LEONEL VII - NETO INDESEJADO - CAPÍTULO 6

CAPÍTULO VI – NETO INDESEJADO

Leandro entrou pela porta junto com o pai e os dois estranharam ver Helena e Leonel abraçados.

Leonel se afastou da moça e olhou para o pai. Enxugou o rosto e levantou-se.

- Oi, pai...

Bruno aproximou-se dele e o abraçou.

- Não sabia que você vinha...

- Desculpa não ter avisado...

Helena voltou-se para Leandro e perguntou:

- Trouxe meu remédio?

Ele colocou a mão no bolso da jaqueta e estendeu uma caixa de remédio para ela. Helena pegou a caixa com certa violência e afastou-se deles; foi para a escada, subindo. Leandro subiu atrás dela. Leonel ficou olhando para os dois e perguntou:

- Eles... estão bem?

- Ninguém está bem nessa casa depois que essa doida veio morar aqui, disse Bruno, sentando-se no sofá.

Cristina vinha entrando na sala.

- Ela pôs mesmo essa casa de cabeça pra baixo, Leo, disse Cris. – Não consigo dormir direito desde então. No dia do casamento, depois da cerimônia no cartório, eu subi com ela para o quarto do Leandro e ela chegou na janela e olhou para baixo. Ficou olhando de um jeito que me assustou. Tenho medo, às vezes, que ela se jogue lá de cima.

- Colocamos grades na janela por causa desse medo da sua tia.

- Que absurdo...

- E você, Leonel? Está tudo bem? Cadê o... seu amigo? Ele veio com você?

- Não. Nós estamos fazendo shows em Minas Gerais, Belo Horizonte, e ele ficou lá com a irmã.

- Irmã?

- É... O Floyd tem uma meia irmã que mora em Diadema perto de São Paulo.

Cristina ficou pasma.

- O pai do Floyd tem uma filha também? – ela perguntou.

Leonel olhou para ela e lhe estendeu a mão para que ficasse a seu lado.

- Tem tia, uma garota linda, de dezenove anos.

- Como é o nome desse coitado? – Bruno perguntou.

- O pai do Floyd não tem nada de coitado, pai.

- Qualquer homem que tenha um filho como seu amigo é...

- Para! Para com isso, pai!

- Já parei, mas eu não posso nem saber o nome dele?

Leonel olhou para a tia e hesitou em dizer o nome do pai de Floyd. Bruno estranhou o suspense. Brincou:

- Quem é? O presidente da república?

- Teodoro Fontes...

- Teodoro... Fontes? – perguntou Bruno, lembrando o nome. – O ex-namorado da sua tia?

- Ele mesmo.

- Esse seu amigo é filho... do ex-namorado da sua tia?

Leonel balançou a cabeça confirmando. Bruno levantou-se e começou a rir, colocando as duas mãos na cabeça.

- Eu não acredito!

Cristina não viu muita graça, mas deixou que o irmão risse dela. Fazia tempo que não o via rir assim.

- Seu Ted fez tudo errado desde a adolescência, não é, minha irmã? Até o filho!

- Pai... - interferiu Leonel - eu não vim aqui pra falar mal do Floyd, nem da família dele. Se você continua com isso, eu vou embora.

Bruno ficou sério novamente e resolveu mudar de assunto:

- Você falou com a sua cunhada maluca?

- Um pouco... Ela está bem perdida, como vocês disseram. Vim aqui pra tentar ajudar, mas não sei se depende muito de mim. Vai depender mais de vocês cuidarem pra que ela não faça nenhuma bobagem contra ela e contra o filho.

- Eu acho que, se ela quer tirar essa criança, que tire! - disse Bruno. – Seria um trabalho a menos, já que ela não quer.

- Pai, você está falando do seu neto!

- Um neto que eu nunca quis ter! Não foi isso que eu sonhei pra vocês!

- A gente nem sempre tem o que sonha, mas a vida é assim! Se você deixar que ela tire esse bebê, vai ser conivente de um crime, pai!

Bruno parou e deu-se conta desse fato. Baixou a cabeça e seus olhos se encheram de água.

- Eu já perdi minha mãe, minha mulher e meu filho esse ano... Não ficaria surpreso se acontecesse isso também... já que eu fiz tudo errado... Devo merecer...

Ele subiu. Leonel ficou olhando para o pai com tristeza.

- Meu pai está cada dia mais infeliz... Queria tanto não ser um dos motivos pra ele estar assim... Que está acontecendo com essa casa, Cris?

Ela pegou a mão dele e pediu:

- Vamos conversar lá em cima, querido? Quero que você me conte o que tem feito longe de mim. Estava morrendo de saudade de você...

Ele levantou-se, beijou sua testa e subiram juntos.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 6

“NETO INDESEJADO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/08/2020
Código do texto: T7041947
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