LEONEL VI - EU QUERIA SER ELA... - CAPÍTULO 9
CAPÍTULO IX – EU QUERIA SER ELA...
Leonel e Vitória saíram e passearam pela cidade. Visitaram algumas lojas e compraram algumas coisas. Voltaram ao hotel pouco antes do meio dia e, no saguão do hotel, Vitória disse:
- Vou pro meu quarto tomar um banho e você vai acordar o meu irmão. Desçam e me esperem pra almoçar. Eu não demoro.
Os dois chegaram diante da porta do quarto dela e se beijaram. Ela entrou.
Leonel foi para o outro quarto, entrou também e viu Floyd deitado na cama de bruços, totalmente nu. Leonel puxou o lençol e cobriu o amigo, antes de tocar seu braço para acordá-lo.
- Floyd... Acorda, cara...
O rapaz acordou e olhou para ele, ainda sonolento.
- Quê?
- Acorda... Vamos descer pra almoçar.
Floyd virou de costas na cama e espreguiçou-se, esfregou o rosto e puxou os cabelos para trás. Leonel ficou olhando para ele.
Sentindo-se observado, Floyd olhou para ele também e perguntou:
- Que foi? Nunca viu?
- Preciso falar com você...
Ele jogou o lençol para o lado e saiu da cama.
- Depois... Eu vou tomar um banho.
- Floyd!
O rapaz parou e esperou, olhando para ele. Leonel sugeriu:
- Você não quer primeiro... colocar um roupa?
- Não, já falei que vou tomar banho. Você quer falar o quê?
Leonel respirou fundo e despejou.
- Eu... gosto muito da sua irmã.
Floyd suspirou muito sutilmente e sorriu.
- Eu sei. Conte-me novidades.
- Nós dormimos juntos hoje.
O rapaz piscou várias vezes e olhou para o chão, depois levantou o rosto novamente e disse:
- Eu vi...
Leonel ergueu as sobrancelhas.
- Viu?
- Eu cheguei no hotel às cinco e você não estava no quarto. Deduzi.
Leonel não soube o que dizer. Floyd pegou o lençol e enrolou-se nele.
- Você quer saber o que eu penso a respeito? Nada... Minha irmã sabe o que quer e você não teria tocado nela, se ela não quisesse, portanto... eu não tenho que achar nada. Não sou o pai dela. Só que... pela primeira vez na minha vida... eu... senti... vontade de estar no lugar de uma mulher.
Os olhos de Floyd encheram-se de água e uma lágrima rolou por seu rosto.
- Eu sempre agi... como o homem na cama, quando estava com o Gil... Nunca tinha sentido isso antes. Não me odeie pelo eu vou dizer, mas... minha irmã é uma mulher de sorte. Nem precisou fazer nada pra te conquistar. A luz dela atraiu você.
Ele enxugou o rosto com o lençol e o jogou longe, deu as costas e entrou no banheiro. Leonel respirou fundo e sentou-se na cama.
No banheiro, Floyd apoiou-se na pia e olhou-se no espelho. Ficou olhando para as próprias lágrimas rolarem por seu rosto. Sentiu o corpo começar a tremer, pronto para explodir de emoção, mas manteve-se firme com as mãos segurando a pia com força.
Mordeu os lábios para não gritar e entrou no box. Abriu o chuveiro e ficou debaixo dele, deixando a água cair pelo corpo. Fechou os olhos e as mãos com força.
Dez minutos depois, desligou o chuveiro e saiu do box. Pegou a toalha e começou a se enxugar. Estava melhor. Quando voltou ao quarto, Leonel ainda estava sentando na cama.
- Cadê minha irmã? – ele perguntou.
- Deve estar esperando nós dois lá embaixo pra almoçar. Eu vim só te acordar.
- Já acordou. Desce e vai ficar com ela. Espera por mim lá embaixo, não demoro.
- Eu não preciso que você me empurre pra ela, droga! – exaltou-se Leonel.
Floyd não respondeu. Leonel arrependeu-se do rompante e procurou contornar.
- Desculpe... Eu não quis ser grosseiro. Só não gosto de ser... empurrado. Ainda mais numa situação assim. Eu curto você demais, cara. Sou seu amigo e não quero nem gosto de te ver sofrendo... Não dá pra agir normalmente. Mas o que aconteceu entre eu e a Vitória foi mais forte que nós dois... A gente, executando a mesma música, lá no clube, juntos ontem à noite foi a coisa mais... fantástica que aconteceu na minha vida. Se eu já estava encantado com ela, fiquei um pouco mais... Não deu pra segurar...
Floyd pegou uma camisa na mochila, colocou e sentou-se ao lado dele.
- Eu sei disso. Não estou... zangado, nem magoado.
- Tem certeza? Você já tinha previsto que isso podia acontecer... como você mesmo disse.
- Já... mais ou menos.
- É ela a mulher da minha vida? Porque, se não for... eu acabo com isso ainda hoje e sei que ela vai entender.
- É... É ela sim...
- Mas por que ela? Por que a sua irmã?
- Não vamos questionar o que tem que ser, Leo. Aceite isso e só.
- Você aceita?
Floyd olhou-o nos olhos.
- Eu sobrevivo. Sobrevivi até agora. E eu sei que você pode fazer minha irmã feliz.
O telefone tocou. Leonel estava mais perto dele e atendeu. Era da recepção.
- Alô!... Claro, pode completar.
Ele colocou a mão sobre o bocal e disse:
- De Serra Negra, a Cristina...
Floyd ficou preocupado. Leonel voltou a falar ao telefone.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VI – CAPÍTULO 9
“EU QUERIA SER ELA...”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!