LEONEL VIII - CAFÉ DA MANHÃ - CAPÍTULO 8
CAPÍTULO VIII – CAFÉ DA MANHÃ
Caio afastou-se e desapareceu atrás da cortina que separava o corredor da sala.
Floyd encostou a camisa dele no rosto e encolheu-se no sofá, tentando convencer a si mesmo de que estava fazendo a coisa certa. Levantou-se e foi fazer o que o rapaz pediu. Entrou no quarto e foi sentar-se na beira da cama para esperar que ele terminasse seu banho.
Quando Caio voltou do banho, enrolado apenas numa toalha e com outra de rosto na mão; Floyd estava na mesma posição.
- Pronto! Agora eu sou todo seu... O que é tão importante?
O rapaz sentou-se na beira da cama ao lado dele, enxugando os cabelos e esperou.
- Eu queria te contar uma coisa... bem séria e te fazer uma proposta depois.
- Coisa séria com proposta? Nossa! Me arrepiei inteiro.
- Eu gosto demais de você e... não quero esconder nada, depois de tudo que você tem feito por mim.
- Você sabe que eu também adoro você e não estou querendo nada em troca...
- Sei... Eu sei disso, mas eu preciso te contar uma coisa que pode definir se você vai querer que eu continue com você aqui ou não...
- Que sandice é essa? – ele perguntou, bocejando gostoso e agarrando uma almofada sobre a cama. – Acho que o banho me deixou com sono. Deita aqui. Conversar na cama é mais gostoso.
- Acho melhor não. Não sei o que o Leonel ia pensar se...
- Floyd... eu não sou de fazer rodeios. Sou eu que tenho uma coisa pra te dizer e pra te pedir e já prorroguei demais.
- O quê?
- Dorme comigo... de novo?
Floyd sentiu a garganta arder e não respondeu.
Caio não esperou resposta. Segurou seu rosto com as duas mãos com carinho e encostou os lábios nos dele de leve.
Floyd ficou sem palavras.
- Eu sei que você está naquele quarto com ele, mas eu vou te fazer voltar pra perto de mim... quer?
Floyd balançou a cabeça, confirmando, e uma lágrima rolou por seu rosto, lenta e silenciosa. Caio a enxugou com um beijo.
- Me deixa te fazer feliz como ele não pode?
- Isso não é justo com você. Eu preciso te contar uma coisa...
- Depois...
O rapaz foi até o interruptor e apagou a luz do quarto. Acendeu o abajur, tirou a toalha que o envolvia e subiu na cama puxando Floyd para perto dele.
Na manhã seguinte, quando Leonel acordou, olhou para Vitória deitada a seu lado e estranhou acordar num lugar que não estava acostumado. Procurou sair da cama sem perturbá-la. A moça tinha o braço sobre seu peito e ele a beijou antes de se afastar.
Saiu do quarto e ouviu barulho de vozes vindo da cozinha. Foi até lá. Caio e Floyd estavam preparando o café juntos e riam ambos de alguma coisa que ele ainda não sabia o que era. Floyd parou de rir ao vê-lo entrar.
- Bom dia, Leonel! – Caio cumprimentou.
- Bom dia.
- Senta aí. Quer café fresquinho? Acabou de ser passado.
Leonel sentou-se à mesa e Caio colocou o café fumegante numa xícara diante dele.
- Pra quem foi dormir às cinco da manhã, você até que acorda cedo. Não são nem dez. – falou Leonel provando o café. – Caramba! Isso aqui está bom...
Caio sorriu orgulhoso.
- Quer açúcar? Tem gente que não gosta de café amargo...
- Não... Está perfeito assim.
- Você viu a hora em que a gente foi dormir? – Floyd perguntou, encostado a pia.
- Ouvi a hora em que o Caio chegou e vocês conversando na sala.
- Desculpa... A gente não quis acordar você, nem agora. Se quiser voltar pra cama pode. A gente fala mais baixo...
Leonel percebeu que seus olhos estavam serenos, claros, menos sombrios do que ultimamente. Além de ter um brilho diferente.
- Não, perdi o sono. Eu não costumo dormir até tão tarde. Vocês estavam rindo do quê?
- Bobeira, disse Caio. – A gente estava lembrando as farras que gente fazia depois dos shows. Bons tempos...
Caio riu novamente e tocou a mão de Floyd.
- Bom... eu vou tomar um banho. Até já meninos...
Ao passar por Floyd, ele passou a mão por sua cabeça, desmanchando seu cabelo, num gesto de carinho. Floyd sorriu, ajeitou os cabelos e ficou olhando para ele enquanto se afastava. Depois sentou à mesa diante de Leonel.
Leonel olhou para ele sério.
- Está feliz?
Floyd olhou para ele, sério também.
- Você está?
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VIII – CAPÍTULO 8
“CAFÉ DA MANHÔ
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA!