LEONEL VIII - ULTIMATO - CAPÍTULO 6
CAPÍTULO VI – ULTIMATO
Leonel ficou mais uma vez surpreso, ao saber que Caio já tinha tentado se matar por causa de Floyd no passado.
- Meu Deus! Quando... Quando foi isso? Você nunca me disse nada...
- Ele está vivo, graças a Deus, e é isso que importa. Na verdade, ele nem queria se matar. Queria só chamar minha atenção. Tomou um frasco inteiro de calmante, mas foi na casa dele, no quarto dele. O pai dele estava em casa e o socorreu logo, levaram ele pro hospital, fizeram lavagem estomacal nele e ele ficou bem.
- E é por uma sandice adolescente dessas que você vai se vender?
- Eu não estou me vendendo...
- Está sim. Em troca de um apartamento, uma gravação e...
- Eu faço da minha vida o que eu quiser, Leo! Não te dou o direito de me julgar! Tenho muito tempo de estrada na sua frente. Já sei exatamente o que me espera e vou tentar fazer por ele o que você não pode fazer por mim!
Leonel fechou os olhos e em seguida olhou para o copo.
- Estou só preocupado com você... Não quero que você tenha outro Gil na sua vida. Você já viu que não dá certo.
- Não se preocupe. Eu vou ficar bem. O Caio não é outro Gil. O Caio é um cara limpo. Nem se compara com o Gil.
- Como você pode ter certeza disso? Ele está tão diferente. Parece outro cara.
- Você o viu. Só de olhar pra ele, você já percebe. Aquela cara de moleque de colégio não engana ninguém. Ele só está mais solto, independente e... lindo... É um ótimo músico e está deslumbrado pela música dele como você era e é; e tem uma generosidade dentro dele que sempre me encantou. Ele não é muito diferente de você.
- É sim...
Floyd sorriu e ergueu o copo de cerveja.
- Nesse quesito... sorte minha. Ele é muito bom de cama... Tem muito que aprender, mas tem potencial...
- Você deve saber o que está fazendo...
- Sei...
- Ele sabe que você está doente?
- Não, mas isso é o de menos... Ele vai saber e vai saber cuidar de mim.
- Tem certeza?
- Tenho e... já que você tocou nisso... não quero que a Vitória saiba de nada ainda.
- Ela é sua irmã... Devia saber. Só não contei pro que você pareceu não querer contar...
- Não quero mesmo. Minha gueixa japonesa não merece se contaminar com as minhas mazelas.
- Tudo bem, amigo. Tem a minha bênção... embora eu não concorde muito com esse tipo de coisa...
Floyd sorriu e ergueu a mão aberta. Leonel bateu nela com a sua e a apertou. Abraçaram-se.
Vitória e Caio voltaram do quarto. Ela vestida numa bermuda de jeans e numa camiseta com um logo de Nova Iorque bem colorido.
- Não falei, Caio? A gente deixa os dois a sós e quando volta, os dois traem a gente na maior cara dura! É sempre assim.
Leonel e Floyd se afastaram e Vitória apressou-se a sentar entre os dois. Passou os braços em volta dos ombros dos dois e deu um beijo no rosto de cada um.
- Eu nem ligo pra isso. Eu amo tanto esse dois, Caio, você não tem ideia!
- Já decidiu se vai mudar pra cá, Leonel? - Caio perguntou, sentando-se no braço do sofá.
- Acho que não... ele respondeu.
- Não!? – Vitória perguntou.
- Não acho que seria bom misturar as coisas. O Floyd me contou que... vocês estão juntos...
- E daí? Seremos uma grande família.
- Mas eu não gostaria de morar com a Vitória na casa do meu pai, por exemplo, se ela se casasse comigo. Não tem nada a ver e tenho certeza que você me entende.
- Mas não é definitivo, amor, disse Vitória. – É só até a gente encontrar um lugar pra nós. Só pra sair daquele hotel. Esse apartamento é enorme. Tem dois quartos independentes e a gente pode ficar num deles. Eu acabei de tomar um banho de banheira delicioso que fazia tempo não tomava. Por favor, baby!
Vitória o beijou na boca. Leonel suspirou e aproveitou a deixa para cutucar a namorada.
- Você disse... só até a gente encontrar um lugar pra gente?
- É...
- Eu só começaria a procurar um lugar pra gente, se você quisesse se casar comigo pra valer. Se não, não me interessa sair do hotel. Eu não vou morar com você numa casa sem ser casado com você.
Vitória ficou olhando para ele nos olhos por alguns segundos. Leonel sustentou seu olhar. Floyd levantou-se, foi ficar atrás de Caio e o abraçou pelo pescoço, esperando o desfecho daquele impasse.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VIII – CAPÍTULO 6
“ULTIMATO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!