LEONEL VII - DOIDEIRA DE AMOR - CAPÍTULO 4
CAPÍTULO IV – DOIDEIRA DE AMOR
Floyd virou para o outro lado na cama e fechou os olhos. Leonel deitou-se também, mas não dormiu.
Ás oito da manhã, Vitória apareceu no quarto, já vestida e o viu deitado na cama, ainda acordado.
- Bom dia! – ela disse, séria.
- Oi... Seu irmão não está bem.
A fisionomia dela mudou para preocupação e ela aproximou-se de Floyd. Sentou-se na beirada da cama junto dele.
- O que ele tem?
- Teve febre alta de madrugada. Dei um antitérmico e a febre cedeu.
- Por que você não me chamou?
- Nem pensei... Quis levar ele no hospital, mas ele não quis.
Vitória colocou a mão na testa do rapaz e ela não estava mais quente. Floyd acordou com seu toque, olhou para ela e sorriu.
- Good morning, sis!
- O que você teve, meu bebê? – ele disse, beijando seu rosto.
- Eu? Nada! Xi! O bobão do Leo já te deu o serviço, é? – falou ele, sentando-se na cama. – Eu não tenho nada. Foi só um resfriado que me pegou de jeito.
- Jura?
- Claro! – ele disse, beijando seu rosto. – Eu estou ótimo! Ele cuidou de mim, me deu um remedinho e eu já estou ótimo!
Floyd foi para o banheiro e Leonel ficou olhando para ele intrigado.
- Ele me parece bem, ela disse.
- Ele estava queimando em febre quando eu entrei aqui nessa madrugada. Eu até me assustei. Suava em bicas! Eu não dormi a noite toda por causa dele, Vitória!
- Quer que eu seja sincera?
- Tenho outra opção?
- Carência...
- Carência?
- De você...
Leonel escondeu o rosto nas mãos e respirou fundo, deitando-se na cama, irritado.
- Isso não existe! Vocês dois não existem!
- Pode acreditar, cherry! Existimos sim e, se a gente não existisse, você era capaz de inventar a gente porque você ama nós dois!
Ele levantou-se e saiu do quarto, batendo a porta. Vitória saiu atrás dele, mas antes gritou para o irmão:
- Pink, estou indo pra rua acalmar nosso bofinho!
O casal saiu do hotel e começaram a andar; Leonel andou a esmo sem dizer nada e Vitória o seguiu, também em silêncio; foram até uma praça pública, onde sentaram-se num banco.
- Eu não sei o que fazer com ele, Leonel disse. – Nem com você!
- Não precisa fazer nada. Nós estamos bem.
- Eu não consigo entender isso que está acontecendo comigo. Ele me ama e não pode ter nada comigo por motivos óbvios; eu te amo, quero me casar com você e você não quer! Vocês querem me deixar doido?!
- O Floyd é mais forte do que você pensa, Leonel. Ele não quer te deixar doido. Só quer ser feliz o maior tempo que puder do seu lado. Ele sabe que é impossível ter alguma coisa mais... digamos, efetiva com você. Não adianta ficar esquentando com isso. Ele não esquenta.
- Não parece... E eu não acho que essa febre que ele teve seja só por isso. O Floyd não está bem, Vitória. Ele devia mesmo ir a um médico. Conversa com ele.
- Pode deixar. Vou fazer isso... Não se preocupe.
- E eu preciso ir a Serra Negra...
- Serra Negra? Por quê?
Ele não respondeu imediatamente. Olhou para os carros no trânsito da rua.
- O que você vai fazer lá, Leonel?
- Preciso resolver uma... coisa.
- Vai ver a... Helena?
Ele olhou para ela rapidamente.
- Como você sabe o nome dela?
- Meu irmão me contou.
- Contou também que ela deve estar casada com meu irmão a essa hora?
Vitória ficou em silêncio e depois de alguns segundos, disse:
- Mais ou menos... Está mesmo?
- E que está grávida dele?
- Disso eu sabia, mas o que você vai fazer lá, então, se ela está casada e vai ter um filho do seu irmão?
- Isso é outra estória... Eu preciso saber se está tudo bem com a minha família. Com meu pai, minha tia... Eu acho que vou até lá agora...
- Agora?
- É... Eu preciso pegar só os documentos, meus e da moto, no hotel, e o Floyd te explica o resto. Ele sabe por que eu tenho que ir.
- Sabe? Como sabe?
- Ele vai te explicar.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VII – CAPÍTULO 4
“DOIDEIRA DE AMOR”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
OBRIGADA!