LEONEL VI - TRAIÇÃO - CAP. 8
CAPÍTULO VIII – TRAIÇÃO
Floyd chegou ao hotel por volta das cinco da manhã não encontrou Leonel no quarto, nem na cama. Nem havia sinal de que ele tivesse pelo menos deitado nela. Imaginou tudo e supôs que ele estivesse com Vitória. Quis profundamente que estivesse enganado, porque, embora quisesse a felicidade do amigo e da irmã, ainda morria de ciúme de Leonel. O amor que tinha por ele era muito forte e dolorido por não poder ser correspondido. Havia coisas que ele queria, mas não podia evitar.
Aproximou-se da porta que separava os dois quartos e a abriu com cuidado, para não fazer barulho.
Viu, na penumbra do quarto, o rapaz deitado na cama ao lado da moça com seu braço envolvendo o corpo dela, ambos dormindo. Os olhos de Floyd encheram-se de água e ele fechou a porta com o mesmo cuidado. Encostou a testa na porta e chorou muito, em silêncio, por vários segundos. Quando a dor passou, ele enxugou o rosto e saiu do quarto outra vez. Voltou só depois das sete, quando Leonel e Vitória já estavam tomando café no salão de refeições do hotel.
Quando ele entrou no local, Vitória levantou-se e perguntou preocupada:
- Por onde você andou?
Ele sentou-se à mesa e pegou uma torrada, colocando-a inteira na boca.
- Comecei a conversar com o Décio e ficou tarde pra voltar. Fui pro apartamento dele.
- Você está horrível! – ela disse, passando a mão por seus cabelos.
- Está mesmo, Leonel concordou, mais como sinal de preocupação do que de crítica. – Até parece que nem dormiu.
- Nem percebi que tinha que fazer isso, Floyd disse, sorrindo. – Falar de música preenche meu tempo útil totalmente.
- Será que vocês só falaram de música? – Vitória perguntou, maliciosa.
- Não, falamos e fizemos coisas mais interessantes também, que ninguém é de ferro. E vocês? Dormiram direitinho comportados, cada um no seu quarto?
Os dois se olharam e ela respondeu:
- Claro... Dormimos muito bem... muito comportadinhos.
Leonel sorriu sutilmente e disfarçou, pegando outro pãozinho, começando a colocar manteiga nele.
- Vá dormir um pouco, Floyd, ele disse. – Você não vai aguentar hoje à noite se não dormir agora.
- Eu vou sim, ele disse, cortando um pedaço de queijo e comendo-o. Depois ergueu-se.
- Boa noite pra vocês. Me acordem às onze, pro almoço. Tchau, crianças.
E afastou-se. Leonel baixou os olhos e ficou pensativo. Vitória notou. Colocou a mão sobre a dele.
- Que foi?
- Nunca me senti tão mal por estar feliz... É absurdo, mas... eu me sinto traindo seu irmão...
- Eu até entendo o que você está dizendo, Leonel, também me sinto um pouco assim, mas você não pode ajudá-lo, pode?
Leonel balançou a cabeça, negando.
- Eu muito menos. Ele escolheu o caminho dele há muito tempo e sempre foi feliz assim e você não tem culpa de não ser como ele. Então não se culpe. O Floyd vai entender o que está acontecendo com a gente, se é que já não sacou faz tempo. Como eu te falei, ele percebe as coisas antes de elas acontecerem. Ele já viu que a gente se pescou no primeiro olhar, lá em casa.
Ela aproximou o rosto do dele e o beijou, mordendo de leve seu lábio no final do beijo.
- Eu te amo, gato... ela disse, baixinho. – Não tenho culpa se ele arrumou um amigo tão gostoso...
Leonel segurou sua mão e a beijou também.
- Quer andar um pouco pela cidade? Já que a gente não vai subir pra não incomodar o Floyd no quarto...
- Pode ser...
- A menos que você queira ficar quietinho no meu até o almoço...
Ele sorriu.
- A proposta é tentadora, mas... não vou me sentir bem em ficar com você... com ele no quarto do lado.
- Imaginei que não. Vamos andar então. A gente volta na hora do almoço e você sobe pra acordar ele, ok?
- Combinado.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VI – CAPÍTULO 8
“TRAIÇÃO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOA TARDE E OBRIGADA!