LEONEL VIII - DESPEDIDA - CAPÍTULO 1

CAPÍTULO I – DESPEDIDA

Leonel tencionava voltar para Belo Horizonte no dia seguinte, bem cedo. A família inteira acordou cedo para se despedir dele.

- Você podia ficar mais um dia, disse Bruno, já no jardim, perto da moto.

- Não dá. Se você quisesse ir comigo pra Valinhos, eu ainda te levava lá, ficava com a tia Célia um pouquinho e depois ia. Mas você não quer...

- Não estou com ânimo pra uma viagem tão longa, filho. Obrigado pela preocupação.

Leonel abraçou o pai com carinho.

- Não esquece que eu te amo, viu? Não me tira daqui, nunca...

Ele colocou a mão aberta sobre o peito do pai.

- Também te amo... Boa viagem. Cuidado na estrada com essa motocicleta.

Leonel beijou sua testa e olhou para o irmão. Apertou sua mão e o abraçou também.

- Força, garoto. Vai ficar tudo bem. Vou estar sempre ligando pra cá pra saber de vocês.

Leandro não disse nada. Leonel aproximou-se de Cristina e Helena que estavam juntas perto da moto e olhou para Helena. A moça apressou-se em abraçá-lo, apertado, sem dizer nada, no início, mas depois de algum tempo, murmurou:

- Tchau... Vou sentir saudades... Não esquece que eu ainda te amo...

- Tchau, Helena.

Ele a abraçou também e beijou sua testa demoradamente.

- Se cuida, garota. Não esquece do que a gente conversou. Cuida bem do seu bebê e do meu irmão. Vocês ainda podem ser muito felizes...

- Não sei se posso...

- Tenta pelo menos. Eu sei que você consegue.

Ela se afastou dele e foi sentar-se no banco ali perto. Cruzou os braços e as pernas e ficou olhando para ele, com os olhos cheios de lágrimas.

Leonel sentiu vontade de chorar também, mas disfarçou e segurou a mão da tia.

- Eu vou com você até a saída da cidade, ela disse. – A gente se despede lá, posso?

- Claro... ele respondeu com um sorriso.

Leonel colocou o capacete e subiu na moto. Acenou para todos. Cristina subiu na garupa da moto e eles partiram.

No largo da estação, a moto parou. Cristina desceu.

- Não demora muito a voltar.

- Não... Como eu disse pro Leandro, vou estar sempre ligando pra cá pra monitorar esses dois. Você tem o telefone do clube e do hotel onde eu estou morando. Qualquer emergência, liga pra mim, como você fez da outra vez. Não me deixa sem notícias.

- Você vai ficar morando em hotel por muito tempo? Não é muito dispendioso?

- Não somos nós que pagamos é o clube, mas é uma situação meio chata mesmo. Quando eu chegar lá, vou conversar com o Floyd e a Vitória pra ver o que a gente faz.

- Você pretende... se casar com essa moça?

Leonel riu.

- Vou te contar um segredinho, tia: a Vitória não quer se casar comigo.

- Não quer?

- Não.

- Mas vocês... não estão namorando... pra valer?

- Muito pra valer, mas... casamento não está nos planos dela.

Cristina olhou para ele boquiaberta e acabou por sorrir. Ele sugeriu:

- Deve ter alguma coisa a ver com a... maldição de Leo Torres... Ele também não morreu solteiro?

Cristina riu.

- Não pode ser, Leo!

- Espero sinceramente que não, tia, mas... eu não sei mais o que pensar. Ela chegou a dizer que não sabe nem se quer ter filhos!

- Jesus! Só podia ser filha do Ted!

- O principal motivo de ela pensar assim é justamente ele mesmo, Cris. Você fez um grande estrago no coração daquele pobre homem, viu?

- Eu? Eu fui traída, deixada pra trás com dezesseis anos e a culpa ainda é minha?

Ele a abraçou sorrindo.

- Estou brincando. Eu ainda tenho esperança que a Vitória mude de ideia. Quando a gente estiver morando numa casa só nossa, ela vai se animar.

- Tenha cuidado. Vocês ainda são muito jovens. Se esse namoro já está tão sério assim, não vá arrumar filho também, como Leandro. Seu pai é capaz de ter um enfarto com menos de cinquenta anos.

- Não, pode deixar. A gente se cuida. Eu tenho que ir, tia.

Ele abraçou Cristina com carinho.

- Tchau, meu amor.

- Tchau, Leo.

Eles ficaram olhando nos olhos um do outro.

- Eu te amo...

- Também te amo...

Trocaram um beijo muito próximo da boca. Cristina afastou-se dele; Leonel colocou o capacete e a moto em movimento. Cristina colocou a mão sobre a boca e começou a chorar. Voltou para casa.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VIII – CAPÍTULO 1

“DESPEDIDA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 23/08/2020
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