. Deve ter sido barra.

- Foi... Ainda mais que minha avó faleceu um mês depois. Foram dois baques pro meu pai em um curtíssimo espaço de tempo. Minha avó era... o pilar da minha família. Era uma mulher muito forte e doce ao mesmo tempo...

Ele começou a tocar “Gilda” e fechou os olhos. Lágrimas começaram a rolar por seus olhos sem controle. Vitória ficou apenas olhando para ele sem saber o que fazer. Achou melhor deixar que a emoção dele se esvaísse e não interrompeu.

Quando terminou a canção, ele olhou para ela e sorriu, enxugando o rosto.

- Desculpa...

- Você está triste... Nunca te vi triste assim. Posso ajudar?

- Acho que não. Estou com saudade delas... mas passa...

- Eu também estou com saudade do meu irmão, disse ela, estendo o braço direito sobre o piano e encostando a cabeça nele.

- Ele também me faz falta...

- É impressão minha ou você estavam meio estremecidos quando ele foi pra São Paulo?

- Não, não é... nada importante...

- Vocês brigaram? Por quê?

- Nada importante, já falei. Bobeira minha. Seu irmão tem um jeito próprio de me deixar irritado, mas ele está sempre certo. Eu é que não consigo ainda chegar primeiro onde ele está.

- Sei bem do que você está falando. Você se zangou com ele porque ele está se relacionando com o Caio, não foi?

- Mais ou menos... Ele está feliz e eu estou sendo bem egoísta em pensar assim.

- Ciúme... ela disse sorrindo. - Você está com ciúme dele.

- Não é isso, Vitória.

- É sim. Eu sei há muito tempo que a relação de vocês vem de outra vida. Toda vez que ele falava de você pra mim, ele tinha um brilho nos olhos que vinha da alma dele. Não tem mais como negar isso. Vocês são irmãos de alma há muito tempo. Ele me disse isso. Por isso ele te ama tanto.

- Ele está com o Caio agora...

- Mas ainda te ama... O Caio é só uma saída inteligente dele pra não pirar por não poder ter você do jeito que ele queria.

- Você fala disso com tanta tranquilidade que me assusta. Às vezes parece que você não me ama.

Ela foi sentar de novo no colo dele.

- Eu te amo e não admito que você duvide disso!

Vitória o beijou com paixão e sentou-se no banco ao lado dele.

- Vamos tocar alguma coisa juntos? – ela disse, juntando os cabelos e colocando-os para trás.

- Ok, madame. Quer tocar o quê?

- Alguma coisa que te anime. Você está me deprimindo, garoto. Não gosto de me sentir pra baixo. Meu irmão está lá em São Paulo, realizando o sonho dele e do Caio e a gente tem que ficar feliz com isso.

- Você tem razão. Toca você alguma coisa animada que ele goste muito, em homenagem a ele então? Que não seja “The Wall”. Essa música me deprime ainda mais.

Ela riu.

- A mim também, mas é uma verdade triste, você há de convir comigo.

- Estou cansado de verdades tristes.

Ela pensou e começou a tocar e cantar “See Emily Play” do Pink Floyd, que era um pouco mais animada.

Leonel apenas sorria, pois não sabia tocar aquela e deixou que ela executasse a música sozinha e ela o fez com total animação.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) IX – CAPÍTULO 4

“SAUDADE DE MÃE E IRMÃO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 28/08/2020
Código do texto: T7048393
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