LEONEL VII - SHE LOVES YOU! - CAPÍTULO 11
CAPÍTULO XI – ELA AMA VOCÊ!
Quando Leonel saiu do quarto de Cristina , viu que a porta do quarto do irmão estava aberta. Resolveu ir até lá.
Helena estava deitada na cama, dormindo. Leandro estava sentando numa cadeira com um caderno sobre a perna escrevendo alguma coisa nele.
Leonel entrou e ele olhou para o irmão.
- Posso entrar? – perguntou em voz baixa.
Leandro apenas consentiu com um movimento da cabeça. Leonel entrou no quarto e chegou até o pé da cama onde Helena estava deitada.
- Ela está bem?
- Agora está. Estava enjoada mais cedo. Fica assim toda manhã. Quase me deixa doido. Me xinga de tudo quanto é nome por isso e hoje não foi diferente. Eu sou culpado até se chove, depois que a gente se casou. Foi a pior besteira que fizeram a gente fazer. Mas ninguém me ouve mais nessa casa. Meu pai não gosta nem de ouvir o som da minha voz.
- O pai está sofrendo, Leandro. Não foi isso que ele sonhou pra você... pra nós...
O rapaz baixou os olhos e continuou escrevendo, bufando de impaciência.
- O que você está fazendo? – Leonel perguntou, sentando mais perto dele na beira da cama.
- Trabalho de escola... Faz parte do... castigo que o juiz determinou pelo que eu fiz com... você. Vou passar as férias todas dando palestras na escola todo sábado sobre racismo, homofobia e gravidez na adolescência e... essas coisas...
- Quer ajuda? – Leonel perguntou com um sorriso.
- Você? Você quer me ajudar? Justamente você que é causa de todos os meus problemas? Claro que não! Eu me viro sozinho.
- Você é racista, Leandro? – Leonel perguntou de repente.
O rapaz pensou e deu de ombros.
- Sei lá, acho que não. Eu tenho vários colegas negros... Tenho até um que é depois da meia noite de tão negro.
- Então sobre isso você pode escrever com verdade e falar com verdade pras pessoas. É homofóbico?
Leandro baixou os olhos e não respondeu. Leonel respondeu por ele.
- É, não é? Você também não gosta do Floyd e não gostava do Gil a ponto de... metê-lo e aos amigos dele no seu plano de me atacar... Você quis me prejudicar, prejudicando a eles também. Com isso, você provou da pior forma que é homofóbico.
- Cada um tem seu ponto de vista... O papai também não gosta dessa gente...
- “Essa gente” nunca fez nada pra você. E o papai nunca atacou ninguém, nem desrespeitou ninguém que seja assim, Leandro.
- Nunca? Toda vez que ele esbarrou com esse seu amigo Floyd, só disse desaforos pra ele!
- Mas nunca planejou nada contra ele e nem...
Leonel viu que estava dando murro em ponta de faca, falando com o irmão sobre a animosidade entre o pai e Floyd. Parou de falar.
- É muito difícil falar com você de uma coisa que já está entranhada na sua alma e na do nosso pai desde antes de vocês nascerem...
- Quê? Está falando do quê?
- Nada... Não é nada.
Leonel virou-se na beira da cama e olhou para Helena.
- E sobre aborto? O que você pensa sobre isso?
Leandro olhou para a garota também e seu semblante se fechou. Não respondeu. Leonel continuou.
- Sabe como eles fazem pra tirar um bebê que ainda não nasceu da barriga da mãe que não quer que ele nasça?
O rapaz franziu a testa e seu rosto ficou ainda mais nublado. Apenas balançou a cabeça, negando.
- É horrível, Leonel disse, também muito tocado. - Não vou te contar porque não é meu interesse te deixar mais assustado. Mas você não ia querer isso pro seu filho. Procure ler sobre isso, pesquise, já que você está fazendo textos pra sua palestra.
- Eu falo sobre gravidez na adolescência e não sobre aborto...
- Grande parte das meninas que ficam grávidas na adolescência pensa nisso. A sua mulher é uma delas. Você sabe disso.
Leandro olhou de novo para Helena e seus olhos se encheram de água.
- Se depender de mim... ela não vai fazer isso, ele disse, com a voz embargada.
- Que bom que você pensa assim, meu irmão.
- Mas vai ser uma barra depois que ele nascer... A gente não tem estrutura nenhuma pra criar essa criança, Leonel! Ela não me ama. Já disse isso pra mim mil vezes e não precisa nem dizer. Cada vez que ela olha pra mim, eu vejo isso nos olhos dela! Ela ama você!
- Você vai ter que ter muita paciência. Vive um dia de cada vez. Vocês têm o papai e a tia Cris pra ajudar vocês. Não desiste ainda, Lê.
- Você não está morando mais aqui pra saber como é dormir, na mesma casa, com essa... doida. Eu nunca mais toquei nela depois que a gente se casou. A gente nem dorme na mesma cama! Eu praticamente nem durmo direito. Tenho medo que ela... faça alguma besteira. Sorte que a tia Cris entende o que se passa e reveza comigo na vigilância.
- Cris... Ela é realmente nosso anjo da guarda... Agradeça a Deus por ela estar perto de você.
Helena começou a acordar. Os dois olharam para ela. A moça passou a mão no rosto e olhou para eles também.
- Você ainda está aqui? – perguntou a Leonel.
- Desculpa... Acordamos você?
- Não... Quando você vai embora?
- Eu vou dormir aqui... Volto amanhã cedo pra Belo Horizonte.
Ela sentou-se na cama e ajeitou os cabelos.
- Você está melhor? – Leandro perguntou.
Helena balançou a cabeça, confirmando. Leonel levantou-se.
- Vou sair pra vocês conversarem. Leandro, pensa no que eu disse.
Leonel tocou a mão de Helena.
- Se precisarem de qualquer coisa, estou no meu quarto. Você também... pensa no que disse. Esse bebê é meu também. Cuida dele pra mim...
Ela colocou a mão na barriga e ficou em silêncio, pensativa.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 11
“ELA AMA VOCÊ!”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA!