LEONEL VII - PRIVACIDADE - CAPÍTULO 9

CAPÍTULO IX – PRIVACIDADE

Floyd e Caio foram com Décio até o bar do clube, tomar alguma coisa e colocar as novidades em dia depois daquele tempo longe um do outro.

- Você não vai contar a novidade pra ele, Caio? – Décio perguntou.

Caio sorriu e respondeu, brincando, enigmático.

- Não, não quero deixar ele babando...

- Babando? Do que vocês estão falando?

- Eles vão gravar um disco, adiantou Décio.

- Você está brincando... Um disco? – Floyd perguntou, admirado.

- Sério! Eu disse pra você que um dia podia chegar lá. É uma gravadora independente, mas faz um excelente trabalho. Cobra pouco em relação às outras e as gravações vão começar em duas semanas. Você ainda vai ver Caio Rueda nas bocas.

- Meus parabéns... Fico muito feliz por você. Você merece, Floyd disse, emocionado.

- Você também merece, Floyd. Se fosse por mim, as músicas do Leonel Marques já estariam gravadas, mas não só em fita cassete como estão. Deviam estar em discos!

- Essa é uma coisa pra se comemorar, disse Décio. – Vou até lá dentro ver se pego um champanhe pra gente.

Décio se afastou com a intenção de deixar os dois a sós. Caio ficou olhando com atenção para Floyd e observou:

- Você está abatido ou é impressão minha?

- Eu? Não, impressão sua.

- Está sim! - gritou Décio que tinha ouvido a pergunta e interferiu. – Ele está muito doente!

- Décio! – zangou-se Floyd.

O rapaz acenou para os dois e entrou no bar, deixando Floyd desconcertado.

- Ele está falando sério? O que você tem? – Caio perguntou, preocupado.

- Não tenho nada. Tive febre essa noite, acho que por causa de um... resfriado que eu peguei.

- E o Leonel e a Vitória?

- Ela está no hotel e ele em Serra Negra.

- Serra Negra? Ele voltou pra casa? Deixou você?

- Não, ele não voltou pra casa e, não, ele não me deixou porque a gente nunca esteve junto e você sabe disso, Caio. E ele namora minha irmã agora.

- Ah... sério? – perguntou Caio com uma alegria contida.

- Sério...

- Quer dizer que você continua sozinho?

- Não... Eu tenho os dois comigo na banda...

- Você entendeu o que eu quis dizer...

Floyd também entendeu a insinuação dele e desconversou:

- Como você fez pra sair de casa? Brigou com seu pai? E a faculdade?

- Não é o que eu quero pra minha vida, Floyd. Nunca foi. Eu abri o jogo com ele e ele teve que aceitar. Até aceitou na boa. Ele me ama. Na verdade, o Leonel me inspirou a fazer isso. Se ele, que é filhinho de papai...

- O Leo não é filhinho de papai, Caio...

- É sim, tem um estilo de vida que não dá pra jogar fora e ele largou tudo pra se aventurar com você... Por que eu não poderia fazer o mesmo? E ele não sente nada por você... como eu sinto...

- Caio...

- Onde você está morando?

- Num hotel aqui perto.

- Hum... Não está gastando muito, não?

- O clube paga, desde que a gente começou a lotar a bilheteria com os shows do Leo.

- É tão desconfortável e impessoal morar em hotel.

- Mais ou menos...

Caio sorriu.

- Eu tenho um AP aqui na cidade. Não é muito grande, mas é maior que o quarto de um hotel, tem uma cozinha, suíte... e está vazio. Eu fico mais em Valinhos que aqui. Parece um pouco com o meu apartamento em Serra Negra. Quer ficar nele?

Floyd não respondeu, pois percebeu as intenções no olhar de Caio.

- Eu estou com o Leonel e a Vitória, Caio. Não moro sozinho.

- Tudo bem... Onde cabem dois, cabem quatro! Eu não sou exclusivista, você sabe.

- Por que você resolveu comprar um apartamento justamente aqui em BH?

- Não comprei. Aluguei, mas você não adivinha? – ele perguntou, com um sorriso.

Floyd suspirou e chegou à conclusão de que Caio estava mesmo muito a fim dele, como já tinha estado há tempos atrás. Por si mesmo não tomaria uma atitude tão drástica de sair do hotel e voltar a morar com Caio, mas precisava fazer alguma coisa para se desligar pelo menos fisicamente de Leonel.

- Aceita morar comigo?

- Vou falar com eles, mas acho que... o Leo não vai aceitar...

- Por quê? Por minha causa?

- Não... por causa... da Vitória... Eles precisam e querem privacidade e...

- Ótimo, não precisam vir. Eles ficam no hotel e você vem comigo. Você também precisa de privacidade, não precisa?

Floyd suspirou sutilmente e respondeu.

- Acho que... sim...

Caio riu e mordeu o lábio inferior.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 9

“PRIVACIDADE”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 22/08/2020
Código do texto: T7042903
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.