LEONEL VIII - CR5 - CAPÍTULO 10

CAPÍTULO X – CR5

Leonel e Floyd ficaram um pouco estremecidos depois daquela conversa.

No final do mês, Floyd foi para São Paulo com Caio se encontrar com a CR5 para se prepararem para as gravações de seu disco. Caio ia apresentar Floyd ao empresário da CR5 e a eles e combinarem de que músicas Floyd participaria.

A banda teria sua base num hotel no bairro do Morumbi, durante as gravações, porque a maioria dos componentes da banda era de cidades do interior e ficaria muito cansativo e dispendioso viajarem todos os dias até a gravadora.

Vicente Rocco, o empresário, achou por bem fazerem isso para o bem estar deles e dele próprio que às vezes não conseguia controlar todos os componentes da banda que eram jovens de dezesseis a vinte e três anos.

O CR5 era composto por cinco rapazes: Fábio Silva, de dezenove anos, na bateria; Eddie França, de dezesseis, na guitarra; Caio, no baixo, Saara Silva, de vinte e dois, no teclado e Ulisses Silent, de vinte e três, no piano. Havia também três garotas que seriam as backings, mas está parte seria gravada em separado em outro momento, dias depois, quando a base já estivesse gravada.

Quando Caio e Floyd chegaram ao hotel, quase todos já estavam lá, faltando apenas o pianista e o tecladista. Caio tratou de apresentá-lo a Vicente, Fábio e Eddie.

- Rocco, esse é o meu amigo Floyd. Ele é de Diadema, mas eu o conheci em Serra Negra há alguns anos. Ele é cantor e guitarrista de rock alternativo.

Os dois apertaram-se as mãos.

- Pensei que você fosse mais velho. É músico há muito tempo?

- Desde que me entendo por gente.

- Eu posso te ouvir tocar alguma coisa? Só pra... desencargo... O Caio já disse que você é bom, mas a gente não está fazendo nada mesmo. Eddie empresta a tua guitarra aí, vai.

Eddie estava deitado no sofá, abraçado a sua guitarra e passou-a para ele, recomendando:

- Cuidado com ela. É quase minha namorada...

Ele falou sério, mas acabou por rir. Floyd recebeu o instrumento das mãos de Vicente e sorriu sem graça.

- Pode deixar... Também tenho ciúme da minha.

- E cadê ela?

- Ficou no outro hotel. Eu não sabia que ia ter que tocar nada aqui. O Caio falou que ia só me apresentar pra vocês.

- Você não vai ficar com a gente? – perguntou Fábio.

- Não sei ainda... Resolvi... ter um lugar alternativo, caso vocês não gostassem de mim...

Todos ficaram olhando uns para os outros sem entender. Floyd riu.

- Estou brincando. Eu já deixei ela no estúdio. A gente passou por lá antes de vir pra cá. É muito pesada pra ficar carregando.

Todos riram.

- Outro engraçadinho pra zoar com a cara da gente, disse Eddie.

- Bom humor é sempre bem vindo, disse Vicente. – Toca alguma coisa pra gente, Floyd.

Floyd ligou a guitarra e começou a tocar “Sweet child of mine”. Quando ouviu o solo inicial, Eddie animou-se e sentou no sofá, cantando a música inteira com ele. Os dois foram aplaudidos por Vicente e Fábio.

- Você é bom, cara. Bom mesmo, aprovou Vicente.

Floyd olhou para Caio que olhava para ele também, orgulhoso.

- Não está faltando dois integrantes da banda? – Floyd perguntou.

- É, e já estão bem atrasados, disse Vicente, levantando-se e olhando no relógio.

- Eles moram perto de Serra Negra, mas já devem estar chegando, disse Fábio.

- Serra Negra? – Floyd perguntou. – Músicos de Serra Negra? Eu devo conhecer. Quem são?

- Ulisses Silent e Saara Silva, disse Caio. – Você conhece sim. Eles já tocaram com a gente há alguns anos.

Floyd pareceu levar um banho de água gelada no rosto ao ouvir aqueles nomes.

- O Ulisses e o Saara... tocam com vocês?

- Tocam. O Saara é nosso tecladista e o Ulisses nosso pianista. Por quê?

Floyd ficou sem saber o que dizer. Não podia falar que os dois rapazes eram procurados em Serra Negra pelo atentado cometido contra Leonel. Aquilo acabaria na mesma hora com as gravações do disco.

- Não... Não é nada. É que faz muito tempo que eu não os vejo. Pensei que não estivessem mais no Estado.

- Eles mudam muito, mas a gente se encontrou uma noite num barzinho e eles pediram emprego pro Vicente. A gente era só bateria, guitarra e baixo. Resolvemos dar uma chance pros caras. Os dois tocam muito.

- É... eu sei, Floyd disse, desconcertado.

A porta se abriu e os dois rapazes entraram.

- Desculpa aí, gente. O trânsito até aqui estava uma bomba.

- Vocês podiam ter ligado e eu ia buscar você de helicóptero, ironizou Vicente, sarcástico. – Vocês estão pra gravar um disco, não vamos nos encontrar aqui pra tomar cerveja apenas. Não vou mais tolerar atrasos.

- Está certo, chefinho, palavra de escoteiro. Não vai acontecer mais, disse Saara, jogando-se numa poltrona, ainda sem notar Floyd na sala.

Ulisses, pelo contrario, viu o rapaz e ficou mudo, olhando para ele. Floyd olhou para ele também e esperou.

- Rapazes, acho que ele dispensa apresentações. O Caio disse que vocês conhecem ele. Esse é o Floyd.

Ulisses ficou ainda olhando para ele; Saara levantou-se rapidamente e fez o mesmo.

- Oi... disse Floyd, calmamente. – Quanto tempo... Tudo bem?

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VIII – CAPÍTULO 10

“CR5”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 26/08/2020
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