LEONEL VII - É UM FETO, MAS JÁ É UM SER HUMANO! - CAPÍTULO 5
CAPÍTULO V – É UM FETO, MAS JÁ É UM SER HUMANO!
Leonel fez o que disse e naquele mesmo dia tomou o rumo de Serra Negra.
Floyd nem questionou isso e ficou encarregado de contar a Vitória seus motivos para voltar a sua casa.
Quando a moto chegou diante do casarão, Leonel viu o irmão saindo da casa. Leandro parou ao vê-lo. Leonel desceu da moto.
- Oi, Lê...
- Oi... Que você está fazendo aqui?
- Vim ver vocês.
- Ver a gente... ou ver a Helena?
- Ela está?
- Está... mas...
- Vocês... se casaram?
Cristina tinha ouvido o barulho do motor da moto e desceu para receber o sobrinho querido.
- Meu amor! – ela disse, aproximando-se dele.
Os dois se abraçaram e Leonel beijou seu rosto.
- Que bom que você está aqui, ela disse. - Você não avisou que vinha! Mas vamos entrar. Seu pai vai adorar ver você.
- Você ia sair, Leandro? – Leonel perguntou. – Entra com a gente.
- Eu vou até a farmácia... A Helena amanheceu enjoada. Quando ela fica assim me dá até medo.
- Ah... Vai nessa. A gente se vê depois.
Leandro afastou-se. Cristina entrou com Leonel, enlaçada em seu braço e, dentro da casa, já acomodados no sofá, ele perguntou:
- Ele nem respondeu... Eles se casaram, tia?
- Sim... faz uma semana, só no cartório, mas essa casa está uma loucura desde que essa garota veio pra cá. Ela tem deixado todo mundo em suspense. Não fala muito, mas quando tem os enjoos típicos da gravidez, fala em se matar e matar a criança. Queria muito que você falasse com ela. Foi Deus que trouxe você aqui.
- Não foi só Ele. Minha vó deu uma mãozinha.
- Sua avó? Como assim?
- O Floyd sonhou com ela esta noite. Ela pedia pra eu vir aqui.
- Sua avó pediu em sonho pra você vir aqui? Jesus! Mãezinha...
Ela colocou a mão sobre a boca querendo chorar.
- Pelo que ele contou, ela acha que esse bebê está correndo perigo.
Helena apareceu no alto da escada e os dois olharam para ela; Leonel se levantou. A moça desceu correndo as escadas e, desesperada, jogou-se nos braços dele.
- Meu amor! Eu sabia que você viria! Me leva embora daqui!
- Calma, Helena...
- Não quero ter calma... Todo mundo está me forçando a fazer coisas que eu não queria! Me obrigaram a casar com ele, mas ainda está em tempo de anular esse casamento e a gente vai poder ir embora e ficar junto pra sempre, Leonel, como a gente queria!
- A gente precisa conversar...
- Queria ter falado com você há muito tempo, mas você foi embora! Por que você foi embora?
Leonel olhou para Cristina.
- Deixa a gente sozinho, por favor, Cris?
- Claro... ela disse. – Almoça com a gente? Seu pai vai chegar daqui a pouco.
- Pode ser...
Cristina se afastou, indo para a cozinha conversar com Rosa sobre o almoço. Leonel sentou-se e Helena sentou-se a seu lado.
- Tão bom te ver de novo... ela disse. – Senti tanta saudade...
- A gente precisa conversar...
- Estou querendo fazer isso desde que descobri essa... gravidez maldita... Eu não quero ter esse bebê. Eu não amo o Leandro, já te disse. Eu amo você!
- E por que engravidou dele?
- Burrice! Total falta de noção! Eu nem pensei nisso quando... transava com ele pra fazer você me notar!
- Essa criança não tem culpa disso, Helena.
- Eu sei, mas eu não posso ter esse filho! Não posso ficar amarrada a um casamento com seu irmão, se eu amo você! A gente não tem futuro nenhum junto!
Helena o beijou e Leonel aceitou o beijo, percebendo a total falta de discernimento da moça. Mas afastou-se dela com delicadeza.
- Nem nós...
- Como sua tia e seu pai disseram... mas eu tenho uma solução.
- O que você pretende fazer?
- A gente vai embora junto. Eu e você. Eu vou pra onde você for e depois a gente decide o que fazer. A gente pode criar ele junto ou eu posso... tirar...
- Tirar?
- Não tem nem dois meses ainda. Olha...
Ela mostrou a barriga esguia. Leonel ficou chocado com aquela ideia.
- Você ficou maluca? Você não nota, mas tem uma criança aí dentro de você!
- Ainda não é uma criança! É só um problema que ainda pode ser resolvido.
- Não! Para! Não é um problema, Helena. É seu filho e meu sobrinho, não importa que você não ame o pai dele. É só um feto minúsculo ainda, mas é um ser humano! Você não pode nem pensar em tirar. Isso não é cristão! Meu pai não vai permitir uma coisa dessas.
Ela se levantou e afastou-se dele.
- O pai dele não é cristão... O que ele fazia e fez com você não era cristão, Leonel. Por que eu deveria agir diferente com o filho dele?
- O Leandro é um moleque inconsequente sim, admito isso, fez muita besteira, mas ele vai crescer. Esse filho vai fazer ele amadurecer e tudo vai ficar bem. Vocês ainda podem ser felizes juntos, os três.
- Eu não amo essa criança! Não quero ela dentro de mim! – ela gritou, chorando, batendo com as mãos fechadas na barriga.
Leonel correu até ela e a abraçou, fazendo-a parar.
- Para com isso!
- Eu não amo essa criança!
- Mas eu amo... pelo amor de Deus, não faz nada contra esse bebê, Helena. Por mim... Se você fez ele por minha causa... ele é meu também. Ele ainda vai te fazer muito feliz... Acredita nisso, por favor!
Ela abraçou-se a ele chorando e ficou em silêncio, apenas conseguindo soluçar.
- Se você me ama mesmo... crie esse bebê pra mim. Vai ficar tudo bem.
Leonel sentiu as próprias lágrimas rolarem pelo rosto e beijou a testa da moça.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 5
“É UM FETO, MAS JÁ É UM SER HUMANO!”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA!