LEONEL VIII - HOMENAGEM - CAPITULO 2
CAPÍTULO II – HOMENAGEM
Leonel chegou a Belo Horizonte pouco depois das três da tarde. Chegou ao hotel e não encontrou nem Vitória nem Floyd. Na recepção lhe disseram que Floyd não tinha dormido aquela noite no hotel e Vitória tinha ido ao clube ensaiar, como ela mesma disse.
Leonel subiu, tomou um banho, trocou-se e foi para o clube também. Planejando já ficar para o show que a banda faria naquela noite.
Ao chegar ao clube pouco antes das sete, viu Floyd, Vitória, Décio e Caio tocando juntos. Nem subiu ao palco, sentou-se numa das mesas. Quando Vitória o viu ali, sorriu e exclamou:
- Meu amor! O Leonel está de volta!
Ela largou o microfone e pulou do palco, correndo para ele. Sentou-se em seu colo e o beijou, apaixonada.
- Que saudade...
- Até que enfim! – disse Décio, fazendo muito barulho com as baquetas nos pratos da bateria.
Floyd apenas abraçava a guitarra e olhava para ele, com um leve sorriso.
- Vem, amor! Sobe no palco. Você já viu quem voltou?
Vitória pegou Leonel pela mão e o puxou para o palco, fazendo-o se aproximar do irmão e de Caio.
- Oi, Floyd...
- Oi, Leo... Tudo bem em casa?
- Tudo...
Ele olhou para Caio que sorria um sorriso quase infantil, mas seus olhos tinham um brilho diferente que Leonel estranhou.
- Oi, Caio.
- Oi, Leonel. Tudo bem?
- Que é que você está fazendo aqui? Você está tão... diferente. Cabeleira legal...
- É, não é? – Caio falou, com um orgulho e uma confiança estampados em seus olhos que ele não conseguia nem esconder. – Vim... rever meus amigos.
- Ele está só passando uns dias aqui, disse Floyd, aproximando-se e passando o braço em volta do ombro do rapaz. – Mas vai dar uma palinha no nosso show, pode?
- Claro que pode... Vai ser um prazer.
- Depois do show eu te explico o que está acontecendo, Leo, falou Floyd, que em seguida olhou para Caio e lhe deu um beijo rápido no rosto. – Já volto.
- Acho melhor a gente ir se trocar, disse Décio. - O povo já está chegando. Caio, vem comigo. Vou ver se arrumo alguma coisa pra combinar com essa sua cabeleira loira, amiguinho.
Os dois se afastaram. Leonel sentiu que havia algo diferente acontecendo por ali e Vitória notou.
- Meu irmão está mais feliz, você percebeu?
- Mais ou menos... Que aconteceu aqui na minha ausência? Você pode me explicar?
- O Caio chegou e eles se entenderam. Eles estão juntos de novo.
Leonel ficou surpreso com aquela notícia.
- Juntos? Juntos como?
- Acho melhor o Floyd mesmo te explicar depois do show. Vamos nos trocar também?
Ela o beijou no rosto e o puxou pela mão, indo na direção dos camarins.
O show começou às nove da noite e eles tiveram o sucesso habitual. Tocaram uma seleção de oito músicas que terminou com a execução de “Stairway to heaven” to Led Zeppelin e Leonel começou sem aviso a tocar “Mama” do Gênesis.
A canção tem na letra o diálogo de um bebê ainda na barriga com sua mãe, momentos antes de ser abortado. Ele sentiu necessidade de tocá-la em uma homenagem distante, mas muito significativa ao irmão e à cunhada.
Décio foi pego quase de surpresa, mas cantou com uma emoção muito parecida com aquela que Phil Collins executava no disco. Sua bateria também fez toda a diferença na execução da música.
Ao final, o público veio abaixo e aplaudiu calorosamente. Leonel ficou olhando por alguns segundos para o teclado ao término e estava tão emocionado que quase esqueceu de se levantar e agradecer com o resto da banda.
- A gente vai fazer um intervalo de quinze minutos, falou Décio. – Já voltamos. Obrigado!
Eles saíram do palco ainda sob os aplausos e, no camarim, Décio o parabenizou pela escolha do número.
- Cara, que sacada! Como você teve essa ideia no meio do show? Sua sorte é que eu adoro essa música!
- Desculpa não ter avisado... Eu nem sabia que ia tocar...
Vitória, que já tinha saído do palco, durante a execução dos dois últimos números, abraçou-se ao namorado e o beijou.
- Amei! Amei, amor! Vou só refazer minha maquiagem e a gente volta pra lá.
Ela entrou no banheiro feminino. Floyd estava sentado no sofá ao lado de Caio, e parabenizou o amigo também, batendo palmas.
- Maravilhoso! É por isso que eu te amo...
Leonel olhou sério para ele e pediu:
- Posso falar com você um instante?
- Comigo?
- É...
- Não dá pra esperar o final do show? Do jeito que você está inspirado hoje, é capaz de conseguirmos...
- É um segundo, Floyd...
Floyd respirou fundo, percebendo que ele falava sério. Levantou-se, apoiando-se na perna de Caio e disse a ele:
- Vai se refazendo aí que eu já venho.
Leonel saiu do camarim e ele o seguiu. No corredor mesmo ele perguntou:
- O que está acontecendo? O Caio vai fazer parte da banda agora?
Floyd sorriu e encostou-se na parede.
- E se for?
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VIII – CAPÍTULO 2
“HOMENAGEM”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA!