LEONEL VI - RETORNO A SERRA NEGRA - CAPÍTULO 11

CAPÍTULO XI – RETORNO A SERRA NEGRA

A porta se abriu e Vitória apareceu.

- Ei, você querem me matar de fome?

Quando ela viu Leonel abraçado a Floyd, achou estranho, mas perguntou, bem humorada.

- Ah, desculpe, não pensei que vocês estivessem namorando.

Leonel afastou-se de Floyd e enxugou o rosto.

- Ninguém está namorando aqui...

- Não é nada disso, Vi. É outro rolo. Rolo de homem. Não tem nada a ver comigo nem com você.

- Ah... Posso ajudar?

- Não... disse Leonel. – Você pode... descer e ir pedindo o almoço da gente. Se quiser ir almoçando... A gente já desce.

- Você está bem?

Ele segurou sua mão e a puxou, beijando sua boca.

- Estou... Está tudo bem.

- Ok, meninos, mas eu já vou comer. Estou morrendo de fome. Não demorem.

Ela beijou Leonel de novo e saiu do quarto.

Leonel deitou-se de novo na cama e pareceu mais calmo. Virou-se para o outro lado e ajeitou o travesseiro sob a cabeça, ficando quieto e pensativo.

Floyd sentou-se na outra cama, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhando para ele preocupado. Leonel olhou para ele e disse, depois de algum tempo:

- Não é justo o que eu estou fazendo com você.

Floyd sorriu.

- O que você está fazendo comigo?

- Chorando no seu ombro... por um sentimento igual ao seu... por mim...

- O Gil sofreu a mesma coisa comigo.

- Mas ele tinha você.

Floyd ficou em silêncio olhando para as mãos unidas, lembrando-se do antigo parceiro com saudade.

- Tenta arrumar alguém, Floyd...

- Alguém?

- É, tenta... se resolver com alguém...

- Não quero fazer isso outra vez. O Gil já foi o suficiente. Não quero mais ninguém servindo de suporte pra uma frustração minha. Eu te amo e não posso ter você. Vou ter que conviver com isso, ainda mais agora que você namora minha irmã.

- Você fala isso com tanta calma, com tanto carinho. Eu nem me choco mais...

- Ninguém tem que se chocar por ser amado, seja por quem for. Aceita, interioriza isso e nunca mais vai se constranger.

Leonel sorriu, mas voltou a ficar sério e pensou em Helena.

- Ela vai se casar com ele...

- Estava escrito... Floyd disse com um sorriso.

- O que você sabe mais? – Leonel perguntou, intuindo que ele sabia. – Qual a razão disso? Quem é esse bebê que vem aí?

- O irmão mais velho do seu avô... do Leo... Seu irmão Lucas...

Leonel se levantou e ficou olhando para ele boquiaberto.

- Como é que é?

- Lucas vai voltar pra ensinar pro Leandro/Samuel... que ele não morreu por sua causa. Que não foi sua culpa... mas isso é outra estória que eu não vou te contar hoje. Só digo que... agora você tem mais um bom motivo pra assumir a Vitória de vez. Há uma criança envolvida que vai ser muito importante na vida do Leandro e você tem que lutar por ela também. Esquece de vez a Helena, Leo. Ela está em outra linha de vida, que não é a sua.

Leonel fechou os olhos e apertou o travesseiro no rosto.

- Você está certo... de novo. Você não se cansa disso?

Floyd riu e levantou-se.

- Acho melhor a gente descer, antes que a Vitória coma tudo no restaurante. Aquela japa é magrela, mas come bem pra caramba!

- Ela não é magrela... Tem carne o suficiente e proporcionalmente com a altura dela. Eu já provei isso...

- Eu não perguntei nada. Me poupe dos detalhes sórdidos, Floyd falou, colocando as mãos no ouvidos.

Leonel riu e levantou-se também.

- Aceita e interioriza, cunhado. Você já abençoou essa relação.

Floyd colocou a língua para fora e o dedo indicador dentro da boca, fingindo vomitar. Saiu do quarto.

Floyd, Leonel, Vitória e Décio fizeram um show naquela noite no clube e foram um sucesso. Dois dias depois, como já estava marcado, Leonel e Floyd voltaram a Serra Negra para fazer o último show em que Caio participaria. Vitória foi com eles e fez uma participação especial, cantando duas canções. As duas do grupo “Pink Floyd” em uma homenagem que ela quis fazer ao irmão.

O show também foi um sucesso e, ao final dele, como já tinham intenção de voltar a Belo Horizonte naquela mesma noite, Caio e Floyd se despediram.

- Adorei tocar com vocês mais uma vez, disse Caio. – Vou morrer de saudade disso.

- Não precisa ficar assim. Quando terminar a faculdade a gente pode voltar à carga. Você é muito bom pra desistir ainda. Estudar faz parte, mas você tem música na veia, é um ótimo baterista e não pode parar.

- Não vou... Caio disse, abraçando-se a ele.

- Obrigado, garoto, por tudo...

- Vou te ver de novo?

- Claro que vai! Vou te deixar telefone da casa do meu pai e você pode ligar pra lá e falar com a Vitória. Ela vai ter dar a ficha de onde eu estiver. E eu vou levar o seu e te ligo de vez em quando pra saber de você.

Eles se abraçaram de novo.

- Se cuida, garoto.

- Você também... Sucesso pra vocês em Belô.

- Obrigado. Tchau, amigo.

- Tchau, Floyd.

Caio se afastou dele e Floyd entrou no carro. Caio acenou para Leonel e Vitória que já estavam dentro do veículo e o carro partiu, de volta a Belo Horizonte.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VI – CAPÍTULO 11

“RETORNO A SERRA NEGRA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/08/2020
Código do texto: T7039360
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