LEONEL VI - LEONEL TORRES... OU LEONEL MARQUES...? - CAP. 5

CAPÍTULO V – LEONEL TORRES... OU LEONEL MARQUES...?

Em Belo Horizonte, clube estava cheio. A música alta fazia verdadeiro contrate com o sossego do lado de fora. Muita gente animada dançando e muita luz colorida para realçar a fantasia.

- Música em fita? – Leonel perguntou, abismado. – Não acredito, play back!?

- Eles têm um grupo, mas eles tocam só depois das onze. Foi por isso que o Décio me chamou. Nós vamos tocar aqui no lugar deles.

- Décio?

- O baterista. Aquele perto do palco.

Leonel olhou na direção que Floyd apontou e viu um rapaz muito alto, magro, de cabelos muito loiros e longos de fazer inveja a uma moça. O rapaz conversava com o técnico de som.

- Me lembra o Davey Johnstone...

- Quem?

- O guitarrista do Elton John...

- Ah, sei... Só que ele é batera. O batera do Elton também tem esse estilo, só que cabelos pretos, um gatinho, Nigel Olsson. Adoro a voz dele.

- O Nigel Olsson canta solo?

- Lindamente... Faz a maioria dos backings do Elton junto com Dee Murray e o Davey.

- Isso eu sei, mas não sabia que ele cantava sozinho.

- Eu tenho um disco dele. Qualquer dia te empresto. Arrumem uma mesa pra gente. Acomodem-se que eu vou falar com ele. Volto já.

Ele afastou-se. Leonel e Vitória sentaram-se numa mesa, apreciando a animação dos jovens dançando. De repente, começou a tocar a gostosa “Wake me up before you go go”, do Wham!

- Você dança? – ela perguntou, quase correndo para o meio da pista para dançar.

- Não, senão já estava lá com você, ele disse, movendo com a cabeça no ritmo da música. – Adoro essa música!

- Não quer tentar? – ela levantou-se, segurando a mão dele.

- Não... ele disse, sorrindo nervoso.

- Se importa se eu for?

- Claro que não! Vai nessa.

- Então me dá licença

Vitória saiu da mesa e atravessou no meio das pessoas. Em vez de ir para o meio da pista, foi até perto do irmão que já conversava com Décio e, pedindo licença ao rapaz, puxou o irmão pela mão e o levou para a pista.

Floyd surpreendeu-se no início, mas logo percebeu a intenção de Vitória e acabou se entregando à dança com ela.

- Você lembrou? – ele disse, quase gritando, pois o barulho era imenso.

- Essa música é sua, baby! Não dava pra esquecer!

Os dois dançaram com tanto estilo que todos tiveram que parar para vê-los dançar.

Leonel ficou em pé perto da mesa, assistindo aos dois irmãos, boquiaberto. Aplaudiu os dois como todo mundo, depois que terminaram. Nem percebeu que Décio já estava em pé a seu lado, aplaudindo com ele. Vitória abraçou o irmão, feliz, e os dois voltaram para a mesa, rindo muito, suados e cansados.

- Meu Deus! Vocês são bárbaros! – Leonel falou. – Nunca vi você dançando desse jeito antes, Floyd.

- Você nunca me convidou... brincou ele, com um sorriso maroto.

Vitória e Décio riram. Leonel ficou sem jeito, mas acabou rindo também.

- Leo, esse é o Décio Paiva. Décio, Leonel Torres... aliás, Leonel Marques.

- Já conheço sua fama como pianista, falou Décio, apertando a mão do rapaz. – Só imaginei que você fosse mais velho. Como vai?

- Bem, mas não esperava ser famoso aqui.

- O Floyd me mandou uma fita com a banda antiga tocando e uma só sua, solo. Você nasceu pra coisa. Teu estilo é fantástico. Parece que você nasceu no século passado. Não querendo comparar, mas me lembrou a genialidade de Elton John em “Carla/ Etude/ Fanfare/Chloe”, já ouviu?

- Já... Obrigado pela comparação. Não mereço tanto. Eu também amo muita coisa que ele compôs.

- Ele teve formação clássica antes de ser o astro pop que é e você é mais clássico do que pop. Você tem formação clássica também?

- Não... Muito do que eu sei, aprendi de ouvido, ele disse, olhando rapidamente para Floyd, que sorriu, levemente, sabendo muito bem que aquilo não era totalmente verdade. - Comecei a faculdade de música há pouco. Estou no segundo ano.

- Onde?

- Na USP de Ribeirão Preto.

- Legal... Mas você é muito bom mesmo. Não devia estar escondido aqui nesse fim de mundo.

- Obrigado...

- Não me agradeça. É um dever, não um favor. Gostou do lugar?

- Animado! Depois desse show que esses dois irmãos malucos deram então...

- A Vitória consegue parar qualquer agitação com a sua própria, ele disse, segurando a mão da moça. – Ela é um show a parte.

- Qual vai ser o esquema de trabalho, Décio? - perguntou Floyd, com intenção de interromper aquela rasgação de seda em cima de sua irmã.

Vitória tirou a mão da do rapaz e se enganchou firme no braço do irmão. Leonel percebeu esse gesto e sorriu de leve.

- Se você topar trabalhar duas horas antes do grupo atual, já começam amanhã mesmo. O dono não está aí hoje, mas ele me deu carta branca pra tratar disso com vocês.

- Por mim, tudo bem.

- Estamos no mesmo barco, falou Leonel.

- Os três, falou Vitória.

- Então, somos uma banda! – falou Décio, apertando a mão de Floyd.

- Só tem uma coisinha, disse Floyd. – Nós temos um show no final de semana que vem em Serra Negra, só pra gente se despedir da cidade. Não pretendo mais voltar pra lá, depois dele. Tudo bem? Já temos um baterista que é de lá.

- Acho que não vai ser problema. Dança comigo, Vitória?

Ela olhou para Leonel e ele para ela, mas ela aceitou o convite por educação.

- Claro...

Os dois saíram da mesa.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) VI – CAPÍTULO 5

“LEONEL TORRES... OU LEONEL MARQUES...?”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/08/2020
Reeditado em 18/08/2020
Código do texto: T7037034
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