LEONEL VII - MASOQUISMO - CAPÍTULO 7

CAPÍTULO VII – MASOQUISMO

Em Belo Horizonte, depois que Leonel partiu para Serra Negra, Floyd explicou a Vitória o sonho que teve com a avó dele e motivos por que o amigo tinha que voltar à sua cidade. Vitória sabia que as coisas que Floyd dizia às vezes não faziam muito sentido para ela, mas eram sempre verdade e realmente aconteciam. Ela confiava muito no irmão e em suas intuições.

Depois da conversa, eles resolveram sair juntos do hotel e ela decidiu fazer algumas compras, pois precisava desintoxicar-se do ciúme maluco que estava sentindo do namorado com Helena.

Floyd resolveu fazer o mesmo, mas não foi fazer compras, resolveu se desintoxicar do ciúme que sentia de Leonel de outro jeito, foi até o clube.

Procurou por Décio e o encontrou ensaiando solos de bateria, sozinho no palco. Quando Floyd entrou, ele não o viu. Terminou seu solo e quando parou ouviu o amigo aplaudindo, sorriu. Saiu da bateria, desceu do palco e aproximou-se dele.

- Acordado a essa hora, garoto?

- Não dormi direito essa noite e estou meio fora do eixo.

- A Vitória veio com você?

- Não, nem o Leonel. Ele foi pra Serra Negra.

- Serra Negra? Posso saber por quê? Vai voltar a tocar lá?

- Não, é outra coisa. Ele teve uns... probleminhas de família urgentes pra resolver. Mas amanhã ele está de volta.

- E como vai o namoro dele com a sua irmã?

- Bem... Floyd disse, pegando uma guitarra ali perto e sentando-se numa baqueta para tocá-la.

- Me responde uma coisa, Floyd, por que você ainda anda com esse cara?

- Por que eu ando com ele?... Eu não ando com ele. O Leonel é meu amigo há três anos e faz parte da minha banda! Que pergunta besta, Décio.

- Nós dois sabemos que essa relação só já não passou da amizade pro quase casamento porque o cara é hétero. É muito masoquismo pro meu gosto. Cara, parte pra outra! O cara está namorando e dormindo com a sua irmã! Como você aguenta?

- Não é questão de aguentar, Décio. Eu preciso passar por isso. É muito complicado pra te explicar e... nem sei se quero explicar.

- Não precisa explicar, se não quiser, eu sei que isso é uma coisa muito pessoal sua, mas estou cansado de ver você olhando pra ele de vez em quando com cara de gato que quer pegar a foto do peixe dentro d’água.

- E é pra mim que você vem dizer isso? Antes, quando ele não sabia e quando a gente ainda não morava junto, era mais fácil de aguentar... A gente até viajava junto, mas ficávamos em lugares diferentes a maior parte do tempo. Era quase uma imposição do pai dele e ele respeitava isso, porque ama demais o pai e não queria ficar longe da música dele e de mim. Tinha que fazer certas concessões e fez. Pelo menos não estávamos tão juntos... Pra mim também era mais fácil, porque eu tinha o Gil... Agora... ele dorme com a minha irmã no quarto ao lado... às vezes...

- Muda de hotel! Belo Horizonte é enorme!

- Não quero ficar longe da minha irmã. Prometi ao meu pai que ia cuidar dela...

- A Vitória está quase casada com o Leonel. Ele já está cuidando dela, pelo que eu sei. Vem ficar na minha casa por um tempo...

- Não... já compliquei sua vida demais. Você já está quebrando um galho enorme dando todo esse suporte pra gente na banda. Esse mês que a gente passou aqui tem sido o mais maravilhoso da nossa vida. Temos até fã clube! O Leonel está tendo a oportunidade de mostrar a música dele pro mundo e eu sei que ele tem desejado isso a vida inteira... Eu tenho é que... arranjar alguém... nem que seja pra me fazer companhia... se é que você me entende... Tem algum barzinho gay aqui em Belô? Vou trabalhar lá quando não tiver tocando aqui...

- Ficou doido, cara? Isso é prostituição! Quem se prestaria a uma coisa dessas não tem bons princípios e você sabe que isso não é bom pra sua imagem nem a da banda! O dono do clube dispensaria você no ato, se descobrisse, e isso prejudicaria o Leonel e a Vitória também, já pensou nisso?

- Pensei! Pensei! Pensei! Claro que pensei... – disse ele, nervoso. – Mas essa noite eu tive febre alta por causa dele, droga! Estou ficando cansado de viver emoções que não podem ser minhas por uma pessoa que não pode nem olhar pra mim do jeito que eu quero!

Floyd se levantou e foi encostar-se ao piano.

- E o Caio? – Décio perguntou.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 7

“MASOQUISMO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/08/2020
Código do texto: T7042179
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